jantar

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— Ah! — enfio a espada na parede com um movimento de punho, meu cérebro funcionando devagar.

— Você ainda vai acertar algo importante, Snow — ele ralha, antes de voltar a falar no telefone. — Espera aí, Bunce, estamos indo abrir — eu vou.

— Por Circe, que demora! Eu estava quase arrombando — ela diz, entrando sem cerimônias, seguida de Shepard.

— A gente estava dormindo! Oi, Shep.

— Simon! Feliz aniversário! — ele me abraça, todo animado.

— Obrigado!

— Aqui, comprei uma coisa pra você — ele me estende uma sacola. Ainda não me acostumei a vê-lo sem a jaqueta.

— O quê? Não precisava se incomodar... Eu-

— Que nada, você tem que ter opções de jogos em casa — é um twister. — Eu adoro esse.

— Massa! Podemos jogar depois! Obrigado! — Baz vem para a sala; seu cabelo está um tanto mais ajeitado. — Olha, lindo: Shepard me deu um twister.

— Boa noite, Shepard. Twister? Minhas irmãs amam.

— Aposto que ganho de você — desafio.

— Você ouviu o que eu acabei de dizer? Tenho bastante experiência, Snow. Aliás, minhas pernas são mais longas. Eu ganho. Cadê a Bunce?

— Acho que foi pra cozinha — Shep responde. Eu deixo os dois ali e vou atrás dela. A porta da geladeira está aberta.

— Ei. O que está fazendo?

— Guardando seu presente de aniversário.

Penny! Você também?

— Eu não ia comprar nada, mas Shepard insistiu que queria te dar o jogo assim que soube que era seu aniversário. A gente foi no mercado no caminho, daí vi isso e pensei que você ia gostar.

Penny me mostra um tablete de papel alumínio dourado. É manteiga. Mas não qualquer manteiga. É uma manteiga chique. "Especial. Com ervas e pimenta", diz a embalagem. Juro que meu estômago reage.

— Penny! — eu beijo a bochecha dela. Penso que ela vai reclamar (ela chega a abrir a boca), mas só solta o ar.

— De nada.

— Preciso de uma colher — me adianto para a gaveta.

— Sabe qual a melhor parte? — Penny começa, irônica. — Shepard nem tem dinheiro! O que não seria um problema se ele não reclamasse quando eu uso um feitiço pra multiplicar — eu sorrio. Shep faz bem para ela, eu acho. — "Eu vou te pagar quando a gente recuperar minha caminhonete e eu estiver em casa", ele falou pra mim. Ele espera que a gente chegue na casa dele com qual dinheiro, senão o que eu fizer com magia?

— Espera aí, o quê?

Nos reunimos, nós quatro, na sala — carrego comigo a colher cheia de manteiga (é uma delícia, a propósito!) —, onde Penny e Shepard explicam que vão voltar aos Estados Unidos. Algo sobre a picape dele, roupas, passaporte e um tal de Ken. Ele vai voltar para cá (Shep, não o Ken. Nem entendi direito quem é o cara).

A última coisa que Baz quer é pisar nos EUA, e eu também não estou muito a fim, para ser bem sincero, mas nos oferecemos para ir junto de qualquer forma. Penélope diz que não precisa — tenho a sensação de que ela não quer que a gente vá com eles, o que me faz rir um pouco. É engraçado/fofo ver Penny assim, gostando mesmo de alguém (não é a mesma coisa de quando ela estava com Micah). Agora que sei que tem algo entre eles não dá para não perceber os olhares dos dois.

21 de junhoOnde histórias criam vida. Descubra agora