CAPÍTULO 9

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Amarantha

Uma criatura sem rosto com longas garras acariciavam o meu rosto, enquanto o medo me consumia por inteiro, eu não conseguia gritar, mas a criatura sorriu quando viu o medo em meus olhos. Mesmo que eu tentasse me mover, não conseguiria. A criatura acabará de corta as minhas cordas vocais. Eu não conseguia respirar corretamente ou pensar. Eu apenas tentava não me concentrar na sensação agonizante.

Olhos penetrantes me observavam de longe, como um lobo em uma floresta. A imagem estava embaçada, uma sombra crescente que cercava o meu corpo, observando. Alguma coisa estava olhando para mim com diversão.

Uma mão apertou o meu pescoço. Um corpo quente estava atrás de mim. Tentei lutar machucando com a minha unha, mas o aperto não parou.

A respiração parecia gritar para sair e quando minha visão estava quase preta. A pressão parou repentinamente. As unhas longas acariciaram o meu rosto e uma risada soou.

Medo me consumia.

Lábios frios deram um beijo em minha bochecha. Uma voz divertida um risinho em meu ouvido.

Corra, putinha de cabelos vermelhos.

Acordei paralisada com o rosto molhado de lagrimas, nenhum corpo quente estava do outro lado da cama. A comida que eu tinha comido no jantar subiu em minha garganta rápido demais, antes que eu conseguisse correr até o banheiro. Minha cabeça estava latejando de uma forma anormal, não consegui mais dormir naquela noite.


Corra.

Corra.

🌌☀️🌌

Rhysand.

Nunca tive um sono tão bom, tão revigorante. O lençol macio parecia me confortar.

Abrir os olhos vagamente e lembrei onde estava, no quarto de Feyre. O cheiro dela parecia está no meu nariz, a cama estava cheirando a ela. Eu estava de certo modo.

Na parede havia diversas coisas escritas com tinta preta. Números e letras. Uma grande mistura que não fazia o mínimo de sentido para mim. A lembrança de uma mão humana que pintava veio até mim, a mesma lembrança de meses atrás.

O banheiro parecia bom o bastante para tomar um banho, mas eu não seria tão ousado. Eu dormir na cama porque parecia ser mais uma ordem do que um pedido. Talvez, eu não deveria ter ficado minimamente decepcionado por ela não ter dormido do meu lado.

A porta bateu atrás de mim assim que dei o primeiro passo para fora do quarto. Como se fosse um feitiço automático.

Os corredor pareciam está esperando a minha saída, guardas e cortesãs estavam a espreita.

Ela não estava em lugar nenhum, as pessoas estavam atentas procurando e se recusando a falar o nome dela com medo que ela aparecesse para arrancar a sua medula espinhal como aviso.

Uma risada rouca que espalhou pelo ar dos corredores chamou a minha atenção. Como se alguém tivesse dificuldade para parar de rir.

- Você já nadou com golfinhos ? - era a voz de Feyre. Ela estava no corredor com Tarquin, conversando alegremente. Alegremente demais.

Olhei de relance escondido nas sombras. O olhar dele nela me dava náuseas.

- Eu nunca pensei em fazer isso. - ele confidenciou. - Você já?

- Sim, com golfinhos e orcas. É divertido se elas não estiverem tentando te matar... As brincadeiras delas são bastante pesadas. - Tarquin escutava cada palavra atentamente. - Uma delas, me puxou pelo pé até às profundezas e não me deixava subir. Depois, me soltava e quando eu nadava até a superfície e respirava um fôlego. Ela me puxava novamente. Quando consegui sair, meu pé estava em carne viva.

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