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Malu

Eu e essa minha boca. Hoje passei um perrengue gigante no shopping, tava com a Anna comprando algumas coisas e ouço algumas meninas cochicharem do nosso lado. Falando que o dinheiro que a gente gasta é de macho.

Vai se fuder caralho, tem tempo que tamo ralando e trabalhando pra caralho vim um sem noção da casa do caralho me ofender? Agradeço essas horas por ter puxado minha mãe.

- Isa, é elas mesmo - diz uma apontando o celular pra gente - A morena fica com o xamã e a outra é mulher do Filipe ret, queria eu ser bancada todos os dias assim.

- Num é, meu sonho - diz a outra garota mais baixa.

- Vai procurar o que fazer piranhas, é por isso que não tem dinheiro pra se sustentar e quer ser sustentada por homem - digo olhando pra elas que me olham assustadas e saem da loja rapidamente.

- Como pode cara? - Anna me olha incrédula - Em pleno século 21 isso acontece.

Estamos suando pra conseguir o nosso e ainda tem gente desse tipo, tem coisa que não dar pra aguentar calada.

~~~

- Vem Victor, caralho, me ajuda - digo segurando uma caixa pesada.

- Caraí - pega a caixa nos meu braços colocando no chão e limpou o suor da testa.

- Só é magro - Laís fala quando passou pela a porta.

- Ih fi, sou um magrin gostoso sacas? - foi pra cozinha.

- Geizon devagar, por favor - Nalu fala colocando a mão nas costas dele - São copos de vidro.

- Relaxa - assim que ela disse ele tá um trupição.

- Opa meu parceiro - Léo o ajuda assim que entra na cozinha.

- Ei man, se tu tivesse derrubado - balanço a cabeça - Você ia pedir pra não tá vivo.

- Oh, tô morrendo de medo - tremeu a mão.

- Continua brincando - fingi que ia correr e ele correu indo se esconder detrás da Nalu.

- Tá pedindo pra morrer mesmo né? - olhei pra ele rindo.

- Esse aí? - apontou pra ele - Sei nem como o mané tá aqui ainda, pô - deitou no sofá todo esparramado.

- Vai ficar lindona a cada depois da reforma - diz Léo.

- Ainda tem uns sacanas aí que diz que é vocês que dão tudo pra nós - riu sem ânimo.

- Já passei meu papo - Cabelinho diz colocando uma almofada em baixo da cabeça - Se chegar mais um filho da puta com esses papo torto, vou entender legal não - negou com a cabeça.

- Esse povo pensa que nós trabalha não? - Nalu diz abraçando o xamã - Bando de gente que não tem nada pra fazer.

- Esses papo tudo sem lógica, tô igual o cabelinho - Xamã aponta apontou pra ele - vim com esses papo vou levar pro lado pessoal mermo.

- Tô cansadão - cabelinho diz fechando os olhos - Fiz show até tarde.

- Vai lá pra um dos quartos - Laís fala.

- Fez show até as 6 da manhã? - Nalu olhando pra ele que logo assente - Pode ir lá pro meu - diz e ele levanta - fica a vontade.

- Eu já tô - piscou e eu ri.

- Vou vazar - Léo diz e beijou minha testa e a das meninas e fez um toque com o xamã - Mais tarde eu apareço.

Fiquei ali sentada no chão gelado morrendo de preguiça de arrumar minhas roupas mas levantei logo indo para o quarto.

POR ACASO - L7NNON Onde histórias criam vida. Descubra agora