A Culpada.

Adeus - Final.

Ter pessoas ao seu redor, é sempre maravilhoso, ter alguém pra amar, pra cuidar, proteger.

Eu passei a minha vida toda, sofrendo e tentando conviver com a dor de perdas, que infelizmente pra mim, foram várias, eu tenho e sempre vou ter dentro de mim, o sorriso deles, a felicidade que eles tinham de simplesmente viver, e sei que pensando assim, em qualquer lugar que eles estejam, vão perceber que eu os amo, que estou sem eles mas eles não estão sem mim.

Hoje em dia, ainda vou ao túmulo de todos eles, converso, brinco e as vezes até riu, pois acredito que mesmo não os vendo, eles estão ali, estão me observando e checando de que está tudo bem.

- Amo todos vocês - falo saindo do cemitério que acabara de passar quase duas horas só conversando com a minha mãe.

Eu entro no carro que demorou alguns anos pra comprar e que Nicholas fez questão de contratar um cara pra dirigir riu ao me lembrar disso.

Desde o dia que perdi o Aaron também, as coisas mudaram bastante, percebi que o amava, que ele me completava, mas não aproveitei o tempo que tinhamos, e além disso, vendi aquele apartamento e comprei uma casa que moro até hoje, temos duas suítes e um quarto, uma sala grande, cozinha bem espaçosa e atrás da casa, uma piscina e um balanço que era de Nicholas.

Jake ainda não tomou a fórmula, ele ainda não mudou de ideia sobre conhecer o mundo todo e discutimos uma única vez sobre isso, eu prometi que respeitaria sua vontade e até então é isso que faço.

Aaron deixou sua fortuna metade para mim e a outra metade pro Nicholas, e eu confesso que fiquei surpresa com isso pois pensei que ele deixaria tudo pra Annie, então paramos de trabalhar, com a grana que tinhamos não era necessário, porém me senti uma oportunista, mas não tinha como eu cuidar do Nicholas, estudar e trabalhar, não dava.

Annie sumiu do mapa, eu tentei várias vezes um contato com ela mas não consegui, então simplesmente deixei de lado, e até acho que foi melhor assim.

Jake voltou a estudar e depois fez duas faculdades, em uma delas conheceu uma garota, obviamente não se apaixonou mas se interessou e ela o mesmo, então ele disse a ela o que ele era, explicou tudo que sabia sobre sua " raça " e ela pediu pra ser transformada pra viver com ele pra toda a eternidade, e é exatamente o que ele fez, os dois estão juntos e pretendem adotar uma criança, quando ele me contou isso eu ri demais, quase não acreditei quando me contaram, adotar uma criança ?Eles são vampiros! Jake ficou bravo por uns dias mas depois nos resolvemos.

Terminei a faculdade de biotecnologia, e durante todo esse período, conheci vários caras que me diziam estar apaixonados, não me envolvi com nenhum deles, pois naquele tempo, ainda era muito recente o que aconteceu e até hoje, considero recente também, e por isso, não me casei, a minha vida funcionava em função do Nicholas, Jake e da Ravena, minha filha que adotei, lembro como se fosse hoje.

Fomos eu e Nicholas, ele estava com mais ou menos treze anos e ele queria muito uma irmãzinha, quando cheguei lá, conheci cada menina e me apaixonei por todas, mas quem teve destaque foi ela, a pequena Ravena, ela tem olhos claros, cabelos bem pretos e ela é muito carinhosa, a adotei com quatro anos e desde então sempre foi um amor, atenciosa, amorosa e eu a amo como se fosse minha, e me pergunto como alguém poderia abandona-la.

Quando contamos a ela sobre o que eu, Nicholas foi e o que Jake é, ela agiu tão naturalmente que me senti aliviada, disse até que queria se transformar depois que completasse seus 18 anos, claro que a mamãe aqui, não deixou, mas filhos são filhos, não se pode para-los, quanto mais nãos você diz, mais eles querem, hoje ela está morando em outro estado com a sua companheira, foi complicado deixar a minha filha ir morar com uma garota que ela alegava ser amiga, mas conheço minhas crianças e o olhar que ela tinha sobre a Manuelly, não era de apenas uma amizade, quando eu finalmente consegui faze-la dizer sua opção sexual, ela disse que as duas já estavam a quase dois anos e tinha medo da minha reação que foi super normal, não poderia obrigar ela a gostar de homem e mesmo se pudesse não faria pois sempre dei apoio aos dois principalmente nesse sentido.