- Tudo certo. PARTIU EGITO.
Daquele momento em diante, Arthur se sentou novamente com as mulheres para terminar alguns reagendamentos e organizar os roteiros do que era prioridade ser gravado e precisava ir para aprovação o quanto antes, só parando quando se deu conta que já era 23h00.
- O que foi Arthur, que tá ai parado feito uma estátua olhando para o relógio?
- Ela esta decolando agora. - Digo com um sorriso fraco nos lábios.
- Logo vocês estarão juntos, você vai vê. - Dona Mara diz colocando uma das mãos em meu pulso como se me passasse força.
- Isso se eu ter coragem de embarcar né? São muitas horas de vôo e só de pensar nisso já sinto meu corpo tremer e já quero desmaiar. - Digo sério, porém as mulheres caem na risada. - Tem graça não viu? Tô falando seríssimo, são mais de 16 horas de vôo. Misericórdia, deixa isso quieto, cancela essa idéia toda. Obrigada por tudo dona Mara, mas não vou conseguir, não tenho estrutura para isso. - Digo me levantando e começando a andar de um lado para o outro no meu apartamento. - Eu quero fazer essa surpresa, mas é muito tempo num avião, eu vou morrer de medo.
- Mas Arthur a própria loirinha encarou e está sobrevoando esse mundão agora mesmo.
- E ela só tem 1,53. - Dona Mara completa a fala de Thais.
- Exatamente, toda pequenininha e nem se importou com o tempo de viagem, não vai ser você né 1,83 que vai perder uma oportunidade dessas por causa de um vôo.
- Um não, três. Daqui para São Paulo, de São Paulo para a Turquia e da Turquia para o Cairo (Egito). E como se não bastasse é tudo isso na hora de voltar também. Então são SEIS VÔOS, pelo menos em um desses eu vou morrer, certeza. E é tudo isso SOZINHO, eu vou segurar nas mãos de quem? Quem vai me passar coragem? Eu não vou conseguir. - Digo me sentando no chão e colocando a cabeça entre minhas mãos. Eu queria surpreende - la, mas esse maldito medo me corroia.
- Você sabe que seu medo não é do avião em si, mas do que ele te faz lembrar né?
- Sei sim e essa é a pior parte, a história não tem nada a vê comigo, porém me assusta até hoje.
- Você um dia vai ter que perder esse medo de altura, você tem uma viagem de balão para encarar no ano que vem.
- E eu não queria falar nada não, mas num dos dias que você estará com Carla, ela tem um passeio de balão para fazer.
- Oi? Como assim?
- A empresa responsável pela viagem dela tem essa parte inclusa no itinerário da viagem e como para ela estava fora de cogitação ir com você para a Capadócia. - Ela solta um leve sorriso. - Carla resolveu aceitar o passeio.
- Vai perder mais essa oportunidade Arthur? Vai deixar de voar de balão com a sua loirinha? Será que agora não é a hora de deixar mais alguns traumas para trás e ser feliz? Eu sei que foi triste o que aconteceu, mas já foi, passou. Não da para ficar se privando para sempre. - Eu ainda estava com a cabeça entre as mãos, mas ouvia tudo que Thaís me falava, eu sabia que não era certo deixar as lembranças e traumas moverem a minha Vida, mas era inevitável.
(Flashback on)
23/05/2007 - Arthur 13 anos.
Eu estava brincando no quintal da minha casa com alguns amigos, na minha amada Conduru, quando ouço alguém batendo palma e chamando pela minha mãe. Assim que abro o portão para vê quem era, me deparo com dois homens de terno preto e óculos de Sol.
- Dona Beatriz Picoli esta? - Um dos homens diz.
- Esta sim, vou chama - la, um momento. - Deixo eles esperando no portão mesmo e entro chamando minha mãe.
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O Gatilho da Minha Vida
FanfictionSerá que um simples gatilho poderia fazer minha Vida mudar totalmente de rumo e trazer meu grande amor de volta?? Sinceramente? Eu espero que sim.