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O    t r e m 

Draco acordou às cinco horas na manhã do dia primeiro de setembro e estava demasiado nervoso para voltar a dormir. Levantou-se e vestiu o jeans porque não queria entrar na estação com as vestes de bruxo – mudaria de roupa no trem. Verificou novamente a lista de Hogwarts para se certificar de que tinha tudo de que precisava, viu se Stella estava bem trancada na gaiola e então ficou andando pelo quarto à espera que Regulus se levantasse.

Ele não queria acordá-lo, porque sabia que Reg já não tinha um hábito de sono muito saudável. Ele costumava se trancar em um quarto da casa onde a entrada de Draco não era permitida e ficava horas fazendo Merlin sabe o quê, saindo apenas durante a alta madrugada, quando o loiro já estava dormindo.

Três horas e meia mais tarde, Regulus finalmente levanta para fazer café da manhã para Draco e conferir se a mala do menino estava pronta. Depois de confirmar que tudo estava certo, os dois deixam a pequena casa onde o loiro cresceu e aparatam até a plataforma King's Cross.

"Pai, só tem a nove e a dez." Comentou Draco, olhando entre o bilhete que dizia plataforma nove três quartos e as duas plataformas.

Regulus deu um leve sorrisinho. "Certo, esqueci desse detalhe. Segura minha mão e não solta, ok?"

Draco franziu a testa, mas assentiu, apertando a mão do homem com um pouco mais de força.

"Corre e não para." Disse Regulus, divertido, e Draco arregalou os olhos, mas se deixou ser guiado na direção da barreira entre as plataformas, fechando os olhos antes de a atingir em cheio. Escutou a risadinha de seu pai segundos mais tarde. "Pode abrir os olhos agora, Draco."

Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um letreiro no alto informava Expresso de Hogwarts, 11 horas. Draco olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes, com os dizeres Plataforma nove e meia.

A fumaça da locomotiva se dispersava sobre as cabeças das pessoas que conversavam, enquanto gatos de todas as cores trançavam por entre as pernas delas. Corujas piavam umas para as outras, descontentes, sobrepondo-se à balbúrdia e ao barulho das malas pesadas que eram arrastadas. Os primeiros vagões já estavam cheios de estudantes, uns debruçados às janelas conversando com as famílias, outros brigando por causa dos lugares.

"Draco." Regulus chamou, e se ajoelhou para ficar cara a cara com o menino. Draco soube imediatamente que era importante, então prestou toda a atenção do mundo. "Sei que já te disse isso, mas quero que entenda, então vou dizer mais uma vez. Você é uma figura importante, ok? Muito importante. Isso significa que muitas pessoas vão querer tirar vantagem de você para conseguirem o que quer."

"Como Dumbledore?" Murmurou o menino.

Regulus havia contado a ele uma vez que uma das razões que criou Draco sozinho era para que ele não fosse exposto a pessoas como Alvo Dumbledore. Regulus explicou que enquanto Dumbledore não está do lado dos Comensais, ele não vai ser contra manipular e usar Draco para atingir seus objetivos, e Regulus queria que Draco crescesse sem ser exposto a isso.

"Como Dumbledore." Regulus concorda. "Mas não apenas ele, outras pessoas também. Não estou dizendo que não pode ter amigos, pode e deve. Mas precisa saber diferenciar aqueles que querem estar perto de você por você e aqueles que apenas querem algo de você." Explicou, e Draco assentiu, compreendendo. "Uma vez que encontrar seus amigos de verdade... Esses são como uma família escolhida, entendeu?"

"Família como eu e você?" Questionou o menino, fazendo Regulus sorrir.

"Exatamente. Agora vai para o trem, antes que acabe se atrasando."

A Morte em Esmeralda - O menino que sobreviveuOnde histórias criam vida. Descubra agora