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f i m    d e    u m    c o m e ç o

"Quirrell." Murmurou Draco. O professor deu um sorriso, sem nenhum rastro do nervosismo acovardado de antes. Atrás dele, o sonserino reconheceu o Espelho de Erised.

"Então você finalmente chegou." Disse ele, parecendo satisfeito. Draco estreitou os olhos. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Quirrell estalou os dedos. Surgiram no ar cordas que amarraram Draco bem apertado, seus pés presos ao chão. "Espere aí quieto. Preciso examinar este espelho curioso. É a chave para conseguir a pedra filosofal, sabe."

Quirrell mirou o espelho cheio de cobiça.

"Estou vendo a Pedra... Eu a estou apresentando ao meu mestre... mas onde é que ela está?"

Draco tentou forçar as cordas que o prendiam, mas elas não cederam. Merda, pensa...

"Por quê está trabalhando para Voldemort? O escutei soluçar outro dia." Falou ele, querendo manter Quirrell longe do espelho.

Pela primeira vez, um espasmo de medo passou pelo rosto de Quirrell.

"Às vezes, eu tenho dificuldade em seguir as instruções do meu mestre. Ele é um grande mago e eu sou fraco."

"Então ele te forçou? Como?" Questionou.

"Não forçou!" Gritou ele, parecendo levemente desesperado, como se Voldemort estivesse ouvindo. Draco estreitou os olhos. Talvez estivesse mesmo. "Conheci-o quando estava viajando pelo mundo. Eu era um rapaz tolo naquela época, cheio de ideias ridículas sobre o bem e o mal. Lorde Voldemort me mostrou como eu estava errado. Não existe bem nem mal, só existe o poder, e aqueles que são demasiado fracos para o desejarem... Desde então, eu o tenho servido com fidelidade, embora o desaponte muitas vezes. Por isso tem precisado ser muito severo comigo." Ele estremeceu. "Não perdoa erros com muita facilidade. Quando não consegui roubar a pedra de Gringotes, ele ficou muito aborrecido. Me castigou... resolveu me vigiar mais de perto..."

A voz de Quirrell lentamente foi morrendo, e ficou alguns segundos em silêncio antes de praguejar baixinho.

"Eu não entendo... a Pedra está dentro do espelho? Devo quebrá-lo?"

Está falando com Voldemort, de alguma forma, pensou Draco. Então viu o homem analisar o espelho e sua mente acompanhou: O que quero acima de tudo no mundo, neste momento, é encontrar a Pedra antes que Quirrell a encontre. Então se me olhar no espelho, devo me ver encontrando a Pedra – o que quer dizer que verei onde está escondida!

"O que é que o espelho faz? Como é que ele funciona? Me ajude, mestre."

Draco arregalou os olhos quando a resposta veio, mas não de Quirrell, e muito menos dele.

"Use o menino... Use o menino..." Voldemort?

Quirrell virou-se para Draco. "Vem cá, Malfoy." Bateu palmas, e as cordas que prendiam Draco caíram. "Agora."

Ele se manteve o mais calmo possível e se aproximou. Quirrell aproximou-se de Draco pelas costas. Draco respirou o cheiro esquisito que parecia vir do turbante de Quirrell. Fechou os olhos, adiantou-se para se postar na frente do espelho, e tornou a abri-los.

A princípio viu a sua imagem, pálida e apavorada. Mas um segundo depois, a imagem sorriu para ele. Levou a mão ao bolso e tirou uma pedra cor de sangue. Aí piscou e devolveu a pedra ao bolso – e ao fazer isto, Draco sentiu uma coisa pesada cair dentro do seu bolso de verdade. De alguma forma – inacreditável – estava de posse da Pedra.

Até ele tinha que admitir que Dumbledore foi brilhante dessa vez.

"E então? O que você vê?" Perguntou Quirrell.

A Morte em Esmeralda - O menino que sobreviveuOnde histórias criam vida. Descubra agora