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Laís

Eu nunca me imaginei fora do Ceará, longe dos meus pais, longe do meu trabalho e ainda por cima morando sozinha com as minhas irmãs no Rio de Janeiro.

Eu com meus 23 anos morando no Rio, tô vivendo um sonho mesmo. Mas tô preocupada pra caralho de não arrumar um emprego que seja da minha área.

Eu e Malu chegamos faz algumas horas no apartamento, dei uma organizada por cima e agora estamos no Shopping, tivemos que comprar umas coisas.

- Moda casual de luxo to chique e confortável, no estilo tchutchuco - Malu entra na loja cantarolando a música que tocava.

- Aí que salto lindo - digo após ver um salto verde musgo na prateleira.

- Ei, é lindo mesmo - fala olhando para o mesmo salto que eu.

- Vou levar - digo pegando e levantando até o caixa.

Depois de séculos chegamos em casa e já me arrependi de gastar tanto, mas fazer o que né. Malu queria comprar a loja inteira se pudesse.

- Deixa de ser exagerada - falou abrindo a porta - Compramos quase nada - cheia de sacola na mão.

- Aram imagina - digo colando mais sacolas em cima da mesa.

- Vamo pra praia?- falou amarrando os cabelo.

- Com certeza - falo me deitando no sofá - Tô precisando dar uma descarregada.

- Vou mandar mensagem pra Nalu avisando que tamo no Rio - falou pegando o celular.

- Não, tá maluca? - quase grito - E a surpresa? esqueceu? - falei passando as mãos uma na outra e dando uma sorrisinho malicioso.

- Hi, é verdade - colocou a mão na cabeça - Quase esqueci, ela vai ficar louca - fala indo para a cozinha e ouço ela mexer nas panelas - Pode deixar que eu faço a comida, já que você quase coloca fogo no restaurante do papai - falou alto da cozinha rindo.

- Não foi porque eu quis caralho, já falei - digo puta, a Malu não pode ver uma oportunidade pra me fazer lembrar daquele bendito dia.

- Imagina se quisesse - falou e mando o dedo do meio indo pro meu quarto.

Odeio o fato de nunca ter aprendido fazer comida, não porque eu não quisesse longe disso, sempre tento fazer uma coisinha ou outra sempre, mas sempre dar merda. Tiro minhas roupas da mala colocando no closet e escuto a Malu me chamando para pôr a mesa.

- Que cheiro bom - falo saindo do quarto.

- Claro né princesa - fala toda convencida desligando o fogo - Eu sempre arraso em tudo.

- Convencida pra caralho tu, isso sim - digo já me servindo.

Odeio admitir, mas Malu puxou o papai, a garota é uma mestra na cozinha. Comemos tirando papo fora, depois a Malu tira a mesa e eu lavo o que sujamos.

- Depois dessa vou tirar é outro cochilo - fala indo pro quarto.

Lavei os pratos e volto para o meu quarto. Tomo um banho maravilhoso e vou dormir também porque não sou de ferro.

- ACORDA CARALHO, VAI PRA PRAIA NÃO? - gritou batendo na porta.

- Cala a boca - falo abrindo a porta e ela já tá pronta.

- Faz cota que tô aqui te chamando - diz quase bufando - Vai se trocar ligeiro pra nós ir - falou indo para a sala.

- Sim senhora - digo irônica e ela me olha feio.

Troca de roupa em dois pulo, coloco um biquíni laranja com preto, e um short jeans escurinho.

- Vamo logo - diz pegando os nossos óculos e abre a porta.

- Tá levando cartão? - digo trancando a porta.

- Óbvio né gata - falou chamando o elevador.

Saímos do condômino e Malu já havia chamado o uber, entramos no mesmo que logo da partida.

- Aqui prontinho - falou devolvendo a maquininha.

- Teu óculos - digo apontando pro mesmo que tava em cima do banco.

- Aí, eu amo o RJ - diz logo depois que uns carinhas tatuados passam na nosso frente colocando o óculos de sol.

- Vamo logo garota - falo puxando a mesma que ainda tava olhando na cara de pau para os caras.

Tava aquele clima maneirinho, coloquei a canga no chão e tiramos o short já recebendo alguns assobios e a Malu encara de volta.

- Vou ligar pra Nalu - a mesma falou pegando o celular.

Quando ela ligou a Nalu logo atendeu e a vejo gargalhar quando desliga na cara da irmã gêmea.

- Deu em quê? - pergunto passando protetor solar.

- Ela ficou surpresa né - disse rindo pegando o protetor da minha mão.

- Já tô com saudade de casa - digo olhando pro mar.

- Tá maluca? a gente acabou de chegar - diz levantando - Vou comprar uma bebida, vai querer?

- Quero, vai se perder não - digo colocando o óculos sabendo como é a peça.

Malu

Fui até a orla da praia comprar uma bebida e no meio do caminho vi uns moleques jogando vôlei e bateu uma saudade de quando eu viaja o Brasil a fora competindo. Cheguei no quiosque e tocava 'Camisa 10, da turma do pagode.

- Boa tarde - me apoio no balcão - Me vê duas latinha Brahma, por favor.

- É pra já minha querida - o moço fala e volta com as cerveja, termino o pagamento e saio.

Da orla para a areia da praia acabo esbarrando em alguém derramando toda a cerveja que eu já tava tomando. Quando olho para o indivíduo sinto que já o vi em algum lugar.

- Tá enxergando não? - digo limpando meu seio que tinha melado um pouco - Quer tirar uma foto? - pergunto sarcástica.

- Quem esbarrou em mim foi você - diz ainda olhando pro meus seios.

- É pra dar risada né? só pode tá brincando - rio sem ânimo e saio dali.

- Qual teu nome gata?- puxou meu braço.

- O que não interessa você, eu acho - puxei meu braço da mão tatuada dele - Sai fora tapuru - digo e ele me olha com uma expressão de confusa.

- Deixa eu adivinhar? - falou colocando a mão no queixo e fingiu que tava pensando - Estressadinha?

- Vai tomar no seu cú, projeto de tapuru - saio andando estressada já.

Que raiva que eu tô sentindo agora, caralho. Vem um lá da baixa da égua enxergar o saco de quem tá sossegado.

- Oque foi? - Laís levantou o óculos me olhando.

- Um filho da puta que esbarrou em mim e acabei derramando a merda da cerveja - bufei dando a outra cerveja e ela que ri da minha cara - E tu tá rindo de que palhaça? - rio sem humor.

- Relaxa aí estressada - colocou o óculos novamente bebendo a cerveja.

- Vai tomar no cú também - falei puta.

- CARALHOOO! - ouço alguém gritar.

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votem florzinhas.

POR ACASO - L7NNON Onde histórias criam vida. Descubra agora