𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚎𝚒𝚐𝚑𝚝𝚎𝚎𝚗

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Thursday, 01:03 a.m


DOIS LADOS, mesma direção. Os pogues estavam em uma balsa, perto de chegar em Bahamas, já os Cameron's haviam chego a pouco tempo.

Se fosse algo sobre contar as horas, capitalismo ou assuntos econômicos, os kook's levariam vantagem por saírem mais tarde e chegarem mais cedo.

— Dizem que essa parte do mar é mau assombrada. — JJ disse tentando mudar o auto astral do grupo.

A verdade é que Pope colocara em jogo sua segunda chance de uma bolsa de estudos, Kiara brigara com seus pais e Maya perdera seu emprego.

Por incrível que pareça, JJ era o único "animado" ali.

— Cala a boca. — Kiara falou.

— Não estou brincando! — O loiro dizia. — O amigo do meu pai, contou que muitos navios que vinham para esse lado sumiam! — Ele fazia uma voz de suspense.

— Deveriam ter te afundado junto. — Mais uma vez Kiara o respondeu.

— Vá se fuder Kiara! Só estava tentando animar vocês. — A mudança de humor de JJ surpreendeu Maya.

Ele seguiu até a ponta da balsa e pegou seu baseado, o acendendo.

— Quer conversar? — Maya surgiu ao seu lado. — Parece aflito.

— Não, obrigado. — A garota suspirou.

— Vamos lá JJ, estou tentando ser sua amiga. Você me deve uma. — Falou se lembrando da noite em que o ajudou.

O loiro pareceu travar ao se lembrar dessa noite.

— O que quer saber? — Perguntou.

— Por que anda assim, desde a noite que você apareceu em casa se recusou até em me olhar! — Soltou o que estava guardando.

Talvez fosse a hora de contar a verdade, talvez fosse a hora em que Maya saberia do seu "segredo" dividido apenas entre os pogues.

— Foi meu pai. — A morena franziu o cenho. — Ele me bateu. — Engoliu em seco.

— E isso... Isso acontece sempre? — Perguntou.

— Quase sempre. — Ele estava com medo de continuar a falar. — Não vai chamar um conselho tutelar ou algo do tipo, né?

— Não! Nunca. — Tranquilizou o garoto.

— Sempre que ele está bêbado isso acontece, por esses motivos prefiro não ficar em casa. — Moveu seu olhar para a escuridão da madrugada. — E também por esse motivo que sumia por algumas semanas. — Ele dizia tudo com melancolia em sua voz. — Mas eles não sabem disso. — Falou se referindo aos amigos.

— Mas... Você não está... Cansado? — Maya perguntou.

— Um pouco, mas ele é minha única família, e gosto dele quando não está chapado.

— Eu realmente não sei o que dizer... — Foi sincera. — Se precisar de mim, saiba que eu vou estar aqui. — A garota sorriu reconfortante e viu uma lágrima escorrer pelo rosto do loiro. — Ei, tá tudo bem. — O abraçou de lado. — Vai ficar tudo bem. — Disse a última parte como um sussurro.

— Pode ficar aqui? — Ele implorou. — Não quero que vá.

Maya atendeu seu pedido, se sentou na beirada do "barco" e os dois ficaram ali.

Em silêncio.

Escutando suas respirações cansadas.

Apenas aproveitando um ao outro.

[...]

— Maya! JJ! Acordem, nós chegamos.

Eles dormiram sentados, Maya estava escorada em JJ, e o garoto no ferro.

Eles não dormiram na ponta do barco, mas sim saíram de lá, se sentaram no chão, compraram uma cerveja e depois conversaram até caírem no sono.

— Hum... O que? — Cooper respondeu sonolenta, abrindo os olhos devagar se acostumando com a claridade.

— Vamos lá JJ! — Pope chacoalhou o amigo.

— Vá se foder. — Sua voz rouca soou.

Ele estava de volta.

Maya se levantou e esfregou seus olhos com o dorso da mão, e ao ter sua visão de volta, vou Kiara tirando a Kombi da balsa.

Estavam em Bahamas.

Estavam em Bahamas?!

Enquanto Pope cuidava do loiro sonolento, a morena correu atrás de terra firme.

Viajar de uma ilha para a outra definitivamente não estava em seus planos.

— Bom dia Kie. — Sorriu para a amiga, que devolveu um sorriso fechado.

— Bom dia M.

— M? — A garota perguntou confusa.

— Apelido. Acabei de inventar.

Maya riu e a cacheada também.

— Vamos encontrar John B e voltar para a ilha e tudo vai se resolver. — Disse para Kiara, que continuava meio para baixo. — Gostaria de prometer isso, mas não sei de nada.

— Tudo bem. — Sorriu.

— Em falar nisso, temos algum tipo de dinheiro? — Maya perguntou.

— Antes de desaparecer, ele me deixou isso. — Tirou da mochila uma placa de ouro. — Acho que vamos sobreviver.

Cooper estava surpresa. Era a primeira vez que via ouro na sua vida, e pensar que havia algo muito maior por trás disso, a deixava com receio.

— Wow. — Foi sua única palavra antes de JJ e Pope de aproximarem.

— Então pra onde vamos? — Maybank perguntou.

— Posto, precisamos de gasolina. — Kiara respondeu e todos entraram na Kombi.

— E lá vamos nós... — Pope bateu sua cabeça contra o banco.

Ainda estava escuro, não passava das 4 e meia da manhã, todos estavam cansados e Kiara planejou ficarem no posto e descansarem mais um pouco antes de saírem mais tarde à procura dos dois.

— Cara, o que tá pegando? — Heyward perguntou ao loiro. — Você não tira os olhos dela.

Maya e Kiara conversam com o frentista e o loiro nem se quer havia notado que olhava tão fixamente para Cooper.

— Nada, só estou de olho caso esse cara gente algo com elas. — Mentiu.

— Não minta pra mim. Sei que está gostando dela. — JJ virou sua cabeça rapidamente na direção do amigo.

— Tá tão na cara? — Coçou a nuca.

— Eu sabia! — Pope disse animado. — Esperei minha vida toda por esse dia!

— Cala a boca, idiota!

— Desculpe. — Sorriu ainda animado. — Como você quem sempre me dá conselhos, meio que não sei o que dizer. — Maybank franziu o cenho. Desde quando estava pedindo conselhos? — Mas você diria pra mim que eu deveria chegar nela e contar a verdade. — Deu de ombros como se fosse algo normal.

— Não vou fazer isso. — Falou. — Não mesmo. — Riu nervoso.

Em algum momento ele iria.

Mas a queda poderia ser grande.

— Disseram que podemos ficar! — Kie disse.

— Ótimo! — Foi a vez de Pope.

E então todos tomaram seus postos para acordar às oito da manhã.

Diamonds - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora