t r a s g o
Draco estava tão ocupado treinando três vezes por semana com Flint que se surpreendeu ao perceber que já estava em Hogwarts há dois meses. Ele sentia falta da casa que dividia com Regulus na pequena vila onde moravam, mas conforme se acomodava na escola, sentia que esse lugar também estava se tornando seu lar. As aulas eram interessantes e até mesmo podia dizer que estava fazendo amigos.
Na manhã do Dia das Bruxas eles acordaram com um delicioso cheiro de abóbora assada que se espalhava pelos corredores. Estava caminhando com Diana e Pansy entre as aulas da sonserina quando uma menina da grifinória - Hermione, ele percebeu depois de alguns segundos - esbarrou nele e passou direto, lágrimas escorrendo por suas bochechas.
"O que será que aconteceu com ela?" Murmurou Diana, e eles viram a menina entrar no banheiro feminino e bater a porta atrás de si.
"Importa? Ela é uma das sa..." Resmungou Pansy, fazendo uma careta.
"Pansy." Reprimiu Draco, interrompendo antes que ela possa deixar a ofensa sair de seus lábios. Seus olhos encontraram os de Draco e ele franziu a testa. "Não fala assim. É estúpido. Essa ideia que tem de nascidos-trouxa é estúpida."
A menina suspirou, confusão em seu rosto. "Não entendo como você acha isso."
"E eu não entendo como você pode julgar alguém que nem mesmo conhece baseado apenas no sangue da pessoa. Ela é uma bruxa, como todos nós, e é uma das melhores do nosso ano." Respondeu ele. "E eu odeio esse insulto que você ia deixar escapar. Pode por favor só considerar o que estou te dizendo?"
Ela o considerou por alguns segundos, seus olhos o analisando. Então passou a encarar Diana, que apenas ofereceu um sorrisinho, mas permaneceu do lado de Draco da discussão. Então suspirou e assentiu.
"Tudo bem. Vou pensar. Podemos ir comer agora?"
O Salão Principal estava completamente decorado para o Halloween. Até mesmo Draco, que não gosta desse feriado - era a data da morte de sua mãe, afinal -, tinha que admitir que fizeram um belo trabalho. Mil morcegos vivos esvoaçavam nas paredes e no teto e outros mil mergulhavam sobre as mesas em nuvens negras e baixas, fazendo dançarem as velas dentro das abóboras. A comida apareceu de repente nos pratos de ouro, como acontecera no banquete de abertura das aulas.
Draco estava se servindo de uma batata assada na casca quando o Prof. Quirrell entrou correndo no salão, o turbante torto na cabeça e o terror estampado no rosto. Todos olharam quando ele se aproximou da cadeira de Dumbledore, escorou-se na mesa e ofegou:
"Trasgo... nas masmorras... achei que devia lhe dizer."
Em seguida desabou no chão desmaiado. Houve um alvoroço. Foi preciso explodirem várias bombinhas da ponta da varinha do Prof. Dumbledore para as pessoas fazerem silêncio.
"Monitores levem os alunos de suas casas de volta aos dormitórios, imediatamente!"
Seria uma ótima ideia, se os dormitórios de duas das quatro casas não ficassem nas masmorras.
"Draco." Diana segurou seu braço quando todos se levantaram para seguir Gemma. "Hermione! Ela ainda deve estar no banheiro!"
Os olhos de Draco percorreram os alunos da Grifinória e ele percebeu que, de fato, Hermione não estava no Salão. Ele pensou em chamar um professor, mas com o caos que estava o Salão, ele nem mesmo conseguiria chegar perto o suficiente, pelo menos não a tempo de ajudar Hermione.
"Merda." Murmurou.
"Draco, me diz que não vai fazer o que eu acho que vai fazer!" Contestou Pansy.
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A Morte em Esmeralda - O menino que sobreviveu
FanfictionDepois que Narcissa Malfoy deu a vida para salvar seu filho, Regulus Black foge com Draco para mantê-lo seguro do olhar atento de Albus Dumbledore e o resto da sociedade bruxa. Dez anos mais tarde, Draco finalmente está pronto para atender à Hogwart...