(Flashback on)
- Bom, já que é assim, agora é o meu lugar de fala.
Eu achei que ela estava séria, mas quando ela falou isso eu vi sua expressão ficar 1.000 vezes pior, na hora comecei a tremer e de certa forma até me arrepender de ter insistido tanto por essa conversa, eu tinha certeza que a partir do momento que ela voltasse a falar eu seria brutalmente machucado, tudo bem que eu merecia já que eu tinha partido o coração de alguém tão especial, porém eu não sabia se estava preparado.
Dizem que quando estamos com medo os animais sentem, acho que foi o caso do Chaplin, porque por mais que ele nunca havia me visto quando Carla abriu a boca para falar ele veio andando até mim, então como de costume e por amar animais me abaixe para fazer carinho nele, até que ouço
- Vem com a mamãe... vem Chaplin - O cãozinho na mesma hora para de vir até mim, olha para a mulher que já esta se levantando para pega - lo no colo e assim que o fez voltou a se sentar acomodando o cão no seu colo, que logo se acomodou. Aquilo me doeu, a impressão que tive era que ela não queria nem que o filho encostasse em mim e se realmente fosse isso, eu estava mais fudido do que imaginei... afasto esse pensamento quando percebo que eu queria ser o Chaplin, queria poder desfrutar daquele carinho que aquelas mãos delicadas faziam nele e receber os muitos beijos que ela havia acabado de lhe dar. Chaplin sortudo. Fui retirado dos meus pensamentos com uma frase que acabou de matar o pouco de mim que ainda existia e o pouco de esperança numa reconciliação
- Você acabou com o meu coração Arthur. Me diz você só pode ter achado que eu nunca sairia daquela casa e assistiria tudo né? De verdade, eu pensei que após Felipe ninguém nunca mais pisaria em meus sentimentos como você fez, mas eu estava enganada, assim como eu estava enganada quando acreditei nas suas palavras naquela maldita festa da Samsung, assim como eu imaginei um futuro para nós, assim como imaginei o nosso moleque loirinho de dentinhos coisadinho, nossa casa enorme com piscina para eu poder tomar meus banhos de Sol como eu tanto gosto, assim como eu imaginei nossos vários cachorros e gatos, me imaginei lhe esperando chegar de alguma reunião importante, porque eu sempre soube que você venceria muito e fecharia contratos enormes, assim como eu imaginei você assistindo um filme ou novela meu com uma almofada na frente do rosto para não me vê beijando outro cara ou encenando uma cena de sexo, enfim eu imaginei o nosso pós e muito além, eu imaginei nós dois envelhecendo juntos e sendo extremamente felizes. - Eu ouvia tudo chorando como criança e pensando em como eu pude ser tão cuzão com alguém tão perfeita, minha vontade era sair de lá e parar de ouvir tudo aquilo, mas eu precisava ouvi - la, Carla merecia descontar toda sua raiva em quem a feriu tanto e infelizmente esse alguém era eu.
- Eu lhe disse Arthur várias vezes que se não quisesse mais nada, era só me falar, mas não... você preferiu continuar alimentando meus sentimentos e simplesmente ir me afastando de você e virando o rosto quando eu fosse te beijar ou simplesmente não retribuindo meus carinhos. Me diz, você acha isso certo??
Retirando forças da onde eu não tinha, eu sussuro um quase inaudível "não", mas dessa vez sem olha - la eu não suportaria vê - la chorando.
- Pelo menos nessa resposta eu não estava enganada. Enfim, Arthur você me disse nas mensagens que queria saber o que eu sentia e não vou dizer que lhe odeio, infelizmente por mais que eu queira muito, isso eu não consigo, porém hoje em dia você é como um estranho para mim, eu não sei mais quem é Arthur Picoli de Conduru, não sei mais qual é o verdadeiro Arthur, se é aquele parceiro do big fone, se é aquele que se declarou no meio da festa do Thiaguinho, da Samsung e me dedicou a pulseira do VIP quando sai ou se é aquele que fala de mim para o Projota, só pensa na ex de 6 anos e quer conhecer as amiguinhas da Viih. Te juro que todas as madrugadas, que é quando me permito pensar em nós, eu tento me convencer de que você é o primeiro Arthur que falei e te juro que durmo, ou melhor cochilo, convicta disso, mas quando acordo e abro minhas redes sociais, vou em algum programa e leio ou ouço alguém debochando de uma cena que passei a noite toda pensando - Quando ela diz isso, mesmo chorando muito me forço a olha - la, como assim passou a noite pensando, me questiono e ela percebe, pois diz - Pois é, aquele VT da ajoelhada foi pensado a noite toda e como tudo que fiz naquele programa foi com o intuito de mostrar que você podia contar comigo e que sim, eu estava disposta a jogar com você.
