Capítulo I:

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                Blaine chegou no jardim de infância para pegar seu filho de cinco anos. Assim que Adrian o viu, ele veio correndo e pulou em seu pai dizendo:

- Papai B!

Blaine o abraçou firme e lhe deu um beijo na bochecha. Enquanto ele pegava a mochila e a lancheira do pequeno, a diretora se aproximou deles:

- Senhor Anderson? Eu queria ter uma palavra com o senhor e seu marido; podemos marcar uma hora para a semana que vem?

Blaine foi pego um pouco de surpresa:

- Tem alguma coisa errada com o Adrian, Senhora Bane? Alguma coisa que devemos nos preocupar ou tomar alguma providência?

- Nada para se preocupar; Adrian é uma criança maravilhosa. Mas ainda assim precisamos conversar.

- Tudo bem, então. Eu vou falar com o Kurt e nós ligamos para marcar a reunião.

- Obrigada, Senhor Anderson; eu agradeço por isso.

Blaine andou para o metrô ainda carregando o pequeno em um dos seus braços. Adrian perguntou:

- Cadê o Papai K?

Blaine começou a fazer cosquinhas em seu filho enquanto ele respondia:

- Ah, é assim que você me trata? Eu saio cedo do trabalho para pegar você na escola e você só quer saber do Papai K?

Adrian estava rindo alto:

- Não, eu também te amo, Papai B! Mas é o Papai K que me pega na escola.

- Você não se lembra que ele tinha aquela reunião hoje? Talvez ele já esteja em casa quando a gente chegar lá.

Quando eles chegam em casa, Kurt ainda não estava lá; mas Blaine logo recebeu um telefonema do seu marido:

- Blaine, me desculpa. Aqui está uma bagunça. Eles só puderam me receber uma hora depois do que estava agendado. Eu vou chegar em casa em uma hora ou mais.

- Mas você conseguiu o emprego?

- Eu não sei ainda. Estamos numa pausa para o café; eu acho que eles gostaram de mim, mas nada oficial ainda. E tem mais uma coisa: eu encontrei o seu irmão aqui no prédio...

Blaine inspirou surpreso e, como ele não estava respondendo, Kurt continuou:

- Ele me preguntou se nós podíamos jantar com ele hoje, eu disse que nós não podíamos sair por causa do Adrian e ele perguntou se podia ir aí para casa. Ainda não respondi a ele. O que você me diz?

- Então agora o Cooper quer conhecer o Adrian?

O tom de Blaine estava muito irritado e Kurt tentou acalmá-lo:

- Eu acho que ele está tentando fazer as pazes, meu bem. Ele disse que eu devia perguntar para você primeiro e dar a resposta a ele depois. O que eu digo para ele?

Blaine suspirou alto no telefone. Depois de um momento, ele respondeu numa voz fraca:

- Diga para ele vir.

- Eu sabia que você ia ser o mais maduro nessa situação. Você podia preparar o Ady?

- Preparar significa vesti-lo da forma mais elegante possível?

- Não, mas essa é uma ideia excelente. Preparar significa contar para ele que ele tem outro tio.

Blaine suspirou de novo. Ele não tem certeza de que está pronto para ter essa conversa com o Adrian e para lidar com todas as consequências que o Cooper podia trazer:

- Está bom, eu faço.

- Obrigado, bonitão. Eu estou com muitas saudades de vocês dois, estou contando os minutos para voltar para casa. Amo você.

- Também amo você. Tchau.

Blaine desligou o telefone e voltou para a mesinha onde ele e Adrian estavam desenhando. Blaine começou a conversa:

- Era o Papai Kurt. Ele disse que vai chegar tarde em casa, mas ele vai trazer uma visita. Você sabe que você tem um tio que é irmão do Kurt, não é?

Adrian abriu um sorriso largo:

- O tio Finn vem hoje à noite?

Blaine manteve seus olhos fixos no desenho enquanto ele continuava:

- Não, não o tio Finn. Você tem outro tio; um que é meu irmão. É o seu tio Cooper.

Adrian parece intrigado:

- Por que eu não conheço ele?

Blaine ainda não teve a coragem de olhar nos olhos de seu filho:

- Porque ele trabalha muito e mora em outra cidade. Mas agora ele está aqui e quer te conhecer. Você vai encontrar com ele?

- Eu não sei, papai, ele vai... ele vai me amar?

Blaine olhou bem dentro dos olhos de Adrian; seu filho parece assustado. Ele sorriu:

- É claro, Ade. Quem não ama você? Você é uma graça.

Ele beijou seu filho na testa. Adrian parece um pouco mais calmo. Blaine levantou e estendeu a mão a seu filho dizendo:

- O papai Kurt me pediu para deixar você elegante. Vamos mudar essa roupa.

- Posso ser um super-herói?

Blaine sabia que Kurt não iria gostar disso a princípio, mas ele iria entender que era importante para o Adrian se sentir seguro:

- É claro.

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