Blaine estava lavando a louça e ainda tentando lidar com sua raiva de Cooper. Se era para dizer aquelas coisas horríveis, por que ele se deu ao trabalho de aparecer?
De repente, ele sentiu os braços de Kurt fechando em volta da sua cintura e seus lábios gentilmente tocando a parte de trás de seu pescoço. Ele suspirou enquanto Kurt descansava a cabeça nos ombros de Blaine.
Blaine começou a falar ainda ensaboando o último prato:
- Ele ainda acha que nosso pai está certo. Você sabe... Que nós nunca devíamos ter adotado uma criança.
- Ou mesmo ter nos casado... - Completou Kurt com sua mão acariciando as costas de Blaine.
- Bem, essa parte ainda é só meu pai... eu acho. De qualquer forma, Cooper acha que nós estamos transformando o Adrian, ou Andrew se você preferir, em um covarde. Ele acha que qualquer um que não seja um exibido como ele não vale a pena.
Kurt sabia que Blaine precisava falar, então ele só abraçou mais forte e pousou seu queixo no ombro de Blaine. Blaine continuou falando:
- E ele também não está feliz de eu ter desistido da minha carreira de ator para criar meu filho.
- Mas você está indo tão bem como agente. A carreira da Rachel é fantástica e você tem outros bons clientes. Além do que, você sempre pode voltar a ser o Espantalho na Broadway. Todo mundo do "Mágico de Oz" ficaria feliz em ter você de volta. A Rachel me contou. O Ady está maior agora; não seria um problema.
- Eu sei. Eu gosto de todo mundo lá, mas eu não quero voltar. Eu não quero trabalhar todas as noites. Eu quero assistir meu filho crescer. E eu também estou torcendo para você conseguir o trabalho no "Moulin Rouge". Quando isso acontecer, o Adrian vai precisar de mim mais vezes em casa. Eu fiquei com um pouquinho de ciúmes quando eu o busquei no jardim de infância e tudo o que ele queria era o Papai Kurt dele.
- Besteira, Blee, aquele garoto idolatra você. É só porque fui eu quem parou de trabalhar para estar com ele o tempo todo nesse primeiro ano dele com a gente.
- Eu sei, foi só um ciúme bobo. Eu sinto falta de passar mais tempo com vocês dois. Eu gosto do tempo extra que meu emprego atual me dá. Eu não me arrependo de ter parado de atuar: valeu a pena.
- Tem também o emprego de produtor que o pessoal do "Cabaret" ofereceu para você. Não manteria você longe todas as noites. Você ainda poderia jantar com a gente, como a gente faz agora.
- Mas me manteria longe em Chicago de cinco a seis meses. Eu não quero ficar longe de vocês.
- Não seria como da primeira vez que eu me mudei para cá. Nós éramos jovens; você ainda estava no ensino médio. Nós vamos ficar bem. Agora é diferente: nós estamos casados e temos uma relação forte.
- Mais uma razão para eu querer estar em Nova York com meu marido e filho. Eu quero viver a vida de família que eu construí com você. Falando nisso, a Senhora Bane quer nos ver.
- Tem alguma coisa de errado com o Ady?
Blaine ficou muito irritado com o comentário de Kurt e derrubou uma panela, fazendo voar água para todos os lados:
- Todo mundo poderia parar de partir do princípio que tem alguma coisa errada com o Adrian? Ele é uma criança perfeitamente normal cuja vida nunca foi fácil.
Kurt sabia que a raiva de Blaine não era direcionada a ele; mesmo assim, ele tentou se desculpar:
- Desculpa, amor, você sabe que não foi isso que eu quis dizer. Eu também não deveria ter trazido o Cooper aqui em casa essa noite. Minhas intenções eram boas: eu achei que ele queria consertar as coisas com você, não as piorar. Agora tira essa camisa molhada e me dá para eu lavar.
Quando Kurt voltou, Blaine estava olhando para ele com olhos de cachorrinho. Kurt sorriu de volta para ele. Blaine empurrou Kurt contra o balcão e começou a fazer carinho em seu rosto:
- Mil desculpas, gostoso. Eu não devia ter gritado com você. Eu não sei como o meu irmão tem esse poder de me irritar tanto. Minha raiva não era com você.
- Não se preocupe, amor, eu sabia disso. Foi por isso que eu levei tanto tempo lavando a sua camisa ainda agora: você precisava do tempo para desestressar. Mas não fique tão irritado com as coisas que seu irmão disse para você; nós sabíamos que iríamos enfrentar preconceito quando decidimos nos casar e quando nós decidimos adotar o Adrian.
Blaine suspirou, seus olhos cheios de água:
- Mas eles são meu pai e meu irmão! Eu esperava que eles me apoiassem. Eu sabia que meu pai tinha questões comigo por eu ser gay; mas eu sempre achei que ele iria crescer e parar com isso quando ele conhecesse você e visse o quanto eu amo você. Todo mundo pode ver o quanto eu sou mais feliz desde que você apareceu na minha vida. E, nunca achei que isso fosse possível, mas eu estou ainda mais feliz desde que a gente se tornou os pais do Ade. Por que eles não podem ver isso?
- Bem, eu estou aqui e sempre estarei. Minha família inteira ama você e eles nos apoiam em qualquer decisão que nós tomarmos. Seu filho ama você muito. Entendo você querer ter uma boa relação com seu pai e seu irmão; mas enquanto isso não é possível, eu espero que nós sejamos suficientes para fazer você feliz.
- Claro que vocês são.
Blaine puxou Kurt para mais perto dele e começou a beijá-lo com ardor. Kurt respondeu de imediato o beijando de volta e passando sua mão pela barriga de Blaine em direção à fivela de seu cinto.
As coisas estão mais e mais quentes quando eles perceberam que não estavam sozinhos: Adrian estava parado com os olhos esbugalhados no meio da cozinha.

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Dois Papais
FanfictionUma Fan-Fiction de Glee. Kurt e Blaine são casados, felizes e adotaram um filho. Porém, a vida não é tão simples enquanto eles lutam para que a sociedade (e alguns de seus parentes) aceitem a nova família deles.