Ela parou de falar e me encarou, ficamos nos olhando por alguns minutos, ela com os olhos carregados de tristeza e eu acabado, eu estava morto, bastava enterrar. Percebi pelo olhar dela que era minha vez de falar novamente, respirei fundo e comecei
- Sinceramente não sei o que falar, eu só queria poder pegar toda a sua dor para mim e se pudesse, fazer tudo diferente, mas eu não posso então o que me resta é - Eu ajoelhei a sua frente, e pela primeira vez em semanas senti sua pele na minha assim que peguei suas mãos macias e as segurando firme olhei em seus olhos - o que me resta Carla é lhe pedir perdão de joelhos, você não merece passar por nada disso, você não merece carregar no olhar essa imensa tristeza e saber que é tudo por minha culpa me mata por dentro, Carla pode não acreditar, mas eu realmente me apaixonei por você dentro do BBB e nesses dias todos te acompanhando de longe me apaixonei ainda mais e por mais que eu saiba a resposta acho que para finalmente sair daqui e lhe deixar em paz para sempre preciso perguntar, ainda sente algo por mim? - Ela respira fundo, aperta minhas mãos e começa
- Queria poder acreditar em tudo que acabou de me dizer, mas eu não consigo a mágoa ainda é muito grande. E por mais que eu tente a meses eu ainda não consegui deixar de ser apaixonada por você. E agora, é melhor você ir, já tem tudo o que queria e eu preciso me arrumar para um jantar. - Ela diz isso soltando as minhas mãos, colocando o Chaplin que ainda dormia em seu colo no sofá e caminhando até a porta.
E ali estava o nosso fim, era aquilo, eu havia sido mais uma vez um babaca e ferido o amor da minha Vida, eu já estava caminhando para a porta aberta a minha frente, quando resolvo parar perto da onde Chaplin dormia, me abaixei, cheguei perto das suas orelhas e falei "cuide dessa mulher incrível que você tem a sorte de latir que é sua mãe" fiz um leve cafuné em sua cabecinha e andei em direção a porta, parando mais uma vez
- Acho que não estou em condição de pedir nada, mas posso?
- Pode Arthur.
- Sei que não devo, mas posso mesmo?
- Fala Arthur, estou apenas segurando a porta.
- Me dá um último abraço? - Ela me olha como se não entendesse nada, mas consenti, solta a porta e caminha em minha direção, quando ela finalmente me abraça sinto nossos corpos totalmente arrepiados pelo toque, seu perfume me invade e eu tive ainda mais certeza que era no abraço daquela mulher que eu queria morar para sempre, mas por culpa minha isso jamais seria possível. Aos poucos sinto ela me soltando, chegou a hora, eu sairia dali e nunca mais a teria em meus braços, caminho até o corredor, mas antes de ir para sempre, me viro, seguro a porta que ela já estava fechando e digo
- Por mais difícil que seja, por favor acredita no primeiro Arthur, aquele realmente sou eu.
- Talvez seja um pouco tarde para me falar isso, mas verei o que posso fazer quanto a isso. - E fechou a porta. E como um menino abandonado pela mãe me permito sentar ali mesmo na frente da porta da casa dela e chorar como só chorei uma vez, no enterro de minha vó.
(Flashback off)
AUTORA
(Sim, chorei MUITO escrevendo esse capítulo, mas peço que não me matem por causa dele, juro que ainda vamos vencer... ou não 🙃👀)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Gatilho da Minha Vida
FanfictionSerá que um simples gatilho poderia fazer minha Vida mudar totalmente de rumo e trazer meu grande amor de volta?? Sinceramente? Eu espero que sim.