Inacreditavelmente, Sam sabia para onde irmos, mas o lugar parecia tão distante que comecei a achar que estávamos perdidos, e quanto mais nos andávamos e nada além de estrada aparecia a nossa frente, eu comecei a ter certeza. Comecei a lutar com o pânico de ter descoberto que eu sou a filha do rei e de que estávamos perdidos em tão distante.
-Admita, estamos perdidos. - Falei com vontade de colocar a mão na chave do carro e desliga-lo.
Ninguém precisou falar mais nada, A estrada começou a vibrar como se estivéssemos no meio de um terremoto. O chão a nossa frente começou a se abrir e Will parou o carro de uma vez. Que merda estava acontecendo?
-O que foi aquilo? - Will perguntou e eu me lembrei de uma história que tia Bertha me contava quando criança.
-A fronteira do país mágico. - Sussurrei e escutei o carro ser ligado novamente.
Will tentou sair de lá ou continuar, nada funcionava, não podíamos nos mover. Abrir a porta do carro e sai, ficando de frente para a fronteira, eu podia sentir a energia que aquilo emanava. Dei alguns passos para frente e a estrada de manteve bem firme. Eu fui dar mais um passo e o chão começou a se abrir novamente, olhei para trás e vi Will e Sam tentando me seguir.
-Acho que vocês não podem passar. - Olhei triste para Will, não queria continuar isso sem ele. - Eu preciso ir, me jogue uma das mochilas.
-Tome cuidado. - Sam falou e me jogou a mochila que eu estava carregando desde o início dessa jornada.
-Não sei quando volto, então... até logo. - Sorri para eles e comecei a andar de costas olhando para o Will.
Segui meu caminho em uma longa caminhada, fiquei feliz da estrada se manter firme. Após duas horas andando e quase desfalecendo, eu cheguei a uma aldeia bem antiga, até as pessoas se vestiam de forma antiquada. Andei em meio aos olhares estranhos, procurando um lugar para tomar um banho e descansar, felizmente eu encontrei, mas a espelunca era tão antiga quanto a aldeia, só de ver a água gelada no balde me deu vontade de voltar atrás e me jogar em algum rio por ali. Pelo menos a cama era aconchegante. Adormeci como uma criança naquela noite, sem sonhos ou pesadelos, apenas um sono tranquilo.
Acordei no dia seguinte e me virei esperando encontrar o Will ali, mas eu estava sozinha, então arrumei minhas coisas e segui meu caminho por ali, que era andando aleatoriamente pelas ruínas até encontrar alguém amigável.
-Lisa summers? - Me virei para a voz que me chamou e me deparei com uma bela mulher sorrindo para mim. - Sou Emily, sua prima, filha de Renne Summers, nossas mães eram irmães. - Finalmente alguém.
-Isso explica como sabe meu nome. - Sorri para ela e olhei em volta. - Sabe me dizer que lugar é esse?
-Essa é a aldeia das bruxas, todos que não morreram e tem amor a vida, vieram para cá. - Ela respondeu com uma alegria contagiante emanando de sua voz. - Aqui é um lugar seguro para nós, apenas pessoas com sangue de bruxa podem entrar, e apenas descendentes de bruxas mulheres. A maioria dos bruxos não quiseram se juntar a nós, eles partiram para o outro lado. - Ela fez um jesto jogando a cabeça para trás e eu me segurei para não rir.
-Que outro lado? - fiquei curiosa sobre essa nova informação para a minha montanha de informação.
-Outro lado? Quem disse outro lado? - Ela começou a olhar em volta e segurou meu braço. - Você deve estar cansada, venha que eu te ajudo.
Deixei que ela me levasse para uma das várias casas de madeira que tinha ali e me soltei de sua mão assim que entrei.
-Você é maluca por acaso? - me virei para ela e logo voltei minhas costas para a porta de onde entramos.
-Lisa, existem coisas que não podemos falar, coisas que são contra as nossas leis. - ah Claro, por que aqui não teriam leis também?
-Eu não me encaixo nas leis. - revirei os olhos e deixei meu corpo relaxar ao ver que ela não queria me matar.
-Mas eu sim, e presumo que esteja aqui querendo respostas. - Ela parecia esperar por esse dia a anos.
-Na verdade, eu quero saber como obrigar uma bruxa a dizer a verdade. - Emily se afastou bruscamente e eu a olhei alarmada.
-Vocês são exatamente iguais. - Sussurrou de uma forma que eu conseguisse ouvir. - A história está se repetindo, achamos que isso demoraria décadas, mas a guerra está na nossa porta novamente.
-Que historia? - por que todos falam como se eu soubesse de tudo?
-Eu não vou me arriscar, mas tem um homem que vai, ele lhe dará todas as respostas de que precisa, e ele está sempre no bar no fim da aldeia, próximo aos limites mágicos. Nosso único bar.
Eu respirei impaciente e saí da casa sem dizer uma palavra, Emily ficou lá dentro, e assim que eu voltei a pôr meus pés na rua, os moradores começaram a se esconder, parece que eu era uma aberração que eles estavam vendo pela primeira vez. Tão hospedeiros.
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A BRUXA
FantasyEsconder o passado não é fácil, agora esconder o passado estando dentro da realeza é mais difícil ainda. A jovem Lisa encara esse desafio com todas as suas forças quando se vê obrigada a casar com o Principe Will. Em meio a descobertas sobre sua lin...