Linhas em nankin

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Boa madrugada, amores~

Não sei se estou totalmente satisfeita com este capítulo (em minha concepção, ele não está como queria ou deveria), mas é necessário.

Logo, dica do cap: Questionem tudo.

Edit(08/07/2024): Anteontem foi meu aniversário, mas o presente hoje vai para quem ainda está por aqui esperando eu tomar vergonha na cara e trazer FA e NAC de volta com as alterações. Tomem aqui, uma bomba de capítulos hoje para alegrar a noite e a madrugada. :)

P.S.: A repostagem sumiu com os comentários, eles ficaram apenas no final dos caps, então quem se sentir confortável em comentar durante os caps, eu adoraria. Adoro ler vocês.  🥹

Perdoem os erros, por favor, e avisem, se possível.

Boa leitura, doces!~

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Havia sangue na carta que Anaya entregou ao Capitão Park, sendo ele o primeiro dos reis a inrromper na antecâmara ao ouvir a voz da alfa e sentir o cheiro de Jisung se expandir, com medo.

Havia gotas grossas e vermelhas, manchando o papel por entre as palavras apressadas, escritas com verdadeiro desespero em meio aos últimos resquícios de tinta que deveriam molhar a caneta tinteiro. Alguns trechos também estavam mais finos, com marcas de água que mostravam que seu autor, além de sangrar, também chorava.

Era uma confirmação do que eles já sabiam, por alto.

Diferente das cartas usuais de Aurora, feitas em código versado para confundir aqueles que as interceptassem, a mensagem era clara, sem floreios ao contar o caos que se instalara no Caribe desde pouco tempo depois da saída dos herdeiros da região: Oficiais e piratas desertores, corsários, caçando, capturando e condenando os piratas que se recusassem a unir-se à coroa. Assassinando-os. Muitas vezes "sem intenção", antes de os prisioneiros chegarem à costa e às frias prisões cidade a dentro, esperando os julgamentos que os sentenciariam à praça pública.

Ele afirmou que, com a matança se espalhando como uma praga, não demorou para que os informantes dos navios que ficavam em terra fossem entregues, tal como ele mesmo provavelmente fora, e tinha corrido para tentar enviar o pombo antes de ser pego. Temia não ter tempo suficiente para avisar sua casa e alertava sobre a intenção maior da Espanha ao terminar o serviço no Caribe.

Aurora era mais forte, organizada. Uma ilha perdida e protegida massivamente, inclusive nas regiões menos habitadas, sem pontos fracos visíveis em sua superfície. Era para lá que mirariam quando a República acabasse. Para os reis e a base forte que se estabelecia sob eles, piratas que não mais navegavam.

Atacar o território mais fraco, então partir para o que realmente interessava.

Em seu fim, a mensagem era uma confissão de saudade, um pedido de perdão e uma declaração de amor.

Saudades, de seu povo, de sua vida e da ilha para a qual não voltaria ao acabar seu tempo como informante no Caribe.

Perdão, por qualquer coisa que, sob tortura, ele pudesse revelar e colocasse em risco tudo o que a Corte construiu.

Amor, de um ômega por uma alfa que ficara em Aurora, a tantos quilômetros de distância, e para quem ele tinha feito tantas promessas antes de partir.

A certo ponto, já nas últimas linhas trêmulas que marcavam o papel, Seonghwa não mais conseguia ler, as mãos se apertando contra a folha amarelada e seus olhos brilhando com lágrimas contidas.

Fora ele a escolher o informante: um ômega jovem e determinado, enviado com grande relutância de sua parte para cobrir um terreno extenso do Caribe. Ele deveria viajar durante dois anos, em busca de informações que beneficiassem Aurora de alguma forma, e retornar em definitivo no final do período para ser substituído por outra pessoa.

Filhos da AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora