Capítulo sete: Angústia

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Veixa Doto o/

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Luz estava sentada no sofá da namorada enquanto bebia um copo de água. Permanecia inclinada com os cotovelos apoiados nos joelhos encarando os tênis brancos.

Amity havia explicado seu caso para o detetive já que ela não tinha condições emocionais nesse momento. Hunter disse que se ela tivesse algum arquivo que comprovasse o período que havia sofrido, poderia prestar queixa junto com as outras vítimas.

Os três irmãos estavam abalados que sua mãe pudesse ser capaz de fazer algo assim, Amity era a menos impressionada dos três mas estava muito angustiada pela Noceda. Que não havia falado sequer uma palavra depois da descoberta.

Ainda temia o afastamento da garota, não era a pessoa mais segura do mundo e sentia medo de que sua namorada pensasse que ela não valia tanto para passar por tudo isso.

Ao mesmo tempo em que sentia o ódio que nunca havia sentido por sua mãe antes, por acabar com o sonho de tantas crianças. Por fazer da Luz gentil uma garota insegura e desconfiada de qualquer amor e ajuda que tentassem-na oferecer.

Ela se sentou no sofá ao lado da outra quando Hunter estava de saída e se surpreendeu ao sentir a latina deitar em seu ombro. Diante disso ela não soube fazer outra coisa se não pedir desculpas para a Noceda, estava tentando se segurar mas não conseguia deixar de sentir culpa por trazer a garota para dentro de seu passado doloroso novamente.

Agora era a latina que dizia que não era sua culpa. Que ela não tinha nada haver com sua mãe e que não estava magoada com ela.

Luz não sentia mais vontade de chorar, apenas percebia algo apertar em seu peito.

Ao mesmo tempo que estava odiando passar por isso novamente, estava aliviada por conseguir enxergar um fim para essa situação. Bem como, se sentia triste por essa pessoa ter feito parte da vida de sua namorada em um papel tão importante como sendo mãe. Não podia imaginar como era saber que sua mãe era uma criminosa que já tinha feito mal a várias pessoas e estava para ser presa.

- eu posso mesmo ficar aqui com você? - perguntou a Noceda tentando deixar o clima um pouco menos pesado. Viu Amity se soltar do abraço para confirmar com um sonoro "uhum" e um selinho demorado e carinhoso.

- eu vou com você pegar oque precisar. O Hunter disse que os policiais vão ficar lá fora de olho nos nossos apartamentos, então estamos seguras.

- a gente pode ir agora?

- é claro - disse a pediatra se levantando e entrelaçando os dedos com os da latina. Emira se voluntariou para ir também, Edric ficou com Hunter que tentava acalmá-lo. Entendia como era passar por parte disso porque havia passado por traumas parecidos com seu tio.

Luz colocou todas as suas roupas dentro de uma mala, que não eram muitas, junto com sua escova de dentes, de cabelo e seus perfumes.

Colocou tudo da faculdade e do trabalho em outra mala, também pegou sua caixa de cigarros, isqueiro e cinzeiro. Escondendo em alguma parte da bagagem porque tinha certeza que a médica ia brigar consigo se visse.

Ela queria dar a volta por cima e deixar o hábito nocivo para trás pelo seu próprio bem estar, mas pelo menos ia usar aquela última caixa toda.

Com duas malas básicas prontas, elas foram para o apartamento da pediatra.

Amity deixou um lado do guarda roupa inteiro, junto com as duas gavetas debaixo e uma das mesas de cabeceira para Luz se instalar na sua casa.

Combinavam de fazer compras juntas, pois além da Blight ter se mudado a pouco tempo e não ter tipo tempo de comprar muita coisa, a Noceda também precisava comer coisas específicas para sua condição regularmente.

I don't wanna be your friendOnde histórias criam vida. Descubra agora