Terminando de carregar as caixas que as meninas pediram, Eren estava concentrado no seu trabalho enquanto Levi recortava alguns morcegos para que colocassem na sala. Todos estavam terminando de organizar suas salas o mais rápido que podiam, pois a festa seria naquela tarde e todos estavam ansiosos para saber quem venceria por melhor tema e organização naquele ano.
Pra falar a verdade, Levi queria estar fazendo qualquer coisa, menos aquilo - até porque não tinha um pingo de interesse no que estava acontecendo. Infelizmente não teve escolha e acabou tendo que participar, embora tivesse com uma pulga atrás da orelha insistindo que deveria prestar atenção nas ações dos amigos do Eren, que estavam estranhos. E por pensar neles… Ambos passaram na sua frente e foram na direção do moreno que, ao vê-los, sorriu de imediato.
"Finalmente o casal decidiu aparecer." falou, todo brincalhão. "Já fizeram a parte de vocês? Porque eu tô com uma leve impressão que estou fazendo a de vocês." provocou, inclinando sua cabeça para o lado, o que deixou sua aparência meiga.
Suspirando, Mikasa o encarou com seriedade. "Precisamos falar com você, Eren. E dessa vez é bem sério."
Franzindo o cenho, deu de ombros ao assentir. "Se você diz. Então… Vamos agora?" perguntou, não muito certo do que fazer por não ter ideia se fez algo que os incomodou.
"Claro!" falou Armin, dando um sorriso nervoso. "Quanto antes conversarmos, melhor ficaremos."
Parando atrás do casal, Levi pôs uma mão no ombro do loiro, que saltou de susto pela aparição repentina do menor. "O que- Levi?!"
"Ah… Oi…" falou, timidamente. "Eu só-"
"Estamos conversando no momento. Assunto privado." disse Mikasa, encarando-o nos olhos sem temer o brilho em seu olhar.
"Ah, claro. Sinto muito." murmurou, ao dar um passo para trás, fingindo ficar magoado.
"Não fale assim com ele, Mikasa. Levi não merece esse tratamento." disse Eren, bastante arisco. Sua feição fechou pela raiva, e ele não poupou tempo em ir até o menor para abraçá-lo. "Não ligue para eles, meu amor."
Escondendo o rosto em seu peitoral, Levi deu uma leve puxada em sua camisa, pedindo silenciosamente para que o moreno se abaixasse, e quando o mesmo fez, ele sussurrou em seu ouvido: "Estou desconfiado deles. Tome cuidado, por favor." dito isso, se afastou, observando-o voltar com sua postura normal.
Sem desviar seu olhar do dele, Eren perguntou em um tom calmo: "Tem certeza disso?"
Com um acenar de cabeça, Levi deu outro passo para trás. "Desculpe mais uma vez, vou voltar ao meu dever." falou, deixando-os sem sequer olhar para trás.
Observando-o ir, Eren manteve sua expressão o mais neutra possível, não deixando seus sentimentos verdadeiros virem à tona. Ele confiava com sua vida em seu amor, então se Levi desconfia, é seu dever protegê-lo. "E então?" quebrou o silêncio, sorrindo quando teve a atenção dos amigos. "Vamos ou não?"
Tirando um segundo para se encararem, os dois assentiram ao fazer o caminho para fora da sala, não notando que de onde estava, Levi os observava. Os três não foram muito longe, pararam em frente a quadra caracterizada e vazia - que não ficava muito longe da sala. O trio permaneceu em silêncio por um curto segundo, antes que Mikasa quebrasse aquele clima tenso que havia se estendido no ar. “Eren, não vou enrolá-lo por mais tempo. Não confiamos nele, e antes que fale algo, permita-nos mostrar.”
Sem ter chance de falar algo, sua atenção mudou para o Armin, que logo tirou um livro velho de sua bolsa. “Tivemos trabalho, quase não achamos para falar a verdade, mas conseguimos e aqui está. Eren, esse é o diário do meu tataravô, o homem que trabalhou para a família Ackerman em sua era de ouro.” disse, já abrindo o livro em questão na página marcada, não poupando tempo para ler. “O ano é de 1921, continuo estranhando as aparições e a presença hostil no antigo casarão em que trabalhei por anos. Alguns dizem que sou louco, mas sei que não sou. A minha menina, minha filha de criação, não descansou. Sinto que mais ninguém acreditará nisso, mas a Lady Mary está na casa. E ela não permite que ninguém mais invada. Sinto-me culpado pela morte do Senhor Smith. Não sei muito sobre ele, mas acredito que não era necessário aquela morte. Pelos deuses… Aquela cena me causa arrepios. Sou grato pela confiança em deixarem seus bens para mim, mas nada disso me pertence. Ainda há-”
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Bloody Mary
FanfictionDois lados de uma mesma moeda, era o que podíamos dizer sobre eles. Almas gêmeas que nunca poderiam encontrar sua felicidade, pois estavam condenadas desde o momento em que puseram os olhos uma na outra. Até aonde você iria se fosse para se vingar...