CAPÍTULO 5

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Visões desconexas apareciam em minha cabeça. Os lobos mandando ao mesmo tempo, deixava a minha mente uma verdadeira confusão.

Os estábulos eram grandes e limpos. Agradeci por isso.

— Gosta de cavalos, Clare ? – perguntou Lucien atrás de mim. Semicerrei os olhos.

— Vou andar a cavalo. Não posso ? – perguntei com os braços cruzados.

— Pode, mas não sozinha. – ele explicou.

— Se eu usar as meias do lado avesso... – fiz um carinho na égua branca – Você me deixaria cavalgar sozinha ?

— Meias do lado avesso – repetiu ele confuso.

— Para não me perder na floresta. – Expliquei – Humanos precisam fazer isso para que seus sentidos não sejam trocados. Se mantiver seus bolsos cheios de fruta secas, sua mente não vai ser influenciada.

— Onde escutou isso ?

Dei um riso nervoso.

— Não é preciso escutar. É mais como um senso comum onde eu nasci.

— Detesto estragar o seu senso comum. Mas, essas histórias sobre nós é mentira.

Olhei perplexa para ele. As regras dos feéricos do sul não se aplica aos feéricos do norte.

Dei de ombros.

— Vamos, então — falei, e Lucien gesticulou para que os cavalariços preparassem um cavalo. Eu me recostei a uma parede de madeira enquanto esperava, ofereci minhas respostas inexpressivas às observações de Lucien sobre o tempo.

A floresta estava totalmente vazia. Não havia nenhum sinal de feéricos, ou de qualquer Grão-Feérico perambulando. Onde eles estavam ?

Provavelmente na famosa festa de máscaras.

— Você disse que era um emissário de Tamlin — arrisquei. — Emissários costumam patrulhar a propriedade? — Uma pergunta casual e desinteressada.
Lucien emitiu um estalo com a língua.

— Sou emissário de Tamlin para ofícios formais, mas este era o turno de Andras. Então, alguém precisava preenchê-lo.

Observei o rosto nenhum pouco amigável de Lucien.

— Você poderia tirar a máscara? – perguntei em um sussurro. – Quero ver o seu rosto.

— A peste não permite.

Levantei uma sobrancelha.

— O que aconteceu para que a magia agisse assim?

Lucien soltou uma risada áspera.

— Algo foi enviado das cloacas do inferno – disse ele, e, depois, olhou em volta e xingou. – Eu não deveria ter dito isso. Se ela soubesse...

Entrei na cabeça de Lucien.

Quem?

Uma imagem de uma fêmea feérica. Os olhos de ébano, os cabelos vermelhos e uma cara de desprezo na natural.

A peste, a doença, é Amarantha.

Minha dançarina de cabelos vermelhos.

Meu brinquedinho.

A cor sumira da pele bronzeada de Lucien. Ele passou a mão pelo cabelo.

Passos silenciosos amassaram a grama em nossos costas.

Lucien virou a cabeça para a direita, ouvindo, o olho rangendo baixinho. Olhei para trás.

— Humana, olhe para frente.

ACOTAR- Corte de feitiços e rosasOnde histórias criam vida. Descubra agora