Capítulo 1

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"Uma verdade mundialmente consagrada é a de que um homem solteiro, dono de uma grande fortuna, deve estar precisando se casar. Por menos que os sentimentos ou as ideias de tal homem sejam conhecidos, ao se estabelecer em um novo local, essa verdade está de tal forma enraizada na mente das famílias vizinhas que muitas delas consideram o rapaz propriedade legítima de um de seus filhos..."

O senhor Uchiha estava desfrutando do silêncio da casa para avançar na leitura do seu livro, quando ouviu uma carruagem parando, nesse momento, mesmo não sendo muito religioso, rezou para que não fosse visitas.

Se não, como sua mulher nem seus filhos estavam, motivo esse do silêncio em que se encontrava, teria que lhes fazer sala. Mas, para seu alívio, ouviu a voz da sua esposa no corredor, ela estava gritando por ele. Isso vindo da sua mulher podia ser por qualquer coisa, então decidiu esperar que ela o encontrasse.

E ela o fez prontamente, pois seu marido vivia naquela biblioteca, a qual usava como escritório pelo tamanho da casa.

- Senhor Uchiha! O senhor não vai acreditar no que acabo de descobrir!

- E o que seria? - perguntou sem levantar os olhos do livro

- Netherfield Park foi finalmente alugada, meu caro! E por um homem muito rico do norte da Inglaterra - Ela falou se movimentando pelo escritório, mau se aguentando em pé de tanta emoção.

- Ah, é mesmo? - A pergunta saiu carregada de desinteresse, mas a matriarca não notou

- Ele estava de passagem pela região, em uma carruagem elegantissima puxada por quatro cavalos, quando ficou tão encantado pela região que logo aceitou os termos do senhor Suzuki. Alguns dos seus criados já estam na propriedade

- E qual é o nome de tão ilustre cavalheiro?

- Uzumaki

- Solteiro ou casado?

- É claro que é solteiro e com um rendimento de 5 mil ienes por ano! Que dádiva para os nossos filhos!

- Como? O que eles têm a ver com isso?

- Meu caro, não percebe que ele pode se casar com um deles? Afinal ele é um alfa

- E foi esse o motivo que o trouxe aqui?

- Não seja tolo, Fugaku, é claro que não. Mas nada impede que ele se apaixone por um deles, por isso você deve visitá-lo o mais pronto possível.

- Eu? Mas o que eu tenho a ver com isso? Você pode muito bem ir com os meninos, ou talvez seja melhor eles irem sozinhos, pois é capaz do senhor Uzumaki escolhê-la por sua beleza, minha cara

- Me poupe dos seus elogios, Fugaku, sabe muito bem que quando uma mulher se torna mãe de cinco ômegas crescidos, sua beleza é a última coisa que lhe passa pela cabeça

- Nesses casos, não resta muita beleza em que pensar

A resposta foi um tapa bem dado em seu braço, que lhe arrancou uma risada

- Não fuja do assunto, Fugaku. Tem que visitá-lo assim que ele chegar

- Pois fique sabendo que não lhe garanto nada, você sabe que detesto essas cordialidades

- Só peço que pense nos nossos filhos, pense que belo par o senhor Uzumaki formaria com qualquer um deles. O Sir Hatake e a Lady Hatake iram visitá-lo somente por esse motivo, pois sabe que eles também não têm esse costume

- Eu não sou todo mundo, minha cara. E tenho certeza que o senhor Uzumaki terá o maior prazer de recebê-la. Aproveito para enviar-lhe, por intermédio seu, um bilhete dizendo que aprovo seu casamento com meu filho que mais lhe agrada. Mas, não posso deixar de incluir umas palavrinhas a favor de Izuna

- Espero que não faça isso, pois ele não é melhor que os irmãos. Não é nem tão bonito quanto Madara-san e nem tão alegre quanto Sasuke-san. Nunca entendi essa sua preferência para com ele

- Digamos que ele tem uma vivacidade que falta em seus irmãos

- Fugaku, como pode ofender seus filhos dessa forma? Não tem pena dos meus nervos?

- Pois aí que você se engana, minha cara. Eu lhes tenho na mais alta conta, já que escuto sobre eles há uns bons vinte anos

- Ah, você não sabe como sofro para administrar essa casa e os meninos. São cinco filhos que necessitam de luvas, chapéus, kimonos, leques, acessórios, livros, partituras, saias, saiotes  e tudo mais que possa imaginar

- Realmente não sei. Mas espero que viva o suficiente para ver chegarem muitos jovens de cinco mil ienes na região

- Do que adianta chegarem uns vinte jovens de cinco mil ienes na região? Você não irá visitá-los mesmo

A senhora Uchiha se levantou com raiva do sofá, cansada da petulância do marido, se dirigindo a porta

- Acredite minha cara, quando forem vinte jovens, visitarei todos eles

- Só espero estar viva para ver isso! - Ela fechou a porta em que estava encostada com um baque, encerrando o assunto.

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