06 | Holding me for ransom (pt.2)

3.2K 273 376
                                    

Fanart: (não sei ao certo, mas tenho quase certeza que é de) タカシマ no Twitter.
@tksm_kbut

Músicas que combinam com esse cap.:
Slide - Chase Atlantic
>Combina no ponto de vista do Inui.
Empty - Chase Atlantic
>Combina no ponto de vista do Koko

$>

Ele não mentiu. Ficou ali me abraçando e passando a mão no meu cabelo e na minhas costas, todo o tempo.
Era uma sensação boa, mas eu fiquei com medo de não ser ele; não de ser uma ilusão, e sim de ele não estar sendo ele mesmo.. o Koko nunca cuidaria de mim assim, não antigamente, eu acho.
Parece que é como se eu tivesse 17 anos e tudo que eu estivesse sentindo naquele momento estivesse em mim agora, todos os meus desejos, o desejo de poder falar com o Koko sobre aquelas coisas que me perturbavam e o desejo de ser compreendido por ele.
Mesmo ali, parecia que nos conhecíamos muito e pouco ao mesmo tempo. Era como se não tivéssemos ficado 12 anos sem nos ver, mas ao mesmo tempo, mesmo se tivéssemos ficado esse tempo juntos, parece que eu não conheço ele. O que eu penso é que ele não gosta dessas situações, que ele geralmente transforma em raiva e quebra as coisas; mas ele não está fazendo isso comigo.
Quando comecei a recuperar minha consciência — que parecia ter me deixado apenas sobre o controle de uma crise — eu imaginei se ele não queria quebrar algo, ou quem sabe, descontar em mim novamente.. não seria sua culpa.

— Se sente melhor? — ele pergunta suavemente.

Sim, obrigado.

— Certo — ele me solta e me encara.

Está olhando meus defeitos? — tento quebrar aquele silêncio.

— Não tem defeitos — ele desliza a mão pela minha cicatriz e segue. — Desculpe por isso — ele passa o polegar onde deveria estar um hematoma e eu fecho os olhos com o contato. — Vamos colocar gelo, comer, e tomar seus remédios — ele se levanta e me espera, então levanto.

Pode ir na frente, só vou lavar meu rosto — sinto que ele ia me contrariar então digo: — Só vou lavar meu rosto e vou atrás de você.

— Vou esquentar a comida — ele vai para a cozinha então eu entro no banheiro e me encaro no espelho.

Patético — falo ao ver meu rosto inchado e os hematomas. Olho para as minhas mãos quando as ponho embaixo da água corrente, elas estão com as marcas das minhas unhas.
Jogo água no meu rosto e o seco. Dou uma última olhada no espelho e vou até a cozinha — O que está fazendo?

— Cat deixou algumas coisas prontas então esquentei elas — ele põe uma sopa cheia de vegetais na minha frente.

Ah.. certo — seguro a colher. — Não posso tomar um iogurte? — encaro suas costas.

— Pode tomar depois que comer isso, se quiser — ele diz, guardando umas coisas na geladeira e nos armário, pondo outras na pia.

Coma também — ele trava por alguns segundos, com certeza pensando em me dizer não.

— Claro — ele pega uma tigela e põe a sopa, pega uma colher e senta ao meu lado. — Vamos comer.

Comemos em um silêncio quebrado pelos vagos tilintares das colheres na cerâmica.

— Acabou?

Uhum.

— Dê aqui — ele pega as duas tigelas e as põe na pia. — Vai querer o Iogurte?

Não, obrigado.

— Então tome água — ele enche um copo com água e trás até mim. — Aqui.

National Anthem, InupixKokoOnde histórias criam vida. Descubra agora