XVIII

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Guilhermo e Dimitri desembarcaram na Itália,

- sempre soube que os pontos não fechavam - Dimitri disse analisando o dossiê em mãos

- Gian Lucca está menosprezando nossa capacidade de raciocínio, um segurança o traiu patético este discurso.

- Foi o mais perto que ele chegou do que poderia revelar na mesa do cartel, assumir o adultério o faria perder a cadeira.

- onde pode estar a vadia que causou tudo isto ? - Guilhermo apertava as mãos com força refletindo todo o ódio dentro de si

- Em breve saberemos, - Dimitri respondeu com o olhar fixo no papel que segurava

- Esta mulher é a responsável pela morte de Lívia e pagará por isto, não vou descansar até estar com as mãos no pescoço dela.

- Temos muitas pessoas para encontrar Guilhermo ela é apena mais uma das que precisamos.

- O jornalista de merda já está em nossa mão, basta uma ligação e ele estará na mira do meu revólver.

- Gian Lucca tem muito o que explicar sobre tudo que está acontecendo e espero que desta vez não omita nada, caso contrário serei obrigado a oferecer sei pescoço no cartel.

- Não poupará seu sogro? Está pronto para enfrentar a fúria de sua mulher ?

- Não Guilhermo, não estou. Me sinto pronto para enfrentar uma guerra com inimigos armados e preparados, mas não me sinto pronto para enfrentar minha  mulher, Ela consegue me fazer ceder a todos os seus desejos e isto me preocupa as vezes. - Dimitri balançou a cabeça

- Elas tem este poder meu amigo, nós nunca as venceremos

- Por falar nisto, como está o seu  casamento?

- mulher virgem você sabe como é, sexo lento, dando aulas de oral e posição sexual toda noite

- bom, ao menos está transando e tirando o estresse - Dimitri gargalhou

- Vai me dizer que não está transando ? - Guilhermo o olhou com desconfiança

- A diferença é que minha mulher já está moldada e habituada a vida conjugal, não preciso pedir ou ensinar mais nada, ou seja, estou algumas quadras a sua frente.

- E sempre estará, meu casamento não é verdade e jamais será verdadeiro.

- Talvez com o tempo possa amar sua nova esposa

- Eu jamais vou amar outra mulher Dimitri, meu coração foi sepultado junto a Lívia e meu filho.

- Miah pode te dar filhos e construírem ao menos uma união estável.

- assim espero, que meu coração ainda possa sentir o amor de pai

- poderá amigo- Dimitri o tocou o ombro como forma de apoia-lo

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Guilhermo envio Miah e Anastácia antiga babá e agora acompanhante de sua mulher,  para a nova casa de campo onde Isis e Mércia estavam hospedadas

- Posso segura-la um pouco ? - Miah perguntou a Isis assim que avistou Melina

- claro, fique a vontade - ela consentiu

- Sua filha é tão linda! Se parece um pouco com você

- sim é linda, mas não minha filha, Dimitri era viúvo de minha irmã no antes de ser meu marido. Melina é minha sobrinha.

- Aah sim, me desculpe a indelicadeza.

- não tem por que se desculpar, você como filha de mafioso sabe que nós mulheres não temos escolhas perante ao noivo. E assim como eu você também se casou obrigada com um recém viúvo. - Isis a olhou observadora

- não foi obrigada, na verdade me senti liberta com o casamento. Estar sob o controle de meu pai era muito mais difícil que me casar com um desconhecido.

- Sinto muito, nós também somos obrigadas a lidar com isto, eu a entendo.

- Soube que era amiga da falecida esposa de meu marido, ele a amava muito ? - a observou com curiosidade

- Sim, foram o casal mais bonito que já vi, o amor dois transbordava - Isis disse se lembrando dos dois juntos

- Acha que posso o fazer feliz como ela o fez ?

- não se compare, os dois se amaram e construíram uma história que chegou ao fim com a morte dela. Agora você começará outra história diferente, Guilhermo é um bom homem e a fará feliz.

- Tenho medo de não conseguir conquista-lo e em algum momento ser devolvida a meu pai - Miah dizia com a expressão de um  gato assustado

- Me diga uma coisa, o que seu pai a fez? Ele já a tocou ? - Ísis segurou a mão dela tentando entender porque tanto medo

- Ele me castigava dia e noite a fio, chibatadas e torturas físicas e emocionais. Se eu não der um herdeiro a meu marido e for devolvida ele me jogara como concubina nas ruas de Calcutá

- Deus meu! Ele não poderia ser tão perverso - Isis se assustou

- sim ele poderia e não tenho dúvidas que o faria caso o decepcione

- Guilhermo sabe disto ? Ele jamais a deixaria passar por algo tão cruel.

- ainda não o disse - Miah a olhou com pesar- na verdade eu gostaria que ele se apaixonasse por mim e não fosse capaz de me devolver por amor e não por pena.

- entendo, sua forma de pensar - Isis se limitou a dizer, em seu íntimo não conseguia imaginar Guilhermo sendo feliz ao lado de outra mulher mas ao ouvir Miah desejou que ela conseguisse.

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Helena tinha o corpo preso por uma corda e suspenso do chão, suas pernas estavam doloridas por passar a noite de pé, logo pela manhã foi acordada por um balde de água .

Seu corpo estremeceu com o contato e ela abriu os olhos inchados pelo choro e pela agressões sofridas.

- Hoje se você não colaborar, iremos ter que ser mais enfáticos com os castigos, - Lionel disse erguendo seu queixo

Ela tinha o corpo dolorido e sentia fome

- o livro está em segurança, em um local que ninguém jamais poderia imaginar.

- Na casa do jornalista seu comparsa  ? - Lionel a olhou com certa desconfiança

- não, ele quis muito este livro e se o tivesse em seu poder com certeza já estaria estampando a capa de algum jornal - ela disse firme, demonstrando uma verdade segura

- E por que demorou tanto para revelar ? ..

- Este livro era minha única chance se escapar de Gian Lucca, e não o tenso mais como uma carta na manga estaria para sempre a mercer dele.

- bom, se me disser onde o livro  está, a manteremos longe de Gian Lucca

- O levarei até o livro, mas preciso de garantias que me deixaram em paz

- Você não está em condições de exigir nada.

- então me torture até a morte e morrerei com este segredo.

Lionel quis mata-la ali mesmo por sua insolência, mas não ousaria perder a chance de ter o livro.

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