Hawkins não é aquele tipo de cidade única, é parada e quieta e cheia de pessoas que vivem uma vida simples, Diana Hartley sabia bem; tinha velhos chatos, adolescentes irritantes e crianças que a faziam precisar de muita paciência, mas não era como s...
Diana acordou no dia seguinte por causa dos barulhos na cozinha interrompendo o sono dela, com certeza era Thomas em uma de suas tentativas de fazer um café da manhã decente, algo que ocorria todas as vezes que ele insistia, era traumático.
Ela se levantou, sonolenta, tentando não tropeçar nos sapatos que havia deixado no pé da cama, não que seu quarto ficasse sempre uma bagunça, mas ela tinha dias bons e dias ruins nesse quesito de arrumação.
Pelo menos as paredes com pôsteres do David Bowie nunca saíam da parede.
Sorrindo para o homem de cabelos ruivos, Diana agarrou seu walkman azul e colocou os fones, apertando os botões para deixar David inundar seus ouvidos. Ziggy played guitar, a voz começou e os ombros de Diana relaxaram, sentindo que estava flutuando, girando pelo quarto, movendo os dedos no ar como se estivesse tocando a guitarra.
David Bowie a fazia sentir viva, o sonho dela era um dia conseguir conhecê-lo.
A garota foi até o banheiro, que ficava em frente ao quarto dela, cada passo em uma dança idiota inventada na cabeça dela. Diana observou o reflexo no espelho, os cachos bagunçados, o cansaço que nunca a deixava, ela gostava da própria aparência, porém tinham vezes que as espinhas tomavam conta do rosto dela e sua autoestima se destruía.
Mas ignorou, para tentar não entrar naquele loop, onde ficava falando mal de si mesma.
— So where were the spiders, — Diana cantou, fazendo expressões exageradas, imitando o sotaque britânico de David — While the fly tried to break our bones?
