Capítulo 5

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- vai dar tudo certo – Gulf diz ao ver a irmã tão nervosa enquanto uma mulher faz os últimos ajustes no terno que usará amanhã.

- Pode tirar a roupa, senhor – a mulher diz, e Gulf vai para o banheiro para trocar de roupa. Quando volta, fica só com sua irmã.

- Eu estou com medo de algo dar errado – Pearl diz.

- Nada vai dar errado. Você pode ficar nervosa, lembre-se do bebê.

- Eu sei, onde você estava? Você disse que ia conversar com Thorn depois sumiu – Gulf apenas ri.

- Sério, estou preocupada com você. Papai ligou ontem, me falou que você largou o exército? Como assim? Você vivia para o trabalho.

Gulf não queria falar agora sobre por que largou, pois era o momento dela e não queria chamar a atenção.

- Lembra a última vez que a gente conversou sobre você estar bem em ter deixado alguns sonhos de lado para poder casar com Thorn?

- Sim – ela diz desconfiada.

- Eu achei a minha pessoa – diz sorrindo ao lembrar de Mew.

- Que? Como assim? Essa conversa tem menos de 2 semanas. Como você encontrou alguém, sendo que vive trancado naquele lugar?

- Eu tenho 8 anos que o conheço e o amo.

- Ele? – ela pergunta – como assim, me explique.

- Quando fui para o colégio interno para terminar o ensino médio, conheci ele e namorei nos 3 anos que fiquei lá, mas na formatura eu terminei com ele - diz triste por lembrar de tudo.

- Mas por que você terminou? – perguntou ela, triste.

- Nosso pai – suspirou – ele colocou coisas na minha cabeça, falou sobre como a família de Mew nunca me aceitaria, nem o povo. Que com o tempo, Mew teria que escolher entre mim ou ser rei – diz com a voz chorosa – fiquei com medo dele ter que escolher se fosse necessário.

- E também que ele não teria como escolher se fosse necessário?

- Também, mas meu maior medo era ele largar tudo por mim e se arrepender depois.

- Você não tem mais medo? - Perguntou ela, e Gulf riu.

- Estou apavorado de medo, mas amo ele demais.

- Vai dar certo. Vou sempre estar aqui para te apoiar – ela sorriu.

- Obrigado, maninha.

Gulf está aliviado por falar isso para alguém, nem percebeu que tinha alguém perto.

Mew e Thorn escutam toda a conversa. Mew estava em choque, nunca pensou que esse era o real motivo. Assim que a conversa terminou, ele saiu, precisava ficar sozinho por um pouco. Estava com raiva de Gulf, com raiva de si mesmo, principalmente com raiva do pai de Gulf por ter enchido a cabeça.

- Mew – ele leva um susto ao ver Gulf o chamar – desculpa por ter escondido – diz com voz baixa e envergonhada.

- Como... – foi interrompido por Gulf.

- Thorn deu surtada comigo agora pouco – diz mordendo lábio de forma nervosa.

- Se esteve que escolher naquela época, eu teria escolhido ser rei. Apesar de te amar muito, eu sentia e sinto que tenho um dever com o meu país – suspirou, não sabia como Gulf se sentiria ao escutar isso.

- Eu sei.

- Gulf, eu te amo, mas tem algumas coisas que podem se realizar. Por exemplo, o povo pode aceitar bem, minha mãe e o conselho real. Eles não podem impedir, mas vão fazer de tudo para que a gente desista, principalmente você.

- Eu sei – diz com voz de choro – igual você está fazendo agora.

- Eu não estou.

- Está, Mew. Realmente, fiquei assustado naquela época, mas hoje não sou mais aquele menino assustado.

- Desculpa. Assim como você tinha medo, eu também tenho medo de você se arrepender.

- Entendo, pode parar de fazer isso.

- Está bem.

- Esse fim de semana é dos nossos irmãos, então não vamos fazer drama do que é desnecessário - Mew ri da maneira como Gulf disse.

À noite, houve um jantar de ensaio que Gulf achou bastante desnecessário, mas não disse nada, apenas foi. Ele sabia que, se quiser manter o relacionamento com Mew, terá que aguentar muito mais disso.

Sabia que sua irmã estava feliz, mas queria os pais deles ali. A família não era muito grande; tanto o pai quanto a mãe eram filhos únicos. Depois que a mãe morreu, cada um foi para um lado: Pearl foi morar com os avós, Gulf foi para o colégio interno, e o pai focou no trabalho no exército.

- O que você está fazendo aqui? – Gulf diz ao ver Mew entrando no quarto.

- Sempre era você que fugia para o meu quarto. Eu quis retribuir – diz se levantando e indo em direção a ele.

- Você vai passar dois anos entrando no meu quarto escondido para compensar? – perguntou Gulf de brincadeira. Mew apenas ri, coloca o braço na cintura do outro, fazendo os dois ficarem praticamente colados.

- Não, a gente vai estar casado até lá – diz Gulf, sorrindo ao ouvir isso.

- Te amo, meu P'mew - diz lembrando-se de como o chamava quando eles namoravam na adolescência.

- Eu te amo, meu nong – diz o beijando. Mesmo eles tendo a mesma idade, Mew era alguns meses mais velho. Gulf começou a chamá-lo assim para agradá-lo, e Mew seguiu a ideia chamando também pela forma de tratamento.

Vossa majestade - livro 1-  MEWGULFOnde histórias criam vida. Descubra agora