Certo, e agora?

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Vancouver, Canadá - 18 de Maio de 2018
14:40 PM

Narrativa: Adora

A semana passou como num piscar de olhos. Parece clichê falar essa expressão porque, velho, um beija-flor bate as asas muito mais rápido do que piscamos. Aí tipo, ficaria melhor ser dito "a semana passou como o bater de asas de um beija-flor", tá ligado?

Mas ah...

Pensando bem, não, deixa como tá mesmo.
Enfim, a semana passou voando e cá estávamos nos preparando para a viagem. A intenção era levar a bagagem primeiro e depois iríamos de avião até Londres, porém minhas tias - mais Korra do que Asami, precisamente - fizeram jus ao poder financeiro que as duas têm e nos emprestaram seus jatinhos particulares para nossa mudança.
Suas justificativas? Elas disseram que nossa família merece tudo do bom e do melhor, e que não era gasto nenhum já que elas iriam ficar uma semana na casa nova como "pagamento" por isso.

Ou seja, trabalhar muito pra ser assim.


- Vamos? - escutei a voz de Adam na direção da porta; ele estava usando uma roupa mais casual, mas não menos comportada (muito diferente do usual, diga-se de passagem) - Temos trinta minutos pra chegar no aeroporto. - disse olhando o relógio em seu pulso, um pouco apreensivo

Parei de arrumar minha mochila e dei uma olhada ao redor, me lembrando de todos os momentos que tive nesse lugar. Sorri ao me recordar das topadas que levei na mesinha do computador e na cabeceira da cama (numa dessas, sim eu quebrei o dedinho, e doeu como a porra), dos momentos em que me desesperei  dias antes das provas no colégio, das noites sem dormir consolando Adam quando quebrava a cara com alguma garota, das várias  partidas de jogos online em que ganhamos os campeonatos e, até mesmo... Dos momentos em que descobri estar apaixonada pela primeira vez.
Todos os momentos me atingiram em cheio; a nostalgia me fodendo sem vaselina e sem ter me levado pra jantar antes.

É... muitas memórias inesquecíveis.

Saí do transe ao olhar meu irmão, que estava da mesma forma nostálgica, mas percebi algumas lágrimas em seus olhos azuis.

- O que foi? - perguntei ao me aproximar do mais velho - Não vai dizer que já vai chorar, bebêzão! Ainda está cedo pra isso, palerma. - sorri, apertando suas bochechas, mas não deixando de admitir pra mim mesma que poderia estar no mesmo estado que ele

- Idiota. - murmurou, afastando minhas mãos e enxugando as listras que ficaram em seu rosto - É só que... - suspirou - São tantas memórias. - sussurrou; concordei, sorrindo - Lembra quando a gente trocou o café da treinadora Hawking por energético e a aula de natação virou um caos?

-A mamãe ficou pê da vida com a gente. - gargalhei lembrando do ocorrido

- É, e depois do castigo que recebemos, a gente foi comprar sorvete e BUM! - fez uma explosão com a mão - A treinadora ainda estava elétrica de tanto energético. - acenou negativo,  sorrindo - Acho que nunca mais chego perto de uma garrafa térmica na vida.

- Nah. Ela fez foi drama, nem foi tanto energético assim. - desdenhei

- Adora... Foram cinco litros de energético??? - me olhou incrédulo e dei de ombros - Não sei como ela não teve um ataque cardíaco.

- Nossa treinadora era perfeita, só perdia para a Dodge. Essa sim que era um touro... - soltei, me lembrando da treinadora Huntara, que por mais que fosse durona, ela uma mulher incrível e super atenciosa com os alunos que se dedicavam.

And... If I could do? (Catradora)Onde histórias criam vida. Descubra agora