Laís
Nada melhor do que acordar mais um dia no Rio de Janeiro, mas quando você acorda com uma gritaria do caralho é foda.
- ME DAR É MEU NALU - diz batendo na porta do quarto da irmã.
Elas tem um problema que não acordam de bom humor e ainda por cima as duas, e eu tenho que aguenta isso todo santo dia.
- Para de gritar gasguita - falou abrindo a porta e devolvendo o blush da Malu.
- Gente pelo o amor de Deus, ainda são nove da manhã - digo assim que elas chegam na cozinha já arrumadas
- Cala a boca - disseram juntas
- Tá bom da gente comprar um carro né? - digo colocando café pra mim - Se for parar pra pensar o nosso maior gasto é em motorista de aplicativo.
- Vocês que sabe - Nalu diz pegando uma maçã .
- Tanto faz pra mim - deu de ombros
- Depois a gente discute isso melhor - levanto e pego minha bolsa - Se cuidem - digo já saindo.
- Manda a localização quando tiver no uber - Malu diz seria e eu concordo.
A Malu pode ser do jeito que é, mas não mexa comigo e nem com a Nalu se não ela vira bicho. Saio do prédio e vou direto pra clínica onde trabalho.
Já tava quase no meu horário, mas faltava só uma consulta e o cliente não desmarcou e nem avisou nada. Fui na recepção pra saber se a moça deu notícia e nada.
- Boa tarde - uma mulher de cabelos longos entra na clínica desesperada.
- Boa tarde - digo olhando para o gatinho nas mãos dela - Como posso ajudar?
- Moça pelo o amor de Deus - coloca o gato nos meus braços - Ver se esse gato tá vivo - fala nevorsa.
Vou até a minha sala rapidamente e a moça me acompanha. Examino o bichinho e ele tinha fraturada a patinha traseira e a orelha estava muito machucada. Dou os medicamentos necessários para o animal que ficou de repouso por algumas horas.
Quando terminei de cuidar do gatinho fui fazer a ficha do animal pra checar algumas informações necessárias.
- Como se chama? - olha pra moça que ainda tava assustada.
- Lizandra Fontes - fala olhando pro chão.
- Prazer Liz, pode me chamar de Doutora Laís - digo me apresentando para ela - E o que aconteceu com o seu bichinho?
- Ele não é meu - me olha - Eu acabei atropelado ele e vim correndo pra primeira clínica que vi.
- Você fez muito bem - pego na mão dela que tava gelada - Não precisa se preocupar, ele vai ficar bem - digo e ela dar um suspiro de alívio.
- Doutora, não foi porque eu quis, eu juro - ela diz ainda assustada.
- Só Laís - sorrio pra ela - Tá tudo bem, pode ficar tranquila - sento na minha cadeira já colocando as informações no sistema - Liz, você pretende ficar com o gatinho?
- Não doutora - diz - Mas ele vai ficar em algum abrigo?
- A clínica tem uma parceira com uma ONG protetora de animais indefesos, ele ficará bem - digo e vejo ela ficar mais tranquila - Pode me passar seu contato, por favor?
Fiquei um tempo resolvendo o caso desse bichinho que chegou na clínica e logo fiz amizade com a Lizandra e a coitada da mulher ficou morrendo de medo de ter matado o gatinho.
Deu o meu horário e fui embora. Entrei em casa e tava um caos, as meninas andavam pra e cá atrás de biquínis.
- Oi Laís - Xamã sorrir pra mim quando me ver.
- Elas vão pra onde com essa pressa toda? - pergunto largando minha bolsa em cima do sofá sentando no mesmo.
- O Cabelinho chamou geral pra ir pra praia - diz me olhando - Não vê o grupo é?
- Eu tenho mais o que fazer sabia? - digo levantando para ir me trocar.
- Já colocou o protetor solar na bolsa Malu? - Nalu diz saindo do carro
- Ei, eu esqueci - ela diz tranquila.
- Caralho, eu disse umas mil vezes pra tu colocar, Malu - olhou feião pra ela
- A Anna empresta pra nós - abraçou a irmã pelo pescoço - Bora logo.
- Caso de amor e ódio - falei pro Xamã que me acompanhava.
- Tô ligado mermo - diz rindo.
Caminhamos um pouco e vimos o Cabelinho, o Ret com o filho e a esposa e as meninas correram na direção deles.
- Oi pessoal - Nalu diz e abraçou o cabelinho por trás e todos responderam.
Eu não entedo a deles, de verdade. Eles ficam mais se tratam como amigos.
- Eai morenas mais gostosas desse Rio de Janeiro - Cabelinho fala.
- Você fala isso pra todas né? - pergunto tirando o short.
- Tá de caô? - me olha como se tivesse ficado ofendido - Pra todas não, só pra metade pô.
Quando ele fala todos começaram a rir e ele fica sem entender, idiota. Logo em seguida o Filipe liga a caixa de som e toca 'Visão de cria 2.
Lennon
Pensei muito se eu iria pra praia com o pessoal hoje, porque eu sei que o clima vai pesar demais. Mas tô tanto tempo arrumando uma desculpa pra sair e acho que já chega.
Piso meu pé na areia quentinha e logo vejo o pessoal de longe com a JBL altíssima que não dar nem pra perceber. Chego mais perto e o Léo me ver, logo fala pro pessoal que viram pra mim, meu olhar vai de encontro com o da Nalu que tava de costas pra mim e pela a primeira vez reparo na tatuagem de um tigre vermelho nas costas que ela tem.
Chego mais perto cumprimentando a todos e me sento do lado da Nalu e do outro lado tá o Cabelinho com um baseado entre os dedos.
- Até que enfim o velório acabou - Ret diz rindo.
- Eai meu parceiro - Cabelinho fala - Melhor fase chegou pra tu, a de solteiro - falou colocando a língua pra fora.
- Oi L7 - Nalu fala me olhando - Achei que não vinha mais.
- Que isso - sorrio pra ela - Tava ocupado, só deu pra vim agora.
- Mas Lennon - o Léo me chama - Como anda a vida de novo solteiro, conta pra nós.
- Normal - dei de ombros - Mas tô quieto ainda.
- Vacilo o que ela fez - Laís fala se referindo minha ex.
- Tá bom gente - Malu interrompe a irmã - Vamos seguir a vida, bola pra frente.
- Concordo contigo - Cabelinho diz apontando pra Malu.
- Posso trocar um papo contigo? - pergunto pra mulher ao meu lado e ela me olha desconfiada - É sério - confirma e saímos dali.
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votem florzinhas.
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POR ACASO - L7NNON
FanfictionDisposta a realizar seu sonho de ser modelo, Nalu Araújo se muda para o Rio de Janeiro em busca de uma oportunidade junto com as irmãs Laís e Malu, sua gêmea. Em uma tarde agitada, um acidente inusitado faz seu caminho cruzar com o de Lennon, um rap...