A Volta no Tempo

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Sherlock virou a ampulheta do pingente três vezes e logo o cenário em volta de John rodopiou como se ele estivesse a bordo de um carrossel em velocidade máxima. Depois que tudo parou de girar, tanto o cenário quanto a sua vista, ele se viu na enfermaria, mas o Sol ainda estava se pondo.

– O que... Que...?

– Chegamos. – Sherlock tirou o pingente do pescoço dos dois e o guardou por dentro da camisa – Feche a boca, John, acabamos de voltar no tempo. Só isso.

– Voltar no tempo? Só isso? Muitas coisas podiam ser mudadas se nós simplesmente voltássemos no tempo, Sherlock!

– Shhhh. – o corvino o pegou pelo pulso e o arrastou para fora da enfermaria – Tem regras a serem seguidas e uma delas é interferir o mínimo possível no passado. Além disso, não podemos deixar nossas versões nos verem.

– E que acontece se quebrarmos as regras?

As orelhas do corvino coraram:

– Eu já quis experimentar, mas prometi ao professor Flitwick que me comportaria dessa vez. Enfim, lembra onde estávamos nesse horário?

– Ahn... Acho que eu tava indo pro saguão com o Henry.

– Ótimo, se eu entendi Dumbledore, temos que libertar o Bicuço, libertar Sirius Black, dar um hipogrifo de presente pro Black e deixar eles irem embora voando, livres como um pomo de ouro.

– Quando Dumbledore disse isso?!

– Quando falou que Sirius está preso numa torre e que podemos salvar duas vidas. Preste a atenção nos detalhes, John.

Chegaram ao saguão e Sherlock empurrou o amigo para dentro de um armário de vassouras, entrando logo depois e fechando a porta.

– Você e Knight devem estar chegando em breve. – falou o corvino enquanto colava o ouvido na madeira.

John sentou-se em um balde virado de cabeça pra baixo e ficou esperando, ainda tonto.

– Passos. – Sussurrou Sherlock muito baixinho – Duas pessoas.

"Tem certeza que ele vai mesmo vir?" A voz de Henry se ouviu lá fora.

"Vem sim. Não fique tão nervoso."

John achou muito bizarro ouvir sua própria voz.

"E você está calmo demais, John. Se Holmes não vier e Filch nos pegar aqui..."

"Confie em mim"

"Eu confio em você. Eu só não sei se confio nele"

Silêncio. A voz de Henry voltou a soar.

"Vocês estão juntos?"

"Que?!"

"Pode me dizer se quiser guardar segredo."

"Não tem nenhum segredo! Não somos namorados!"

Sherlock moveu o olhar para John, que baixou a cabeça rapidamente.

Ouviram-se mais passos.

"A...!"

"Calma, Henry. É uma capa da invisibilidade!" A voz de John soava mais baixinha.

"Incrível! A minha perdeu o feitiço faz três anos!"

"Shhhh! É uma capa da invisibilidade" dessa vez a voz era de Sherlock "não do isolamento acústico. Calados e certifiquem-se de que não aparecerão os pés de ninguém."

Potterlock - O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora