❄️Capítulo XI❄️

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🦋"Viva minha Kiseki"🦋

Mãe --- F-Filha?

Perguntava minha mãe enquanto tremia e se desmoronava no chão em prantos.

Já eu transformada em oni, rapidamente fui atacá-la.

Pai --- Se afaste!

Gritava meu pai também em choque, porém ele fazia de tudo para que pudesse proteger minha mãe.

"Apesar de tudo ela ainda é minha filha"

Era essa tola frase que ecoava na cabeça de ambos, e eu tentava matá-los com toda minha força.

Para um oni chegar a ter mudanças físicas após a transformação, significa que recebeu uma grande quantidade de sangue, logo seria bastante forte, e meus cabelos que eram castanhos ficaram brancos, minha força era extrema que nem sequer meu pai, um caçador, poderia lidar comigo sem uma katana.

Mãe --- O remédio! É isso!

Minha mãe adentrava desesperadamente em casa procurando dentre seus frascos algum que poderia fazer algum efeito em mim naquele estado.

Pai --- Ugh! Q-querida... Fuja...

Ela estava tão submersa em procurar o remédio, que nem se deu conta que meu pai já estava derrotado no chão, aquela poça de sangue a volta dele fez com que minha mãe começasse a chorar instantaneamente, aquele era o pior cenário que ela poderia imaginar.

No começo de sua vida ela se deparou com muitos onis que choravam segundos antes de morrerem por terem suas memórias de volta, foi assim que ela decidiu que curaria todos eles apesar do risco...

...mas ela nunca teve sucesso...

Mãe --- Eu espero, do fundo de meu coração, que essa funcione

Dizia apertando um frasco de remédio em sua mão e olhando fixamente para o cadáver de meu pai no chão comigo ferozmente arrancando pedaços de sua pele.

Mãe --- ela agora está em um estado que não consigo pedi-la para tomar esse remédio... Como eu pensei... Essa será minha única opção não é?

...querido ---

Ela simplesmente correu em minha direção, me abraçando com todas suas forças colocando o remédio em minha garganta enquanto eu a feria para que fosse solta, mas parecia que nada disso era o suficiente para romper sua determinação.
Ficamos lutando até cairmos no chão, e eu estava por cima dela a devorando quando pela primeira vez recobrei meus sentidos.

Mãe --- Me desculpe filha...

Sua voz era fraca e quase não conseguia ouvir.

Asuri --- O--o--Oque?-

Minha mãe me interrompia com sua mão trêmula em meu rosto secando minhas lágrimas.
Dando um fraco sorriso ela dizia:

Mãe --- Não pense nisso, apenas
fuja e-

Não sabia se era pelo medo do que havia acontecido com meus pais, ou se era pela neve densa que me fazia sentir como se fosse incapaz de correr, mas a única coisa que me fazia fugir eram as últimas palavras de minha mãe "(...) Viva... Minha Kiseki"

Asuri --- Ah... Ah... Ah...

Passei dias e noites correndo....

Asuri --- Porque tem sangue em minhas mãos de novo?

Correndo...

Asuri --- Eu acordei em um lugar diferente...

Correndo...

Asuri --- Está tudo bem... Eu só preciso fugir.

Correndo...

Até que eu me deparei com um homem de aparência frágil com duas crianças segurando cada uma de suas mãos em baixo de uma árvore de cerejeira.
Ele parecia incrivelmente surpreso ao me ver, as crianças continuavam com um rosto sereno.
Não muito tempo depois de olhá-lo eu senti como se meu corpo estivesse chegado ao seu limite, quando cai ajoelhada naquele gramado havia dois metais gélidos em minha garganta.

Kagaya --- Minhas crianças...

Uzui --- Esse não é um jeito nada belo de aparecer aqui...

Sua cara para mim era de decepção.

Iguro --- Como soube da existência desse lugar?

Já o outro homem com uma cobra em seu pescoço estava ajoelhado ao meu lado com um olhar assustador sob mim.

Kagaya --- Está tudo bem agora, por favor, retirem suas katanas de seu pescoço

Asuri --- katanas?

Meus olhos tremiam enquanto eu olhava atentamente para suas katanas e em suas expressões, pareciam que se fosse preciso eles realmente cortariam minha cabeça, mas caso isso acontecesse...
...Oque aconteceria com o pedido que minha mãe me fez?

Iguro --- É melhor você me responder

Eu sentia cada vez mais a ponta da katana furar meu pescoço.

Asuri --- Preciso fugir ainda mais?

Apertei a terra em baixo de mim de frustração, quando de repente senti como se já soubesse oque fazer para escapar daquela situação.
Rapidamente joguei terra nos olhos do homem ajoelhado e então chutei a katana do outro com apenas um chute, me joguei para trás conseguindo me afastar da segunda katana, ficando ainda mais próxima daquela árvore de cerejeira.

Kagaya --- Essa maldição pode ter me tirado a visão, mas ainda posso ver as pessoas atrás da sua áurea.

Ele se aproximava de mim com seus olhos roxos como se olhasse minha alma.

Asuri --- Ele é cego?

Assim como um gato amedrontado, eu me afastei de sua mão que iria tocar a minha cabeça.

Kagaya --- Certo, sou Kagaya Ubuyashiki, esses são meus "filhos", Obanai Iguro e Tengen Uzui, ambos são hashiras

Asuri --- H-hashiras?! Assim como meu pai!

Kagaya --- Presumo que isso soa familiar

Iguro --- Por favor mestre! Se afaste dela! Não sabemos nada sobre ela!

Uzui --- Além de que ela está toda bagunçada.

Sinto uma brisa e um leve som vindo do telhado de uma casa de madeira que estava a nosso lado, por curiosidade eu olhei, avistando uma mulher com kimono de borboleta.

Shinobu --- Mestre, as vestimentas dessa garota estão com sangue assim como suas mãos e rosto, oque acha que isso significa?

A mulher sorria enquanto o "Mestre" olhava para as duas crianças ao seu lado, com um sorriso no rosto e uma voz serena ele pedia para que as gêmeas confirmassem

Kagaya --- Kiriya, Nichika, isso é verdade?

Kiriya,Nichika --- Sim pai.

Shinobu --- Você deve ter matado umas 4...não... Umas 20 pessoas?

Aquela mulher ja estava ao meu lado apoiando um de seus braços em meus ombros

Asuri --- E-Eu nunca-!!!

Shinobu --- Nunca? Então acha que esse sangue todo aparece do nada? Não teve nenhum acontecimento estranho recentemente?

Continua...

❄️Kimetsu no Yaiba e a Meia-Oni do Gelo❄️Onde histórias criam vida. Descubra agora