Capítulo 16

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Uma semana depois do que houve da história da AIDS do Mike, Timothée ficou mais pensativo, calado, parecendo que refletia sobre alguma coisa, talvez seja a história do diretor, preocupação por conta do amigo ter voltado para Nova York ou mesmo o livro que escreve todo dia e que algumas coisas não estejam fluindo muito bem para seu lado.

- Timothée! - Tento puxar conversa - Que tal de irmos hoje no Loup? Desde que chegamos, ainda não fomos lá.

- Desculpe, mas não estou com vontade. - Ele diz enquanto folheia o caderno - Não tô com cabeça para sair.

- Você está bem? 

- Eu estou bem. 

- Você não parece estar, seja sincero, me conte que eu irei lhe escutar. 

- Eu me sinto preocupado, o Mike não me ligou do dia que voltou para Nova York até hoje, o que será que ele possa estar fazendo, ele disse que iria morar aqui até o dia de eu ir em bora, e ele parte dessa forma totalmente espontânea, ele não posta nada no Twitter, pois você sabe que ele todo santo dia posta um tweet, será que a doença dele piorou? Ele finalmente se foi procurar se tratar. 

- Você deveria ligar para ele mais tarde. 

- Talvez eu faça isso. 

- Eu sei o exatamente como se preocupa com ele. 

- Me sinto com uma vontade enorme de vomitar sentimentos e procurar uma forma de ficar menos nervoso. 

- Escreva, dê uma pausa no que escreve e coloque tudo para fora, quando ver se sentirá muito melhor. 

- Jura que isso pode me ajudar? 

- Confie em mim, você é bom nisso, isso não será para o público e sim só para você. 

- Como um diário? 

- Sim, como um diário. 

- Tudo bem. 

- Bom, eu fiz chá de Erva-doce, quer? 

- Sim, pelo menos vai me deixar mais calmo. 

- Ok, então. - Pego duas xícaras e sirvo o chá para mim e Timothée - Aqui, cuidado que está muito quente. 

- Eu posso desabafar uma coisa? 

- Claro. 

- Sinto que Mike não foi para Nova York, ele foi para outro lugar. 

- Por que ele iria fazer isso? 

- Não sei se ele fez, só acho que poderia ter feito isso para não falar comigo. - Timothée fala assim que dá um gole no chá - Se ele quer assim, quem sou eu para lhe atrapalhar. 

- Se pensar, ele deve estar procurando uma outra razão de querer viver por lá. 

- Talvez. 

-  Você sabe como ele é, ele possa ter ido para algum "culto" como aqueles lá de autoajuda que é típico dele fazer ás vezes. 

- Se pensar, sim, mas espero que ele não foi para aqueles lá de cientologia. 

- Cientologia é um culto?

- É claro que é, sempre foi e sempre será. 

- Eu só sei que lá tem um bando de celebridades que fazem parte. 

- Enfim, vamos esperar ele aparecer novamente e então me sentirei menos preocupado.

- Verdade. 

- Ei, olha...

- O que? 

- Eu não estou sendo um peso para você, certo? 

- Não, você não está sendo um peso para mim, eu entendo tudo que está passando. 

- Tem certeza? Não quero lhe tratar como uma psicóloga e também não quero lhe meter em todos os meus problemas. 

- Eu tenho certeza, ás vezes é bom você se abrir comigo, sabe? Pois eu posso tentar lhe ajudar.

- Obrigado. - Ele sorri e beija minha bochecha 

E passamos a tarde na varanda sentados olhando para o horizonte magnifico do final da tarde em Nice. 

The lovers (Timothée Chalamet)Onde histórias criam vida. Descubra agora