Encontros.

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O coração do Senju batia tão forte, que ele sentia doer, a respiração estava ofegante e seu corpo cansado. Ele pensou nas inúmeras batalhas que travou e nenhuma delas havia lhe deixado tão exausto quanto se sentia naquele momento, talvez a culpa fosse dos diversos sentimentos que corroíam sua alma; achou por um tempo que afastar-se de Izuna mudaria algo, entretanto, ao saber do desaparecimento, todos os sentimentos reprimidos vieram à tona. A cada minuto se aproximava mais do seu destino e quando por fim chegou, sentiu um aperto no peito, não conseguia sentir nenhum chakra. Parou diante da porta do antigo templo Senju e, mesmo exitante, entrou. O cheiro que o ar trouxe de dentro, o levou de volta aos campos de batalhas, já fazia tempo que ele não sentia aquele odor e a cada passo que dava ele ficava mais forte, não que ele se incomodasse com cheiro de sangue, mas isso significava que Madara estava certo.

Izuna estava alí, entretanto, não tinha certeza se estava vivo. Tobirama congelou, se viu sem coragem de continuar a andar; uma metade de si queria saber a verdade, todavia, a outra preferia viver na incerteza, já que ela trazia de certa forma um conforto ao seu coração.

- Vamos, não seja um covarde… - Ele falou para si. - Por favor, esteja vivo…

Caminhou lentamente, havia sangue em toda parte, corpos mutilados, mergulhados em enormes poças de sangue. Outros estavam queimados e completamente irreconhecíveis, Tobirama procurou passagem em meio a eles, a cada cômodo que passava, deixava uma parte de sua esperança. Mito … onde .. porque… responde, a pronúncia foi arrastada e cansada. Seus pés moveram-se sozinhos, Izuna estava em cima de um corpo e socava-o constantemente. O rosto do homem já não existia, entretanto, ele não parava.

- Mito … onde ela está … onde ela está .. - Ele repetia.

Tobirama se aproximou, o Uchiha não pareceu se importar com sua presença, seu rosto estava cheio de respingos de sangue e suas lágrimas deixavam um caminho em meio a eles.

- Chega … - Ele segurou seu rosto entre as mãos. - Mito está em casa, ela está bem.

Seus punhos por fim cederam, o Senju o ergueu e o levou para longe. Izuna grudou-se ao seu corpo como se tivesse medo de pisar no chão, suas pernas rodeavam a sua cintura e os braços o seu pescoço; apertava-lhe com tanta força que já estava ficando difícil respirar, porém, Tobirama não se incomodou. Havia sentido falta daquele abraço.

- Precisamos ir … - Izuna lutou contra a vontade de permanecer nos braços do Senju e o largou envergonhado.

Nada mais foi dito, o caminho de volta foi feito lentamente, mesmo Izuna não pedindo, Tobirama percebeu o seu cansaço e caminhou a passos curtos.

Tentou distrair-se olhando o céu, estava limpo e estrelado, mas não conseguiu. Vez ou outra a mão do Uchiha esbarrava contra a sua, óbvio que o motivo disso acontecer era porque estavam andando lado a lado, porém, o Senju sentia que era proposital e quando sem querer elas se esbarraram novamente, ele não deixou a oportunidade escapar. Izuna sentiu o rosto esquentar quando Tobirama entrelaçou os dedos nos seus, ele nada disse, e assim seguiram até avistarem a entrada da vila.

O dia estava nascendo, os primeiros raios de sol iluminavam a vila, já haviam civis nas ruas e estes logo se puseram a encará-los. O Uchiha sentia os olhares percorrendo o seu corpo, achou que fosse por seu estado deplorável, entretanto, se deu conta de que esse não era o motivo. Tobirama estava um pouco à frente, não deixava transparecer nenhuma emoção, seu semblante era sério e fechado.

Izuna puxou sua mão lentamente, porém o Senju apertou-a com força, não tinha a mínima vontade ou intenção de deixá-lo livre. Diversos pensamentos e emoções embaralhavam a mente e o coração do Uchiha, todavia, havia um sentimento que ele não conseguia reconhecer.

- Vou te levar até sua casa. - Tobirama tirou-lhe de seus pensamentos.

- Não deveríamos ir direto ao Hokage ?

- Não se preocupe com isso agora, prometi a Madara que o levaria para casa, e é o que farei. - Soou firme.

