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c ã o    d e    t r ê s    c a b e ç a s

Nott não gostava de Draco, e isso era claro. Já não gostava antes, e o episódio na aula de voo serviu apenas para aprofundar o desgosto que o menino tinha por ele. Ele não iniciava conflito direto algum, porque Draco era mais inteligente e habilidoso que ele, e o garoto sabia, mas a animosidade era óbvia.

E era por causa do rancor infantil de Theodore Nott que Draco se encontrava nos corredores muito depois do horário adequado. Aparentemente, Nott havia pregado uma peça na sala da Professora Minerva e convenceu Pirraça a dedurar Draco - mesmo quando ele não fez nada -, o que fez com que o loiro passasse mais de duas horas recebendo sermões e em detenção.

Draco está tão ocupado murmurando xingamentos para Nott e pensando em diversos meios de vingança quando esbarra em Harry Potter no corredor.

"Ah, desculpe." Disse Harry, arqueando uma sobrancelha para ele. "O que está fazendo aqui?"

"Detenção. Você?"

"Theodore Nott me desafiou para um duelo." Draco arqueou as sobrancelhas em questionamento e Harry deu de ombros. "Ele estava mexendo com Ron. Parece me odiar desde o que aconteceu na aula de Sirius. Mas não apareceu hoje."

"Obviamente não, era óbvio que não iria aparecer." Murmurou Draco, suspirando. "Ron não veio com você?"

"Ele queria, mas disse que podia me virar." Respondeu Harry. "Acho que nem vou precisar."

"Bem, acho que nós dois estamos aqui por causa dele, então."

Harry franziu a testa. "Como assim?"

Então um ruído na sala ao lado os sobressaltou. Draco acabara de erguer a varinha quando ouviram alguém falar e não era Harry.

"Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto." Filch.

"Merda." Sussurrou Draco. Sentiu Harry envolver uma mão ao redor de seu pulso e os dois fugiram silenciosos em direção à porta mais distante da voz de Filch.

Não é como se Draco precisasse fugir, exatamente, considerando que estava ali por causa de Minerva, mas talvez ele tenha demorado demais resmungando no corredor no caminho de volta, e a professora havia deixado bem claro que ficaria extremamente chateada se ele se atrasasse para o dormitório.

"Por aqui." Gesticulou Harry, e Draco assentiu quando começaram a descer uma longa galeria cheia de armaduras. Podiam ouvir Filch se aproximando.

Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry na liderança, sem a menor ideia de onde estavam nem que direção tomavam. Atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a, e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros de onde estavam inicialmente.

"Acho que o despistamos." Sussurrou Draco, ofegante. Ele olhou para Harry nada impressionado. "Sabe que Theo armou isso, não é? Foi estupidez sua sequer aparecer."

Harry o enviou um olhar irritado e suspirou. "Vamos sair daqui."

Não ia ser tão simples. Não tinham caminhado nem dez passos quando ouviram o barulho de uma maçaneta e alguma coisa disparou da sala de aula à frente deles. Era Pirraça. Avistou os garotos e soltou um guincho de prazer.

"Cale a boca, Pirraça, por favor, você vai fazer a gente ser expulso." Resmungou Harry.

Pirraça soltou uma gargalhada.

"Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsc, tsc. Que feinhos, vão ser apanhadinhos." O uso do diminutivo só serviu para irritar Draco.

"Sai da frente." Disse ele, irritado, mas foi a decisão errada a fazer.

A Morte em Esmeralda - O menino que sobreviveuOnde histórias criam vida. Descubra agora