A Culpada.

Descobertas.

Não adianta culpar Aaron por tudo que aconteceu, porque querendo ou não, ele estava comigo quando eu mais precisei, assim como Bea, eles me ajudaram, me estenderam a mão e o principal, me amaram, e não há raiva ou ressentimento maior no mundo do que isso.

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Desde aquele dia, muitas coisas mudaram, como consegui terminar os estudos e até agora nem sei como.

Resolvi começar a faculdade de biotecnologia, escolhi essa área por que com pouquíssimo que sei já me fascino por completo, e saber que posso ter um conhecimento elevado sobre, me encanta.

Aaron adorou a ideia e pagou uma das melhores universidades pra mim, acho que nunca seria tão grata, começo no ano que vem, depois do natal.

- Jane tenho uma novidade - Bea fala pulando de alegria.

- Está gravida? - pergunto preocupada - Por favor diz que não.

- Não sua bobinha, não sou tão irresponsável quanto você - ela brinca.

- Então o que? - falo tentando imaginar.

- Math e eu marcamos nosso casamento - ela fala pulando de alegria e eu a abraço, me imaginando com Rick, e se a gente tivesse se casado? E se Nicholas tivesse nascido? O que aconteceria?

- Parabéns Bea, você merece alguém que te respeite e te ame acima de tudo - disse com sinceridade.

- Obrigada Jane, e você vai ser a madrinha - ela me abraça com força e apenas sorrio.

Pensando bem, desde aquele dia não vi mais Pattrick, quando fui em seu apartamento com Aaron pra pegar as minhas roupas, relutei em entrar, tudo parecia recente, ainda lembro de David me lançando no ar, Pattrick jogado ao chão e pior, a perda do meu filho, e um furacão de emoções tomaram meu ser.

- Vai ficar tudo bem Jane - Aaron diz tentando me acalmar como sempre anda fazendo, nossos dias são sempre assim, um ajudando o outro com traumas, rancores ou qualquer coisa do tipo.

- Me desculpe - falo o abraçando - Mas não quero entrar, não agora - disse baixinho.

- Tudo bem - sua voz calma me impressiona - Temos o dia todo - ele senta no chão e encosta na parede e faço igual - Não preciso me preocupar mais com o sol - ele ri.

- O que foi mais difícil pra você quando se transformou? - pergunto mudando de assunto.

- Acho que - ele pensa - A eternidade - olha rapidamente pra mim depois encara a rua.

- Por que? - pergunto curiosa - Pensei que diria que era matar pessoas - disse.

- Também, mas viver eternamente é pior por que não é tão agradável quanto parece, ainda mais quando se já fez de tudo - ele sorri - Eu sonhava em ter um bom emprego, casar com Jannaine e ter filhos e não sair matando por ai - ele finaliza.

- Mas deve ter sido legal ser um cara poderoso né ?- altero a voz para soar engraçado e funciona.

- Sim, tinha tudo que eu queria na hora que eu queria e como eu queria - ele também altera a voz - mas mesmo assim não era o suficiente - ele tira um cigarro do bolso - Isso pode me matar agora - diz enquanto encara o cigarro - droga - e o ataca longe e eu dou risada.

- Você não se contentava com nada então - digo.

- Não é isso Jane - ficou sorrindo pra mim - É que por incrível que pareça, era daqueles caras que davam valor ao mais simples, que se impressionava com qualquer coisa, mas com a eternidade isso tudo simplesmente perdeu a graça - ele coça a cabeça - Minha humanidade foi arrancada de mim sem eu poder pelo menos dizer algo - seu olhar era diferente.
- Tem raiva do Nathan? - pergunto mas depois vejo que era uma pergunto óbvia e irrelevante.