Aos cuidados do inimigo.

65 7 1
                                    

Tobirama parou frente a porta, deslizando-a devagar para o lado, entrou. A técnica do Deus Voador do Trovão era fatal, acertando apenas pontos vitais, não permitia que o inimigo permanecesse vivo por muito tempo. Mas aquele garoto, definitivamente, estava a impressioná-lo.

Observou o tórax do jovem subir e descer, naquele instante, lembranças voltaram a atordoá-lo, aquilo era o resultado de sua ira, de seu ódio ou do seu desejo por vingança?. Buscou em suas memórias a data exata de quando começou a odiá-lo, entretanto, não a achou. Tentou culpá-lo pelas mortes de Kamawara e Itama, mas recordou que esse crime pertencia somente ao seu pai, crianças não deveriam guerrear.

Não o odiava, apenas não confiava em seus sentimentos. Uchihas só conquistavam seus sharingans, através de sentimentos excessivos. Amavam ao extremo, odiavam ao extremo. Nada para eles tinha medida, e isso assustava Tobirama.

Desde que chegara, havia tido uma melhora significativa. Algumas vezes abria os olhos e dava de cara com Mito, que lhe retribuía o olhar com um sorriso doce e gentil. Em outros momentos sentia alguém tocar-lhe a face, tirando com delicadeza as mechas que cobriam seu rosto.

Equilibrou-se com dificuldade sobre o piso de madeira, não fazia ideia de quanto tempo estivera naquela situação. Decidido, iria por um fim em sua estádia junto aos Senju. Sua cabeça girava, recostou o corpo na parede. Andar e respirar, já consumiam uma grande quantidade de chakra, arrastou-se pelo corredor tentando não produzir som algum, avistou uma janela. Já estava preparado para pular, porém, um braço forte laçou sua cintura trazendo-o de volta.

- Aonde pensa que vai Uchiha? - Tobirama falou ao pé de seu ouvido. Com um simples movimento, ergueu o garoto, podia ouvir as batidas frenéticas de seu coração. - Não precisa ter medo, não vou te machucar.

Izuna foi posto com cuidado sobre o futon, a tranquilidade de Tobirama o irritava. Sempre fora assim, nunca demonstrava sentimentos, até mesmo nas batalhas.

O Senju removeu delicadamente o tecido que cobria o ferimento do jovem, sentiu algo estranho dentro de si, não sabia identificar que sensação era aquela, balançou a cabeça na intenção de expulsá-la para longe. Izuna o olhava intrigado, as mãos ágeis de Tobirama cuidavam de seu ferimento com uma atenção exagerada.

- Porque ? - As mãos pararam ao ouvir a voz de Izuna.

- Por obrigação. Vocês uchihas semearam muitos inimigos ao longo dos tempos, e você é um alvo fácil, mau se segura em pé. - Respondeu, demonstrando o mínimo de interesse em manter aquela conversa.

Izuna não podia acreditar no que estava a ouvir, seu irmão o havia deixado sobre os cuidados daquele maldito Senju. Sentiu-se humilhado por precisar da proteção de Tobirama. - Não se sinta obrigado a ficar aqui, deixe-me, pois prefiro a morte a ter que depender de você para viver.

Quão orgulhoso era um Uchiha? Até que ponto eles estariam dispostos a ir, para manter tal sentimento ?

Tobirama precisava relaxar, queria por um momento esquecer que agora tinha virado babá de um Uchiha, " o Uchiha". Seu inimigo de incansáveis batalhas. Caminhou sem rumo, mas seus pés lhe levaram a um lugar bastante conhecido pelo Senju. Não precisou bater, uma jovem de cabelos negros lhe recebeu com um sorriso. Jogada sobre a mesa, sentia o pau grosso de Tobirama preencher sua intimidade, o vai e vem de seu quadril a fazia soltar gemidos lascivos. O Senju segurou firme sua cintura, suas estocadas agora eram violentas e rápidas, saindo rapidamente de dentro dela, jogou todo o prazer em suas costas. Procurou vestir-se sem demora, buscou algo em seu haori e pós sobre a mesa, que até pouco tempo havia servido de cama para sua foda.

Izuna sentia-se cada vez melhor, logo estaria livre daquele martírio. Mito o visitava com frequência, tinham conversas exageradamente longas, sem perceber, tornaram-se amigos. Vez ou outra Tobirama a acompanhava,  sempre ficava de pé próximo a porta. Nem ele mesmo entendia o porque de esta alí, mas até que se divertia com o falatório sem fundamento dos dois. Em certos momentos trocava alguns olhares com o Uchiha, mas este desviava o rosto sempre que seus olhos se encontravam.

Izuna não tentou fugir novamente, isso porque Madara, quando soube de sua tentativa frustrada, veio ao seu encontro. Ainda estava magoado com o irmão, mas não podia deixar sua mágoa, sobrepor-se ao amor que sentia por ele. Acatou a vontade do mais velho sem muito reclamar.

Tobirama entrou sem cerimônia, observou o sorriso malicioso que saia dos lábios de Mito, fazendo-o olhar de imediato para Izuna, este por sua vez, tentava esconder a face ruborizada. Arqueou a sombrancelha, ele nunca havia se incomodado com as conversas dos dois, porém, naquele instante desejou saber o que tinha feito Izuna corar.

- Eu só estava me despedindo. - Mito falou com um sorriso. Jogou os braços as redor do pescoço do jovem, sussurrou algo em seu ouvido. - Espero que possamos nos encontrar em breve.

Tobirama sentiu aquela estranha inquietação voltar. O que era aquele sentimento ?

.......

Orgulho UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora