Capítulo 15

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Novo capítulo com uma nova pessoa narrando, me digam o que acharam...
Foram 3176 palavras

                        MADARA

Existem dias marcantes na vida de todas as pessoas, que nos mudam de tal forma que só iremos entender depois, como o dia que peguei Izuna nos braços pela primeira vez, eu era uma criança de dois anos que mal tinha deixado as fraldas, mas já sabia naquele instante que amaria meu irmãozinho com todas as minhas forças, ou o meu primeiro cio, que dividiu a minha vida em um antes e um depois, ou a primeira vez que vi papai chorar, isso só aconteceu quando seu amado irmão mais novo faleceu, o tio Kagami, que não cheguei a conhecer pois ele se mudou para Espanha logo após o casamento.

E existem dias ordinários, aqueles dias que nada realmente acontece, que o tempo se alonga e demora a passar, dias tão simples que passam despercebidos para a maioria das pessoas, mas são esses dias, que não tem nada demais, que são os meus preferidos.

É difícil para mim explicar o motivo por trás disso, talvez tenha haver com o clima que esses dias carregam, que é o mesmo das manhãs de domingo com sua preguiça gostosa, onde o desjejum se estende, a conversa é leve e as risadas altas. Ou pelo menos sempre foi assim aqui em casa, aos domingos e nas tardes sem visitas, onde nos reunimos na sala para fazer absolutamente nada.

Como hoje que estou sentado no chão, com um prato de biscoitos e uma xícara de chá ao meu lado, deveria estar praticando aquarelas, mas estou concentrado em salvar esta imagem na minha mente. A imagem da minha família reunida, mas ao mesmo tempo cada um no seu mundinho, papai está lendo o jornal na sua poltrona preferida, Izuna está jogado em um dos sofás devorando um livro, ele morde o polegar em ansiedade pelo que está lendo, uma parte tensa sem dúvidas, mamãe está esparramada no outro sofá, se contentando em beliscar alguns biscoitos e Indra está no piano.

A sala está preenchida pela melodia de Primavera, de Vivaldi se não me engano, o cheiro de jasmim e dos biscoitos de nozes que Itachi assou antes de sair impregnam o ar, acho que não conseguiria um cenário tão perfeito nem se eu imaginasse. Rio com o pensamento de que a casa só se encontra nessa tranquilidade porque tanto Sasuke como Itachi foram à cidade após o almoço, com a desculpa de comprar novas fitas para os seus chapéus, mas que todos sabemos que vão acabar passando pela casa da senhora Mitarashi para se inteirarem das novidades.

Como se escutassem os meus pensamentos, os dois entram com tudo pela porta da sala chamando por mamãe entusiasmados como nunca antes

-Mamãe! Mamãe! A senhora não vai acreditar no que a senhora Mitarashi acaba de nos contar

-Sim, a senhora vai cair para trás quando ouvi

-Digam, digam logo o que aconteceu! O que houve para causar tamanho alarde?

-A senhora Mitarashi estava nos contando que o coronel Hagane não vai ser o único militar a vir para Meryton, ela disse que.. - Itachi começou a explicar, enquanto Sasuke dava pulinhos no lugar, tamanha a empolgação dele

-Um regimento está vindo para cá! - Sasuke cortou Itachi

-Um regimento? Aqui em Meryton? - mamãe perguntou desacredita

-Sim e eles planejam ficar...

-Todo o inverno!

-E vão fazer de Meryton...

-Seu quartel-general!

-Sasuke! - Itachi repreende o otouto pelas interrupções, mas ele se faz de desentendido

-O que?

-Pare de interromper tudo que digo, como você quer que eu fale com a mamãe desse jeito?

-Ah mas o mais importante não era dizer a ela? Que diferença faz quem passar a mensagem? - Sasuke pergunta com o queixo erguido

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