❄️Capítulo X❄️

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Os dias felizes se repetiam.

Minha mãe era uma médica que sempre fazia medicamentos para a cura de demônios, meu pai como exterminador não a apoiava tanto, sabia que ajudar pobres pessoas que se tornaram vazias e sem almas era como enfrentar Muzan diretamente.

Depois de uma longa data observando minha mãe chegando a exaustão e meu pai quase não ficando em casa eu sentia que aquela varanda era o único lugar onde não havia mudado.

Asuri --- Mmm~ que horas são? Mamãe não está na cama ainda? ---

Falava comigo mesma enquanto esticava minhas pequenas pernas até alcançarem o chão para que eu saísse da cama.

Asuri --- Mamãe? ---

Ela estava novamente dormindo sentada com a cabeça sob sua mesa de pesquisas com frascos de remédio a sua volta, suspirei enquanto buscava uma coberta e colocava nela.

Asuri --- Está ventando bastante, ninguém fechou as portas da varanda? ---

Caminhando cuidadosamente para não acordar minha mãe e meu pai que dormiam, encostei minha mão na maçaneta da porta preparada para fechá-la, quando aquela fria brisa me chamava para sentar.

Asuri --- Já se passou quanto tempo que eu fiquei aqui com meu pai? Três meses? ---

Me sentei solitária balançando as pernas na beira como sempre, fechei os olhos deixando que o vento batesse em meus cabelos curtos e castanhos, eram da mesma cor que os da minha mãe.

Despertando da brisa eu olho atentamente para as árvores e então para a fofa neve no chão

Asuri --- Quem está ai? ---

Fechei minha cara sabendo que eu estava protegida por meu pai, afinal ele era um espadachim, assim que eu gritasse ele viria me salvar.

??? --- Você é perceptiva ---

Uma suave voz vinha de meu telhado

Asuri ---- Em cima? Eu definitivamente vi a neve sendo esmagada por passos bem do meu lado logo agora ----

Procurei com meus olhos por toda a parte, cima, baixo, lados, mas era como se nunca ninguém estivesse vindo ali.

Foi quando uma forte rajada de vento levantou a neve do chão e ali surjia a figura de um homem com um chapéu branco, pele tão pálida quanto a minha e uma roupa deslumbrante.

Asuri --- Quem é você? ---

??? --- Não é necessário
apresentações ---

Sua mão se aproximava de meu rosto e suas garras avermelhadas apareciam, as únicas coisas que eu podia fazer era ficar imóvel, tinha medo.

??? --- Oh, parece que a diversão vai ter que acabar ---

Ele dizia afastando sua mão.

??? --- Mas não se esqueça... ---

Fazendo um sinal de silêncio em sua boca eu só conseguia olhar para ali.

??? --- Você nunca deve falar o nome... Muzan Kibutsuji ---

Meus olhos tremiam, eu suava frio e estava arrepiada, mas mesmo assim não conseguia me mecher, nunca tinha sentido esse sentimento.

Pânico?
Inferioridade?

Realmente não sei.

Pai --- Filha? ---

Prendi minha respiração com o susto da mão de meu pai em meu ombro, desesperada olhei para direção onde o homem estava, não, onde Kibutsuji estava e já não havia mais ninguém lá

??? --- Eu voltarei~ ---

Soou uma voz distante em meu ouvido.

Asuri --- Só eu ouvi? ---

Me virei para meu pai, foi então que percebi sua cara de preocupação, ele definitivamente tava tentando falar comigo mas eu não ouvia nenhuma palavra.

Tudo ficou preto e eu desmaiei.

Passei dias na cama com um sentimento de divisão dentro de mim, contar ou não contar para meus pais? Se eu contasse ele os faria mal?

Com tantas incertezas dentro de meu pequeno coração cheguei a conclusão de que eu mesma o procuraria, ao menos protegerei oque é realmente importante pra mim, para que nossa família brilhe novamente...

Sem mim.

Foi então que novamente eu me encontrava solitária naquela varanda sem que ninguém soubesse.

Asuri --- Hoje parece ainda mais frio nessa noite ---

Dizia baixinho enquanto soprava minhas mãos para que elas se aquecessem.

Esperei. Esperei por muito tempo mas Muzan não apareceu, cansada de esperar eu disse seu nome.

Asuri --- Muzan...Kibutsuji ---

Sua aparência era assustadora, os olhos avermelhados brilhavam com o contraste daquela lua

Kibutsuji --- Parece que nos encontramos mais rapidamente do que eu pensava ---

Dizia com um sorriso e a única coisa que eu pensava era que sua noção de tempo era horrível, já fazia mais de um mês desde que eu o vi pela primeira e única vez.

Asuri --- Eu tenho algo a te pedir ---

Kibutsuji --- Como ousa um mero humano? ---

A expressão que ele fazia agora era de nojo e desgosto, mas eu ainda não havia acabado de falar

Asuri --- Eu sempre soube que Onis existiam desde que nasci, então também sei oque sua presença aqui significa... ---

Kibutsuji --- ... ---

Asuri --- Então por favor! Peço que em troca de minha vida, não encoste em meus pais! ---

Chorando, ajoelhada diante um ser com um poder imenso que poderia destruir tudo a sua volta se quisesse, era assim que eu me encontrava enquanto perdia minha humanidade e racionalidade.

Kibutsuji --- Muito bem, eu não encostarei neles... ---

Ele respondia inserindo uma de suas garras afiadas em meu crânio.

Senti muita dor e meu corpo era como se queimasse por toda parte, era uma dor que não importava o quanto eu gritasse, isso não aliviava.

Kibutsuji --- ...Você é quem vai, minha linda marionete ---

Ele sumia com o vento novamente.

Não me lembro de nada a partir daí, então todos os relatos seguintes foram de suposições.

Devido aos meus gritos de dor, meus pais se levantaram rapidamente e correram até a varanda, onde havia uma linda oni de cabelos brancos e os mesmos olhos azuis que sua filha tinha.

Continua...

❤️Deem votos e obrigada pelos 10k de leituras!❤️

❄️Kimetsu no Yaiba e a Meia-Oni do Gelo❄️Onde histórias criam vida. Descubra agora