O Gatilho da Minha Vida

Lembranças

- Cê tá maravilhosa hein?! - Alguém avisa que ela não tá, ela é maravilhosa?!

Após um ano de BBB eu já deveria conhecer meus fãs e deveria saber que a partir do momento que eu postasse algo fazendo referência ao Thiaguinho eles iriam diretamente para a sacada, o problema disso tudo é que eles me levam para a sacada junto, enchem minha timeline com nossos momentos e é impossível não assistir cada vídeo postado, mesmo que eu esteja assistindo pela milésima vez e saiba cada ato e fala, eu preciso parar e assistir, é mais forte do que eu.

Pensei que já estava o suficiente na merda, mas me enganei quando ouvi "você me faz muito bem aqui dentro", eu já havia ouvido e lido aquelas frases várias vezes, mas dessa vez foi mais forte do que tudo e me peguei pensando que realmente só lá dentro do BBB eu fiz bem a ela, aqui fora eu só soube contribuir para o seu cancelamento, problemas com fãs, com assessoria e imprensa, enfim aqui fora eu só a fiz sofrer. Pensando nisso, minha mente me encaminha diretamente para a sala de seu apartamento e as lembranças da nossa última vez no mesmo ambiente, do nosso último encontro, da nossa última conversa, do nosso último abraço, começam a me corroer por dentro e sinto como se uma faca houvesse sido enfiada com toda força em me coração.

(Flashback on)

Chegou o dia, após muita insistência e semanas de incontáveis mensagens ignoradas ou sendo respondidas friamente, ela tinha aceitado me encontrar, eu estava uma pilha de nervos, já havia tomado o equivalente a uma represa inteira de água, mas não era o suficiente, minha boca insistia em permanecer seca e meu coração insistia em bater num ritmo acelerado, com toda certeza se o aparelho do BBB para batimentos cardíacos estivesse em mim, ele iria explodir.  Me forçando a deixar esses pensamentos de lado, respiro fundo, pego as chaves do meu carro e partiu encontrar o motivo do meu nervosismo. Partiu encontrar a pessoa que eu mais feri em toda minha Vida.

Por motivo de sermos quase vizinhos em alguns poucos minutos após sair de casa eu já estava saindo do elevador e indo em direção a sua porta, minhas mãos suavam, meu coração batia de maneira totalmente descompassada e por mais que eu estivesse andando minhas pernas estavam totalmente bambas. Apesar de estar sentindo tudo isso, levando meu braço direito, aperto a campainha e aguardo ouvindo os latidos do tão famoso Chaplin.

Se passaram alguns segundos, para mim eram horas, até que ouço o barulho do molho de chave se movendo, a porta se abrindo e eu tendo a visão da mulher mais linda de todo o mundo (perdão mãe, vó, Thais e Dany, mas essa mulher é um monumento de tão perfeita), não sei se era a saudade que sentia, mas ela estava mais linda do que nunca, vestia um short jeans claro que ficava um pouco a cima da coxa, um body laranja, cabelos ondulados, maquiagem leve e os pés descalços, estava casual, porém magnífica. Talvez pelo choque da beleza a minha frente ainda não tinha parado para analisar seu olhar, antes não tivesse o feito, estava frio e triste ao mesmo tempo e por mais que havia maquiagem ali, era notável uma olheira profunda de quem não dormia a algum tempo e de quem chorava com frequência, engoli em seco após constatar tudo isso e minha vontade era sair dali correndo como o covarde que sou, porém antes que eu fizesse isso ela se afasta um pouco e diz:

- Entra, fique à vontade. Aceita algo para beber?

- Não, obrigada.

Após esse breve diálogo ela se encaminha para uma poltrona que ficava no canto da sala, se senta e em seguida faz um gesto para que eu sentasse no conjunto de poltrona a sua frente, e claro que como bom cachorrinho que sou e por achar que cairia a qualquer momento, por causa de minhas pernas bambas, sentei.

Ela me encarava e como quem tinha insistido tanto para esse momento era eu, me senti na obrigação de começar a falar, respirei fundo e pela primeira vez desde que tinha chegado seu perfume inundou minhas narinas - porra, que perfume maravilhoso, se um dia me perguntassem qual meu cheiro preferido, com certeza eu diria que era o da Carla Diaz - tentando tirar meu foco do seu perfume e de todas às lembranças das vezes em que coloquei minha cabeça no seu pescoço e a cheirei, pigarreio e começo a falar.

- Bom, confesso que não sei muito bem o que falar ou por onde começar, porém acho que como quem insistiu para esse momento foi eu, devo iniciar.

- Lhe confesso que tenho muita coisa para falar, porém gostaria de ouvir a sua versão dos fatos primeiro. - Ela diz isso me encarando de maneira séria e resolvo então começar a falar.

- Antes de tudo quero lhe agradecer por ter aceitado conversar comigo, na verdade não sei nem porque aceitou, talvez tenha sido vencida pelo cansaço por minha insistência ou por simplesmente ser educada, enfim, obrigada. - Ela não esboçou nenhuma reação, apenas sustentava seu olhar sobre mim de maneira atenta, então prossegui - Acho que já não é surpresa para ninguém, muito menos para você, que ainda sou completamente apaixonado por você, mas também não é segredo que eu te fiz mal, te fiz sofrer, fui um grande babaca, que só soube focar no que realmente importa nos acréscimos do segundo tempo de jogo, mas uma coisa só eu sei, que é o quanto doeu quando o árbitro deu o apito final e eu perdi a minha verdadeira premiação. - Não podia me conter mais, eu já falava tudo aquilo com as lágrimas correndo pelo meu rosto, doía demais saber que eu era o responsável pelo nosso fim, eu já não tinha forças mais para falar e acho que ela percebeu, porque quando me acalmei um pouco, vi aquela coisinha linda parada na minha frente, me estendendo um copo de água, quando vi aquilo não pudi evitar um meio sorriso, que pude vê pelo canto dos meus olhos que não foi correspondido.

- Está mais calmo? Quer mais água? - Ela falava com o tom de voz suave, porém sério e sua preocupação me deixou ainda mais apaixonado.

- Estou mais calmo sim, obrigada. Só não sei se consigo continuar falando sem acabar com toda água da sua casa - Após eu dizer isso, tive a impressão de vê um leve sorriso em seus lábios, mas foi muito rápido então não tenho certeza se foi isso mesmo.

- Bom, já que é assim, agora é o meu lugar de fala.

NOTAS DA AUTORA

(Oie, resolvi cortar o flashback do Arthur, porque o capítulo já esta muito grande e também para fazer aquele suspense, mas prometo que daqui a pouco eu volto. Beijos, espero que estejam gostando. 😘)