Capítulo 01

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Editado.
Boa leitura.

Meu nome é Janainne, mas me chamam de Jane, o que nunca gostei muito mas acabei acostumando, me mudei recentemente pra Seattle, e digamos que, esperava mais daqui..

Tenho dois irmãos, Jake que é meu gêmeo e Joe, o mais novo.

Decidimos vir para cá depois que meu pai faleceu, ele se matou um pouco depois do nosso aniversário de 16 anos, e nunca descobrimos exatamente o por quê, a minha mãe diz que é por ela não ter sido o suficiente, mas acredito que ele estava cansado de ter tantos vícios, cansado de lutar consigo mesmo.

É muito triste não ter ele aqui, quando estava bem, eram comuns a idas a lanchonetes, parques, ele sempre inventava um lugar novo pra nos levar..

Tínhamos o costume de ir a igreja aos domingos, meu pai nos pedia para ir. Jake dizia que isso o fazia sentir melhor, por perceber que estávamos seguindo aquilo que um dia fora ensinado a ele, mas hoje, o costume é de ir ao cemitério, embora pra mim seja uma perda de tempo, pois isso não trás ele de volta, minha mãe gosta de vir lhe contar como foi nossa semana, e depois Joe é obrigado a deixar um desenho qualquer.

E no momento é onde me encontro, em frente ao túmulo dele, escutando minha mãe chorando e se culpando por não ter sido uma esposa tão boa.

É muito ruim ver essa cena todas as semanas, queria dizer a ela para seguir em frente, dizer que ela não é culpada de nada, mas não posso dizer algo que nem eu fiz, tudo ainda me lembrava ele, e quando achava que não estava pensando a respeito de tudo, eu sonhava com ele sorrindo pra mim.

Espero um dia poder encontra-lo e perguntar o por quê fez isso conosco..

- Jane, me leva ao banheiro - Joe diz baixinho me tirando dos meus devaneios.

Assinto, penso em avisar minha mãe onde estava indo mas ela estava muito ocupada chorando, então apenas seguro a pequena mão de Joe lhe guiando ao banheiro com o uso permitido apenas aos coveiros, porém a maioria já nos conhece.

Espero Joe do lado de fora do banheiro, eu sabia que ele ia demorar então assim que avisto um conhecido, resolvo perguntar como estava.

Quando percebo ja tinha me afastado consideravelmente de Joe e de longe avisto um homem alto em frente o banheiro, nunca o vi ali, então fico um pouco preocupada, ando devagar em sua direção, e percebi que suas vestes eram escuras e ele parecia bem forte.

— Quem é você ? — Levo um pequeno susto ao ouvir tua voz, além de ser pega totalmente de surpresa, tinha certeza que fui cautelosa a não fazer barulho.

Ele permanecia com os olhos fechados, segurava uma rosa amarela em uma das mãos e estava de cabeça baixa.

Isso foi o suficiente pra eu me arrepiar, não era comum ver alguém daquele jeito, ainda mais na porta de um banheiro.

Eu não respondo nada, fico meio confusa com a situação e preocupada com Joe.

— Não acho que aqui seja um lugar pra garotas como você — era notável o tom irônico e grosseiro em sua voz.

Estranhamente ele já havia me irritado, mas não retruquei, não daria esse gosto a ele.

— Sai daqui, garota — ele engrossa mais a voz o que me faz recuar.

Nessa hora Joe sai do banheiro e eu o puxo rapidamente, saio apressada, olhando pra trás e ele ainda estava alí.

— O que foi ? — Joe pergunta.

Aponto para trás ainda meio sem fala e me surpreendo ao notar que o homem não estava mais lá, da mesma forma que ele apareceu, ele sumiu também, fico um pouco impressionada com aquilo, mas acabo deixando pra lá, afinal, foi só mais uma coisa esquisita que aconteceu comigo.

Minha preocupação era que ferisse Joe, minha família e eu não suportaria outro tipo de dor agora.

Sorrio forçado para Joe e seguro a sua mão, espero a a minha mãe e vamos todos embora em silêncio.

Com aquela chuva fraca meus pensamentos se encontravam nos próximos passos da minha vida, no que iria fazer diante de toda a melancolia que tudo se encontrava.

Aperto forte a mão dos meus irmãos que estavam ao meu lado no carro, e olho para a minha mãe pelo retrovisor que tinha os olhos tristes.

Eles eram tudo que eu tinha agora, e eu tinha que ser forte por eles.

A Culpada.Onde histórias criam vida. Descubra agora