Capítulo XX:

35 2 0
                                    


                Tudo estava pronto para o que eles chamaram de "A Marcha das Famílias por Igualdade". Rachel tinha atualizado o vídeo para convidar as pessoas a se juntarem a eles. Harriet tinha conversado pessoalmente com cada família cujo filho estudasse na escola. Judith Shaw, para desgosto de Kurt, tinha aparecido para ajudar a pintar os cartazes e tinha dado em cima de Blaine cada uma das vezes que ela apareceu.

Os Andersons, os Greens e Rachel chegaram meia hora mais cedo ao ponto de encontro. Harriet e Daniel estavam garantindo que tudo estava certo; Kurt estava andando de um lado para outro, ansioso, enquanto Blaine estava distraindo Adrian e Melissa.

Rachel se aproximou Kurt e, sorrindo, colocou uma mão no ombro dele:

- Meus pais ligaram hoje para dizer que eles estão muito orgulhosos do que estamos fazendo. Eles não puderam vir aqui, mas disseram que se tiver alguma coisa que eles possam fazer, é só avisar.

Kurt sorriu de volta e começou a acariciar a mão dela em seu ombro:

- Obrigada, meu bem, e agradeça a eles por nós. Eu não sei de verdade se eles podem ajudar porque eu não tenho certeza do que estamos fazendo... Eu não tenho a menor ideia se vai funcionar e não tenho certeza se é realmente o melhor para o Adrian.

Rachel o abraçou:

- Ei, para com isso! Você e Blaine são pais maravilhosos e Ady é uma criança sortuda por ter tantas pessoas que o amam e se importam com ele.

- Rach, se você soubesse quão difícil é todo esse lance de ser pai...

Ela deu uma risadinha:

- Por que você acha que eu não tenho filhos?

Harriet passou por eles enquanto falava no telefone; ela apenas piscou para Kurt. Rachel beijou sua bochecha:

- Você sabe o quanto eu amo você e sua família inteira. Tudo vai dar certo no final; e se não der, eu estou aqui para você.

Ela foi ajudar o Daniel a entregar panfletos para as pessoas que passavam. Kurt foi para onde Blaine, Adrian e Melissa estavam desenhando em um cartaz. Blaine sorriu e passou o braço pela cintura de Kurt. Ady o puxou pela mão para mostrar o que ele estava fazendo:

- Olha, papai K, nós estamos fazendo um desenho de mim com a minha família. Aqui está você e o papai B do meu lado. Aquele é o vovô Burt. Eu estou agora desenhando o tio Finn e a Melissa está desenhando a tia Rachel.

Kurt tentou esconder suas preocupações da sua voz enquanto respondia a ele:

- Está maravilhoso, doce príncipe.

Adrian estava entretido desenhando com a Melissa, mas Blaine conhecia bem o Kurt e o puxou para longe das crianças:

- Qual o problema, gostoso?

Kurt descansou a cabeça no ombro de Blaine:

- Você acha que vai funcionar? Você acha que vale a pena? Olha, a Harriet está com um rosto preocupado ao telefone e ninguém parece dar muita atenção aos panfletos que Rachel e Daniel estão distribuindo... Acho que não vem ninguém; por que viriam?

Blaine pegou a mão dele:

- As pessoas vão aparecer; nós ainda temos quinze minutos antes da hora marcada. Você viu a reação ao vídeo da Rachel; nós vimos ao vivo aquele dia no teatro. Nós temos recebido milhões de e-mails. Eu tenho esperança de que as pessoas vão lutar pelo que é certo. É nossa família, meu amado marido, e vale a pena lutar por ela. Olha, tem alguém vindo.

Kurt se virou para olhar e se deparou com Judith se aproximando:

- É só a Judith vindo aqui para dar em cima de você. Ela não dá a mínima para o Adrian. Olha o tamanho do decote dela! Ela está começando a me dar nos nervos...

Blaine estava rindo. Kurt lançou para ele um olhar de reprovação. Blaine passou o dedão pela mandíbula de Kurt:

- Ah vai; é tão sem noção que fica engraçado.


O humor de Kurt só começou a melhorar quando mais e mais pessoas começaram a aparecer. Outras famílias da escola que disseram que nunca tiveram uma oportunidade de falar, mas estavam tão bravas quanto eles com a senhora Bane. Pessoas da comunidade da Broadway que tinham trabalhado com Kurt, Blaine ou Rachel. Alguns representantes de associações LGBTQIA+. Até a senhorita Gilles, a professora do Adrian.

Um jornalista e um câmera de uma rede de TV local perguntaram se podiam filmar a marcha e transmitir no jornal da tarde. Kurt olhou encantado para Blaine e jogou seus braços em volta do pescoço do marido. Blaine não conseguia esconder seu sorriso:

- Pelo menos, nós garantimos que vamos fazer algum barulho.

Porém, Kurt tinha um rosto intrigado. Ele apontou com a cabeça para algum lugar atrás de Blaine:

- Olha quem está aqui.

Blaine se virou e viu um homem se aproximando em uma jaqueta de couro, um par de óculos escuros e uma atitude de quem dominava o mundo. Ele poderia reconhecer aquele andar em qualquer lugar; a pergunta era: que diabos Cooper estava fazendo ali?

Dois PapaisOnde histórias criam vida. Descubra agora