S/N POV
O tempo passou e nem dei por isso. Acabamos trocando números de celular, mesmo antes de ele receber uma mensagem de seu pai. Takeda se apresentou como um garoto gato para caramba, mas responsável e preocupado, diferente do que aparentava ser. Ele me vez prometer que nos veríamos antes de voltarmos para casa. Trocamos alguns beijos e toques, sempre rindo por causa do álcool. Deve ter sido apenas por simpatia, mas acabei ficando com o casaco dele. Me sentia fraca, mas bem. Caminhava por uma rua, que já tinha percorrido durante uma manhã, numa ida ao mercado. A rua era escura, havia poucas luzes amarelas iluminando o caminho escuro. A rua estava deserta, não se via ninguém. Não se ouvia passos, apenas os meus pés descalços que caminhavam cuidadosamente sobre o alcatrão. Era suave, como se tivesse sido feito á pouco tempo. Meus pés doíam, e carregava numa das mãos os sapatos causadores dessa dor. Sorri. Girei sobre mim mesma, como se estivesse vivendo a vida que sempre quis viver. Como se estivesse disfrutando disso. Não das festas, não das músicas, não de dançar ou beijar garotos desconhecidos, mas sim da liberdade. Esse pode não ser o melhor jeito de viver, mas eu estou gostando.
O caminho curto diminuiu ao longo do meu trajeto. Meus braços acompanhavam o movimento de minhas pernas e meu corpo já não estava tão quente. O vento se encarregou de estabilizar minha temperatura e me sentia bem melhor com isso. Apesar de tudo, me arrependo de não ter trazido os fones comigo, mesmo que, por essa altura, já estariam perdidos. Uma música aleatória me escapou pela boca, como um sussurro. Apenas meus lábios se mexiam, seguindo a letra da música que escolhi. Meus olhos estavam fechados, recebendo o vento fraco sobre o rosto.
A noite era tão silenciosa que cada barulho se ouvia. No silencio da noite, ouvi passos, no mesmo ritmo que os meus. O som era seco, mas ecoava do mesmo jeito. A principio, achei que seria algo normal, uma pessoa nos seus afazeres, apesar de serem 4 da manhã. Os paços tornaram se constantes e não pude evitar me assustar. Mantive a calma e testei a hipótese de estar a ser seguida. Se é estranho? É. Mas estou orgulhosa de mim por ser inteligente até quando estou bêbeda. Acelerei meus paços, alargando a distancia percorrida cada vez que minha perna passava para a frente do meu corpo. Sabia que se os paços atrás de mim fizessem o mesmo, a minha teoria estaria comprovada. Para minha surpresa, ou não, eles aceleraram também. Puta merda, pensei. O que mais odeio em mim é a minha coragem para fazer merda quando estou bêbeda. Encontrei uma rua perpendicular á onde caminhava e decidi virar. Não que o caminho fosse esse, mas podia me encostar junto á parede e espetar o salto do sapato no filho da puta. Tinha quase a certeza que era um homem, apenas pelo sapato que usa. Meu plano estava prestes a entrar em ação, e mesmo com medo, respirei fundo e o fiz.
O sapato não foi a arma usada, mas sim meu punho. Ele estava agora deitado no chão depois de um soco no queixo e uma cabeçada no nariz. Era de fato um homem, mais novo do que aparentava pelo rosto descaído e cansado. Parecia ter á volta de 25 anos e estava agora deitando sangue pela boca e nariz. Exagerado? Não. Uma reação perfeitamente normal para quem é seguido por mais de um quilómetro numa rua escura. Estava ofegante, e me permiti relaxar um pouco. Estava assustada e tentei esconder ao máximo o tremer das minhas mãos. A pequena ruela onde estávamos agora parecia ainda menos iluminada que a anterior e meu descanso terminou assim que ouvi pessoas se aproximando. Sete homens se apresentaram na minha frente, saindo do fundo dessa mesma rua escura. Estava entre eles, que sorriam de forma assustadora e nojenta, e a parede. Olhei em volta, tentando pensar em alguma forma de sair dali, mas todos os caminhos estavam bloqueados. Droga. Um deles se aproximou, sorrindo da mesma forma que os outros, caminhando lentamente. Eu o olhei, era alto e assustador de mais. Me esforcei para manter meu rosto sério, não podia mostrar que estava assustada. Meus olhos seguiram o movimento da sua mão.
"Não recomendo que me toque, ainda acaba como seu amigo ali" Falei, com rosto relaxado. Se eu morrer, a culpa é do álcool. Ele me olhou e sorriu de lado. Que homem feio, Jesus.
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Lost in the Summer (Bakugo x reader) [REESCREVENDO]
Ficção AdolescenteDepois de acabar o colegial, S/N, uma garota determinada e inteligente, vivia agora uma fase importante da sua vida. O seu objetivo principal era estudar e entrar na faculdade, assim como tinha planejado com a mãe, apesar de ter escolhido um curso d...