Hawkins não é aquele tipo de cidade única, é parada e quieta e cheia de pessoas que vivem uma vida simples, Diana Hartley sabia bem; tinha velhos chatos, adolescentes irritantes e crianças que a faziam precisar de muita paciência, mas não era como s...
DIANA HARTLEY TINHA CINCO ANOS quando deixou Nova York e foi para o fim do mundo chamado Hawkins. Para ser completamente honesta, ela se recordava apenas de como havia se debulhado em lágrimas enquanto olhava uma última vez para o local, infelizmente ela não lembrava de muita coisa envolvendo os dias na cidade grande.
Apesar de algo em sua memória insistir em hot-dogs, dias quentes e poluição sonora acompanhada de um cheiro de escapamento que preenchia o ar.
Em retrospecto, talvez a mudança tenha sido melhor para seu pulmão e ouvidos, só porque Hawkins carregava essa mania de ter um silêncio ensurdecedor em momentos que realmente não deveria. Como agora, com ela sentada a alguns metros de distância do que deveria ser a festa da sua vida, ou algo assim.
Angie tinha dito isso a semana inteira, tentando convencê-la a sair de casa.
Falando dessa forma, parecia até que ela não passava de uma garota anti-social que nunca saía de casa, mas Diana tinha muito orgulho em dizer que sua vida social existia sim, muito obrigada, gostava de festas e de se divertir.
Ela só apreciava as poucas noites que possuía para dormir o dia inteiro e aquele sábado era ótimo para estar enterrada debaixo de cobertas quentinhas, pois Hawkins tinha um péssimo clima todos os dias possíveis, ainda mais no verão quando ficava quente demais.
Estava escondida em seu casaco grande e confortável, observando o copo vermelho que carregava, cheio com uma cerveja que ficou quente há algumas horas atrás, quando se viu presa no meio de todos aqueles adolescentes suados, felizmente ela conseguiu escapar da loucura e da música alta.
Diana conseguia admitir que se sentia um pouco sozinha na maior parte do tempo, a verdade era que ela sabia muito bem que só iria ali para ser a carona de Angie, que se divertia bastante naquele momento com o quase-namorado dela.
