Capítulo 15

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É bizarro, mas é real...

A adaga e o lenço vermelho estavam cravados no peito do senhor Marco Manoban, mas erroneamente não estava do lado do coração.

O serviço feito foi podre e nada profissional, jamais eu faria algo do tipo.

Deixaram impressões digitais, adaga no lado errado, com o lenço amarrado de uma forma que não era a minha, o lenço que eu uso sempre é de seda e de um vermelho bem vivo, mataram o cara com uma facada no pescoço, tinha uma enorme mancha de sangue ao seu lado. E o mais bizarro de tudo, a câmera de segurança flagrou tudo, pois ela não foi desativada, notei isso assim que entrei na sala com Lisa, mas parece que a polícia ainda não havia percebido.

Vamos lá policiais, não sejam filhos da puta, o anjo da morte não faz um serviço horroroso desses. Eu conto com vocês para me tirar dessa.

Assim que Lisa viu o pai morto, ela teve um enorme surto, foi difícil para conseguíssemos acalma-la, depois disso, Lisa parece que ficou apenas viajando, pareciam em outra dimensão. Em nenhum momento eu saí do lado dela.

— Lisa, tô achando muito estranho. – Disse Sana, uma amiga policial dela, filha do senhor Minatozaki.

Lisa parece ter acordado quando ouviu a voz da amiga. Ela passou as costas da mão no nariz.

— O que Sana? – Respondeu Lisa com a voz embargada.

Eu ficava olhando de um lado para o outro, fingindo não prestar atenção na conversa delas. Mas eu estava prestando atenção a tudo que se passava a minha volta e não só a conversa de Sana e Lisa.

— Já vi várias cenas em que temos certeza ter sido o anjo da morte, mas essa aqui, parece muito estúpida para ter sido ela. Muitas coisas apontam isso.

— Claro que foi ela, olha a adaga e o lenço. – Respondeu Lisa sem paciência, e com uma voz super grave.

— Qualquer pessoa pode estar querendo se passar por ela. Lisa, sério, a marca da mulher é a adaga com o lenço no coração, olha essa merda, está cravado é no pulmão direito do teu pai.

Tive uma leve vontade de rir, mas se segurei. Enfim alguém inteligente nessa palhaçada, me defenda igual eu te defendi Sana, minha pequena garotinha corajosa.

Olhei para Lisa, ela coçava o cabelo enquanto olhava para o corpo do pai. Eu só olhava para a câmera de segurança piscando, e que ninguém da polícia ainda tinha notado.

— Agora que você falou parece meio estranho mesmo. – Lisa fez uma pausa. — O lenço é diferente também. – Ela olhou para mim, e ficou me encarando, é agora que eu procuro uma rota de fuga? Estou com medo de a qualquer momento alguém ter a certeza que sou o anjo e me matarem aqui mesmo. — O que você acha Roseanne?

Meu coração estava acelerado. Por que eu? Okay, vou me defender já que tenho a oportunidade. Mas seja pacífica por favor Roseanne, nada muito desesperador.

— Não sou policial, e nunca presenciei nenhuma cena do anjo da morte, essa foi a primeira. – Eu disse chamando a atenção das duas para mim. — Mas pelo que Sana falou parece realmente estranho. Por que ela "erraria" tanto em um assassinato? Além de que ela sempre foi mais como um justiceira, não lembro dela matando inocentes.

— Você é realmente fã dessa mulher Rosé. – Disse Lisa.

— Eu não sou fã dela, só estou analisando os fatos.

Um dos caras da perícia chamou Lisa, e pelo que entendi ele pediu imagens das câmeras de segurança.

Enfim...

Lisa saiu do quarto, logo voltou com um notebook em mãos, ela sentou em uma cadeira e ficou mexendo por lá, creio eu que estava em busca das imagens.

— Não foi ela... – Lisa falou apontando para a tela. — Muito amadora para ser o anjo da morte, eu estive com ela hoje, ela é da minha altura, um corpo um pouco mais magro que o meu, e as roupas que ela usa, são roupas de alta qualidade. Quem matou meu pai não foi o anjo.

Os polícias ficaram fazendo uma série de perguntas, de quando Lisa tinha ficado cara a cara com o anjo, e se ela tinha absoluta certeza do que falava. Acho que me livrei dessa.

As imagens foram passadas para um pendrive, mas creio eu que ainda ficam armazenadas no computador de Lisa.

Tirei meu celular do bolso e mandei uma mensagem para Jimin.

"Jimin, quero imagens da câmera de segurança da casa dos Manoban. Quero toda a cena possível da morte do senhor Marco"

Travei o celular e coloquei no bolso, Sina me encarava com curiosidade, dei um sorriso forçado para ela.

Ouvi mais um bip do meu celular, era mensagem de Jimin.

"Fiquei sabendo do ocorrido, como você não pediu minha ajuda, eu sabia que não tinha sido você. Já fiz essa investigação antes da sua procura, as imagens estão no seu e-mail"

Eu tenho a melhor equipe comigo, profissionalismo de alta qualidade.

Abri meu email, fui direto em uma foto que ela havia me enviado. 

Que diabos é isso?

A mulher parecia um Power Rangers preto, entrou demais no personagem. Tive vontade de rir, mas me contive, apertei no botão para bloquear meu celular e coloquei ele novamente no bolso da minha jaqueta.

Resolvi me despedir de Lisa e voltar para casa, quero começar a dar uma estudada sobre essa mulher com Jimin e JK.

Você mexeu com a pessoa errada e principalmente com a família errada, anjo da morte falsificado.

Nos veremos em breve, isso é uma promessa.

(.) (.)

The angel of Death Onde histórias criam vida. Descubra agora