Capítulo 18

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Naquele mesmo dia, no centro da cidade, em uma biblioteca importante por conter documentos oficiais de quando o lugar havia sido fundado, encontrava-se Armin, investigando através das grandes prateleiras cheias de livros. A cada dia que se passava, mais desconfiado o loiro se encontrava, e isso acabou atiçando a curiosidade da namorada, que agora fazia o mesmo que ele. Ambos haviam tomado a decisão e marcaram aquele dia para irem procurar por alguma resposta, mesmo sabendo que as chances de estarem totalmente errados era absurdamente alta.

Andando de um lado para o outro enquanto lia com bastante atenção o conteúdo do livro, Mikasa franziu o cenho ao suspirar, fechando-o audivelmente. "Isso é loucura..." murmurou, começando a acreditar que aquilo havia sido uma tremenda perca de tempo.

Armin, que estava sentado na escada de madeira apoiada na estante – de onde havia retirado o livro que lia -, voltou sua atenção para a amada com um olhar suplicante. "Não desista agora. Possa ser que estejamos deixar algo passar. Ou então... Talvez estejamos procurando pela pessoa errada." Tentou usar algum argumento convincente, tentando apelar pela esperteza, mas a outra jovem não parecia satisfeita com isso.

"Passamos quase o dia inteiro aqui, e não encontramos nada. Logo irá anoitecer e ainda estaremos aqui. Foi uma perca de tempo."

"Mas... Mas...!"

"Armin, vamos para casa. Estou cansada já. Com certeza você só está tentando esconder sua raiva pelo que ele fez ao meu pulso."

Bem, era um ponto. Mas não o motivo completo de sua desconfiança. Armin não era tão estúpido assim. Lembrando-se bem das sensações que sentia sempre que Levi estava por perto, ele não conseguia evitar de pensar que havia algo muito errado acontecendo. Ainda sim... Olhando para Mikasa agora, ele não conseguiu deixar de suspirar. Não havia jeito, ela não iria ajudá-lo mais.

"Tudo bem. Vamos."

Apesar de concordar com ela, sua mente ainda estava decidida de que tinha algo errado, e isso o deixou inquieto. Mordiscando seus lábios em agonia – por sentir e não conseguir comprovar sua intuição - , fechou o livro devagar, não querendo fazer isso de fato, mas antes que ele se fechasse por completo, algo o atraiu. Voltando a abrí-lo, folheou até a página onde havia visto uma imagem de fotografia antiga.

Impaciente, Mikasa cruzou os braços. "Armin?" chamou, começando a estranhar as atitudes do namorado ao vê-lo tremer sem conseguir desviar o olhar do que via. "Armin?"

De volta a página, naquela fotografia antiga, bem ao longe poderia ser visto uma figura quase apagada próximo das árvores enquanto o foco principal era o Lorde Ackerman e sua herdeira, Mary Ackerman. Forçando sua vista, arregalou os olhos. Mesmo com a figura quase invisível, ainda sim, Armin não era louco, aquilo era o Eren de alguma maneira.

Com suas mãos trêmulas, Armin tirou o celular do bolso e tirou uma foto, tanto da fotografia quanto da capa do livro – no caso de precisar provar a legitimidade do que tinha. Feito isso, fechou o livro e o guardou de volta em seu devido lugar, descendo a escada logo em seguida com passos apressados. "Acabei de lembrar que tenho que estudar para o teste do curso."

Franzindo o cenho, Mikasa falou: "Você sempre foi um péssimo mentiroso."

Vendo que não tinha outro jeito, Armin tratou de explicar o mais breve possível: "Se antes já era estranho o nosso palpite, agora ele se tornou assustador." Ao dizer isso, entregou o celular já desbloqueado e com a imagem na tela para que a jovem visse sua descoberta.

Demorou cerca de alguns segundos até que ela arregalasse os olhos ao arquear as sobrancelhas, totalmente incrédula. "Isso é..."

"Eu disse." Murmurou, "Assustador, não é?"

Bloody MaryOnde histórias criam vida. Descubra agora