Já estavam próximos a sua casa, Izuna ensaiou mentalmente o que diria ao Senju, mas ao ver Madara, sua mente ficou em branco. Apressou os passos, arrastando Tobirama, que de maneira alguma ousou soltá-lo. Madara conteve-se e esperou ansioso pela aproximação do irmão, porém, não absteve-se de observar o  pequeno detalhe entre Izuna e Tobirama, este percebendo o foco da atenção do Uchiha mais velho, só largou a mão, que naquele momento estava gelada, para estender a sua própria. O aperto demorou alguns segundos.

Nada foi dito, o Senju trocou um último olhar com Izuna e seguiu ao encontro de seu irmão.

- Entre. - Ordenou Madara.

Izuna sentiu o corpo ser esmagado pelos braços fortes do irmão, Madara sentiu-se aliviado por tê-lo alí, por horas achou que aquele momento seria algo impossível e naquele instante tudo que ele queria era aproveitar a oportunidade de poder estar com o irmão novamente.

- Onii-san… - Izuna chamou - Está me esmagando, vou acabar morrendo.

Madara não precisou pedir, Izuna logo se pôs a falar, contou com detalhes todos os acontecimentos e seu coração se encheu de alegria ao saber que verdadeiramente Mito estava bem, que tudo não havia passado de uma mentira. Izuna estava só outra vez, tentou não demorar no banho e ainda molhado, jogou-se em seu colchão.

Assustou-se com um barulho, ergueu-se rapidamente, todavia seus movimentos foram impedidos. Tobirama segurou seus pulsos acima da cabeça somente com uma mão, sua boca já estava devorando a de Izuna, o beijo era urgente e nada carinhoso. O Uchiha gemeu baixinho quando ele mordeu com força seu lábio inferior, Tobirama deu-lhe um sorriso malicioso e sem pedir permissão, jogou para longe a toalha que cobria a cintura do garoto. Agarrou um travesseiro, Izuna viu seu quadril subir e Tobirama por o rosto entre suas pernas, sentiu o êxtase dominar seu corpo quando o Senju abocanhou seu membro, ele o sugava com vontade e Izuna sentia a saliva dele deslizar até sua bunda e ela estava sendo bem aproveitada, pois o Senju já estava a colocar dois dedos dentro do seu ânus.

- Goze para mim … - Ele pediu e o seus movimentos aumentaram.

Izuna não se conteve, seu gozo preencheu a boca do Senju, que engoliu com satisfação, tomando seus lábios novamente, Tobirama chamou seu nome baixinho e deu alguns tapinhas em seu rosto.

- Izuna … Izuna … - O tapa foi mais forte e o Uchiha encontrou os olhos do irmão lhe encarando.

- Você tem visitas, vista-se e cuide disso. - Falou apontando para ereção bastante visível do irmão. - Você dormiu o dia todo, achei que o motivo fosse o cansaço, mas pelo o que vejo, você só não estava querendo acordar.

Izuna sentiu o rosto queimar de vergonha, Madara não conteve o riso e logo foi expulso do quarto do irmão. Vestiu-se às pressas, no corredor já conseguia ouvir as vozes e uma delas fez seu coração palpitar, diminuiu os passos.

Tobirama estava de pé junto a Hashirama e ao lado deles estava Mito, um tanto contida e envergonhada, Izuna só não conseguia decifrar o motivo de seu estado. Os mais velhos olharam entre si e sem perceber, Mito já havia sido deixada sozinha com o Uchiha mais novo.

- Eu sinto muito… - Falaram os dois em sincronia.

Os risos encheram a sala, Mito foi acolhida pelos braços de Izuna e ele ouviu o longo discurso de desculpas da amiga, não demorou até que todos estivessem reunidos novamente. O jantar foi tranquilo e descontraído, entretanto, Izuna evitou a todo custo os olhares de Tobirama. Madara por outro lado parecia se divertir com a situação, pois sempre que o irmão lhe encarava, ele lhe lançava um sorriso malicioso e achava graça do rubor que subia pela face do mais novo.

- Então, você não vai me contar sobre seu sonho ? - Madara pediu quando já estavam sozinhos.

Izuna ouviu a gargalhada do irmão ao dar-lhe às costas, jogou-se furioso em sua cama e um pequeno pedaço de papel voou, ele o agarrou ainda no ar, seu coração acelerou e o Uchiha não conteve os risinhos de felicidade.

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⏰ Última atualização: Oct 28, 2021 ⏰

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