Lost in the Summer (Bakugo x reader) [REESCREVENDO]

Prólogo

Assim como tantas outras coisas na vida, tudo o que é bom chega ao fim. O colegial finalmente havia terminado. Aqueles anos intensos, repletos de esforço, dedicação, batalhas internas, risadas e momentos de diversão estavam gravados em sua memória para sempre. Agora, ao encarar esse fim, ela se dava conta de que tudo isso ficava para trás, e o mundo se abria diante dela, vasto e cheio de possibilidades. Concluir o ensino médio na UA, uma das escolas mais renomadas do Japão – talvez a melhor de todas – não lhe trazia apenas um diploma. Trazia também novas amizades, experiências enriquecedoras e memórias que aqueciam o coração.

Naquele momento, S/N tentava se convencer de que estava feliz por finalmente se livrar da montanha-russa emocional que o colegial representava. Queria acreditar nisso com todas as suas forças, mas, apesar de seu orgulho tentar abafar qualquer traço de nostalgia, sabia, no fundo, que sentiria falta de tudo aquilo. Faltaria o que jamais imaginou que sentiria falta, e até das coisas que esperou ansiosamente para nunca mais vivenciar. Uma saudade inesperada tomava conta de seu peito, saudade de momentos, de amigos, de situações que antes pareciam tão comuns. A nostalgia das intermináveis caminhadas pelos corredores da escola, dos olhares que, por vezes, passavam despercebidos, dos sorrisos que aqueciam seu dia quando os notava. Sentiria falta até de ter um objetivo claro, trabalhar incansavelmente todos os dias para entrar na faculdade dos seus sonhos.

Sua turma, a Classe A, era algo que jamais esqueceria. Foram três anos intensos, cheios de desafios e desentendimentos, mas também de momentos que construíram laços inquebráveis entre todos. Cada um ali era único, com personalidades e visões de mundo distintas, mas foi essa diversidade que tornou cada lembrança especial. As piadas, as confusões, as situações aparentemente insignificantes se transformaram em algo valioso justamente por sua simplicidade. S/N lembrava com carinho de Izuko, sempre sussurrando coisas aleatórias, e do eterno dualismo de Shoto, com seu jeito ao mesmo tempo frio e quente. E, claro, havia Eijiro, o teimoso e destemido amigo que, apesar das diferenças, se tornara seu maior apoio. Kirishima, o ruivo que conhecera no primeiro ano, era uma presença constante e insubstituível. Mesmo que, aos seus olhos, ele fosse um completo cabeça-dura, era também uma das pessoas mais amáveis e compreensivas que já conhecera. Mais que isso, era seu confidente, seu maior suporte. Essa amizade inesperada acabou se tornando um dos pilares de sua vida.

S/N, que sempre se considerou um pouco introvertida, com dificuldades para fazer novos amigos em ambientes desconhecidos, viu essa insegurança se dissipar quando entrou no colegial. A atmosfera era amigável, e logo ela se viu cercada por um grupo de garotas que, apesar de pequeno, formou uma irmandade inquebrável. Os garotos, por sua vez, eram criaturas peculiares, difíceis de categorizar, mas essenciais para o equilíbrio da turma. Eles tinham a habilidade de arrancar sorrisos até nos dias mais difíceis, tornando a convivência na Classe A uma verdadeira experiência familiar. A rivalidade saudável, embora às vezes irritante, com a Classe B – especialmente com Monoma, sempre competindo – era outra peça do quebra-cabeça que formava sua jornada escolar. Havia também as interrupções hilárias de Eijiro e Denki na biblioteca, e, claro, as aulas sob a supervisão do misterioso Aizawa-sensei, que, com seu jeito peculiar, guiava todos rumo ao futuro.

E, claro, não poderia se esquecer de Bakugo. Era impossível não se lembrar de Katsuki Bakugo, alguém que, mesmo sem ela querer, fazia parte importante de sua experiência no colegial. Não pelo mesmo motivo que os outros colegas, porém. Bakugo era alguém que S/N conhecia há algum tempo, mas nunca conseguira se dar bem. Ele era irritante, egoísta, egocêntrico e carregava uma síndrome de superioridade que o fazia desprezar tudo e todos ao seu redor. Mesmo que ao longo dos anos ele tenha amadurecido e se tornado uma pessoa um pouco menos barulhenta, ainda era alguém que ela preferia evitar.