Sirius Black

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Baker Street, 221b. Era lá que morava Lana e Henry Watson, e seus dois filhos adolescentes. À vista dos vizinhos, era uma família comum, cujos pais eram professores da Universidade de Londres e os filhos estudavam fora da cidade. No entanto, algumas coisas estranhas se faziam presente na casa dos Watson. As encomendas eram levadas por corujas, na despensa havia espinhas de peixe-leão e caudas de salamandras, nem todas as vassouras eram usadas na limpeza, e os filhos...

Bem, os filhos eram bruxos.

O mais novo deles, John Watson, tinha feito treze anos em sete de julho, mas ainda estava recebendo encomendas na terceira semana de agosto. De acordo com as correspondências dos amigos, todas as corujas estavam sendo interceptadas por ordem do Ministério da Magia. O garoto estava na cozinha, comendo cereal enquanto lia uma carta, ignorando totalmente o barulho da TV.

Henry Knight, um de seus amigos da Grifinória, havia lhe mandado uma caixa de caldeirões de chocolate de presente e informava que estava acompanhando os tios em uma viagem de negócios para a França. O amigo contava que toda semana estava saindo matérias da família Baskerville no Profeta Diário, nas colunas sociais, fazendo o garoto ser reconhecido pelos tipos que menos suportava. "Pessoas superficiais, arrogantes e desesperadas por atenção". John riu pra si. De fato haviam várias fotos recortadas do Sr. e da Sra. Baskerville junto de um adolescente esbelto, tímido, com seu camundongo Invasor na mão.

Enquanto isso, o repórter da televisão passava para outra notícia.

"... alertamos aos nossos telespectadores que Black está armado e é extremamente perigoso. Se alguém o avistar deverá ligar para o número do plantão de emergência imediatamente..."

O sr. Watson, um homem magro com barriga saliente, e cabelos castanhos, havia acabado de fechar a geladeira quando uma coruja vermelha grande entrou pela janela e largou um pacote na mesa.

– Ainda essas encomendas? – Comentou a Sra. Watson, uma mulher loira com cabelo chanel, baixa e troncuda – Acho que você se esqueceu de dizer o dia do seu aniversário.

– Problemas nos correios – Disse John enquanto pegava o embrulho trazido pela ave.

– Eu nunca vou entender como pode haver tanta magia e aquela gente ainda usar corujas.

– Minha pergunta é outra. – Disse o Sr. Watson colocando leite na xícara – Se temos dois filhos bruxos, por que ainda estamos arrumando a mesa à moda antiga?

– Não podemos usar magia até a maioridade, pai. – Harry respondeu comendo um sanduíche – Dezessete anos para os bruxos.

John agradeceu à coruja, abriu o pacote e tirou uma revista de lá. O Pasquim. Na capa aparecia uma pessoa apontando animadamente para uma paisagem e a legenda "A VERDADE SOBRE OS NARGUILÊS". Outros artigos como "Identificando os zomzóbilos" e "Teste para saber qual é a sua runa" estavam distribuídos pelos lados. Mas a parte que mais interessava John era um destaque generoso no canto direito da capa.

"SHERLOCK HOLMES E O MISTÉRIO DA CÂMARA SECRETA, por John Watson"

John virou a revista com a capa para baixo antes que os pais pudessem ler a matéria e voltou a comer seu cereal. Já tinha sido bastante difícil convencê-los a não o tirarem de Hogwarts depois do que aconteceu no segundo ano.

Mas claro que Harry não conseguiria ficar calada:

– Isso aí é o Pasquim? A revista onde você publicou como você e o Holmes quase morreram buscando a pedra filosofal?

– Aquele Holmes... – A senhora Watson ficou bastante séria – Precisamos falar desse garoto que lhe coloca em perigo, John.

– Só coloca. John virou pedra por sair no meio da noite. Aposto que estava com ele.

Potterlock - O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora