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Thomas

16 de janeiro.

Depois daquela discussão com a Sky eu decidi dar espaço para ela e achar um jeito de provar que eu não estou devendo para aquele cara e tudo não passou de um mal entendido.

Os dias se passaram com nós dois não trocando nenhuma palavra além de bom dia. Já cansado dessa situação, eu resolvi desabafar com o Léo.

— Problemas com a morena? — Ele perguntou rindo.

— Cala boca, porque quando você vem falar da loira eu escuto. — Respondi.

— Ui amor, ficou bravinha. — Ele continuou rindo.

— Idiota, to' falando sério. Já dei um tempo para ela e nada dela vir falar comigo. — Falei cabisbaixo.

— Talvez seja por que ela iníciou a faculdade essa semana e o pai e o irmão voltaram? — Ele respondeu como se fosse óbvio.

— Mas ela nem fala direito comigo, não passa de um bom dia. — Argumentei.

— Ela pode estar sem tempo ou não querendo olhar na sua cara, mas relaxa amor eu sei como resolver. — Ele deu um sorriso ladino.

— Como?

— A Sky está levando algumas coisas para a casa do pai e o Ben que está ajudando ela, mas como eu conheço ele muito bem, com certeza o Ben deve estar aos berros. Então basicamente você pode se oferecer para ajudar e quando vocês entrarem no quarto dela eu tranco vocês...

— E seremos obrigados a conversar. — Completei.

— Exatamente mero mortal!

— Então vamos colocar em prática! Se isso dar certo eu te ajudo com a Nat.  Vocês estão mais enrolados que o fio do meu fone. — Falei rindo

— Mas olha só, tá me tirando é?

—Meu pau, anda logo miséra.

Scarlett

Eu estava levando uma caixa para fora do meu quarto para depois colocar no carro do Ben, já que ele aceitou me ajudar a levar algumas das minhas coisas para a casa do meu pai.

Thomas estava passando pelo corredor ao mesmo tempo que eu, quando nossos olhares se encontraram e ficamos nos encarando por um breve momento, foi apenas por alguns segundos que mais pareceram uma eternidade, e sinceramente, era bom.

— Você quer ajuda com essas caixas? O Ben tá' perto de endoidar lá embaixo. — Thomas perguntou quebrando o silêncio e dando uma risada baixa.

— Quero. — Respondi dando uma das caixas para ele e ficando com a outra.

Eu não sabia como desenvolver uma conversa com ele, então preferi o silêncio.

Nós estávamos no quarto pegando outra remessa de caixas, quando alguém bateu a porta e nos trancou lá dentro (eu sabia que eu não deveria ter deixado a chave para o lado de fora).

— Isso que eu estou fazendo é para o bem de vocês, eu juro. — Reconheci a voz que era a do Léo. — Precisei fazer isso, porque esse assunto já está afetando a casa.

Thomas suspirou ao meu lado e se sentou em minha cama olhando para mim.

— Acho que ele tem razão, precisamos nos acertar.

— Eu concordo. — Me sentei de frente para ele.

Passei os últimos dias querendo realmente conversar com o Thomas, mas o tempo estava sendo o meu inimigo. Eu imaginei essa reconciliação de todas as formas, menos eu sendo trancada junto com ele. Se eu pegar o Leonardo eu mato ele, e a Natasha vai ficar sem o brinquedinho dela. Agora é hora de encarar o problema.

Desventuras Da Vida AdultaOnde histórias criam vida. Descubra agora