Take This Heart || Bella e Carlisle

1. Bad Moon Rising {Carlisle}

Take this Heart

por BookwormBaby2580

Tradução por lourgasmo

{Carlisle Cullen}

Isabella Swan.

Sentado em minha sala de estudos, eu encarava as pinturas que adornavam as paredes sem realmente prestar atenção nelas. Minha mente estava na filha do chefe de polícia e em Edward — meu filho, meu amigo, e meu primeiro real companheiro nessa vida. Eu estava preocupado.

Tinha ouvido pela rede de fofocas local que a filha do chefe Charlie Swan estaria se mudando para a casa dele. Isso não era surpreendente; poucas pessoas na cidade não sabiam ainda. Encontrei-me contemplando se aquela seria uma situação saudável para o chefe ou para sua filha. Eu não sabia nada sobre ela, claro, mas tinha familiaridade com Charlie. Ele era um homem recluso, áspero em seus modos, e de alguma forma temperamental. Era efetivo em sua posição na polícia, mas havia visto toda uma vida de violência; tanto na infância, quanto agora como adulto trabalhando na aplicação da lei. Minha mente voou brevemente em contemplações sobre o ciclo de abuso, um pensamento que agora quase me parecia irônico.

Irônico, porque eu estava preocupado sobre a segurança da garota, mas eu deveria estar preocupado sobre o estrago que ela poderia fazer na minha família.

Isabella Swan.

Não mais que uma adolescente, mas perigosa.

Alguns dias atrás, Edward chegou em casa mais perturbado do que eu havia visto em décadas, trazendo a história da nova garota da escola e seu aroma atraente. Mesmo que eu mesmo nunca tenha vivido isso, já havia ouvido história sobre a rara, mas extraordinária, reação química que um membro de nossa espécie ocasionalmente tem com o aroma de um humano aparentemente aleatório. Até mesmo meu próprio Emmett já havia vivido esse fenômeno duas vezes. Edward estava convencido de que se tivesse que encarar a garota novamente, não seria capaz de resistir a tentação de matá-la.

Ele havia fugido, levado Esme consigo, e me deixado em uma situação difícil. Fazia muito tempo desde que eu ficara sem a companhia dele, e não gostei disso. Amava meus outros filhos mais do que palavras poderiam expressar, mas ninguém jamais poderia me conhecer da mesma forma que Edward conhecia, e ninguém jamais entenderia o quanto me desanimava ficar sem o único homem que poderia verdadeiramente entender minha mente. Mesmo eu, tão afeiçoado como era por ele, não havia percebido o quanto era dependente de sua compreensão até ele não estar mais ali.

E Esme. Filha, parceira, amiga e confidente. Esme tem estado comigo há quase tanto tempo quanto Edward. Meu sucesso em transformá-lo me deixou corajoso, e quando eu encontrei a primorosamente bela Esme, tão perto da morte, eu decidi tentar de novo. Nunca diria em voz alta a esperança secreta que eu carregava comigo, de que essa criatura encantadora talvez fosse uma parceira para mim. Por vários dias, enquanto Edward estava longe em uma pequena viagem, eu ensinei ternamente a mulher amável e empática sobre as crenças peculiares do nosso pequeno clã, e fiquei muito satisfeito quando ela aceitou rapidamente.

Minha esperança cresceu.

E então Edward retornou e minha recém-descoberta noção de conforto e família fugiu de mim.

No momento em que um viu o outro, o mundo mudou para eles. Claro, eu tentei não invejar meu querido amigo e essa nova e gentil mulher, e a felicidade que eles encontraram um no outro, mas o sentimento que eu nutria por ele nunca poderia ser completamente restabelecido. E foi ainda mais difícil saber que ele presenciaria cada momento de amargura meu, algo que eu jamais o permitiria ver se tivesse a liberdade de esconder.

Nós nunca conversamos sobre os meus sentimentos. Edward tentou uma vez se desculpar mas eu não quis ouvir. Ele não havia feito nada de errado. E, dada a opção, ele não teria cultivado nada além de amizade com Esme. Às vezes, para nossa espécie, simplesmente não havia escolha.

Agora, eu já havia superado a amargura há tempos, e sentia apenas amor por Edward e Esme. Dada a idade aparente de Esme, ela frequentemente se passava por minha esposa, o que resultou em uma amizade quase tão íntima quanto a que eu tinha com Edward.

Quando os dois foram embora, eles levaram meu suporte mais forte, e me senti instável sem eles.

Foi um alívio quando Edward ligou para me contar que estavam voltando para casa. Apesar de achar que talvez eu deveria tê-los aconselhado a ficar em Alaska com nossos primos. Ao ponderar a situação agora, me pergunto se meu egoísmo nessa questão nos causaria problemas. Esme sugeriu que Edward cultivasse uma amizade com a garota Swan na esperança de que um carinho por ela reforçasse sua decisão de não machucá-la. Era exatamente o método que eu usei para convencer cada um de meus filhos a evitar a dieta natural de nossa espécie. Eu os estimulei a se apegarem à sua humanidade e a pensar nos humanos não como presas, mas como família, amigos e vizinhos.

Era uma tática efetiva, e Esme confiava no autocontrole de Edward.

Eu esperava que minhas próprias ressalvas não enfraquecesse sua decisão. Se ao menos pudesse escondê-las dele e fazê-lo acreditar que eu não tinha nada além de confiança nele. Se eu ao menos pudesse ter tanta confiança quanto Esme tinha. Meu filho nunca havia matado alguém acidentalmente, nunca havia provado sangue humano sem deliberadamente escolher fazê-lo. Mas seria realmente sábio deixá-lo exposto a uma tentação tão requintada, dia após dia?

Teria uma forma de avisar o chefe de polícia do perigo que sua filha corria sem colocar em perigo minha própria família?

E então eu sentei, sozinho em minha sala de estudos, procurando maneiras de evitar um desastre.