{Carlisle Cullen}
Edward foi direto para o piano quando chegou em casa, e começou a tocar enquanto eu estava parado na janela observando a caminhonete de Bella sumir na estrada.
— É seguro, não é? A caminhonete que ela dirige?
— Posso dar uma olhada se você quiser — Emmett ofereceu de seu quarto no segundo andar. — Mas parece que está andando bem o bastante.
— Obrigado, Emmett. Eu gostaria.
— Vou checar hoje à noite.
Me movi até Edward e fiquei em pé atrás do banco do piano enquanto ele tocava. Eu gostava dessa nossa nova rotina.
— Ela ainda não está levando a história de Jacob a sério — Edward disse calmamente. — Passou a tarde inteira me perguntando o que nós fizemos para convencer adultos racionais de que somos vampiros. Ela acha que é ridículo.
— Uma pequena misericórdia.
— Talvez. — Ele deslizou para o canto do banco e Esme veio do quintal e sentou ao seu lado. — Se ela não começar a notar coisas que a façam repensar sua posição, então deve ficar tudo bem. Mas eu acho que ela vai. Já comparou a teoria dos vampiros com as suas especulações sobre o Wolverine.
Suspirei, lamentando que a segurança dela tenha sido comprometida meramente por ter tido o azar de se mudar para essa cidade.
— Existe uma maneira muito rápida e muito certa de deixá-la segura novamente — Edward apontou.
Ouvi Rosalie sibilar do andar de cima.
— Chega, vocês dois — disse firmemente. — Minha decisão ainda não está aberta a discussões.
Surpreendentemente, Edward não discutiu comigo. Em vez disso, ele começou a revisar seu dia com Isabella, me contando sobre suas conversas e o tempo que eles passaram juntos depois da aula. Edward era um incômodo constante, mas ele ainda me dava os momentos que eu esperava ansioso o dia todo. Ele estava descrevendo a distração dela com a nossa foto na aula de Biologia quando de repente parou, seus olhos perdendo o foco. Sua testa franziu.
— Alice, o que é isso?
Não houve resposta, mas Edward estremeceu.
— Alice! O que está acontecendo?
— Eu não sei — Ouvi seu sussurro vindo de seu quarto. — É como se algo estivesse mudando, uma decisão oscilando, sendo feita e desfeita.
Edward levantou subitamente.
— Quando é isso?
— Acho que é agora. — Ela saiu do quarto com seu telefone em mãos. — Decisões de frações de segundo que acontecem assim que eu as vejo.
Ela discou rapidamente e pressionou o telefone na orelha.
— Edward, o que foi? — perguntei.
Ele balançou a cabeça.
— Eu não sei. Bella está tendo algum tipo de discussão com seu pai. Alice está vendo apenas pequenos pedacinhos de coisas que podem acontecer... tudo o que sabemos é que ele está gritando com ela.
— Oi, é a Alice. Posso falar com a Bella? — Alice disse no telefone.
— Não, ela está ocupada. — Veio a resposta rude de Charlie. — Ela vai retornar depois.
— Ah. Ok. Por favor, diga que eu liguei.
Ela desligou o telefone.
Saí pela porta, com Edward e Alice logo atrás de mim. Nós corremos pelas árvores e chegamos na floresta que circulava a casa dos Swan em minutos. As visões de Alice pareceram se acalmar depois da ligação, e nós paramos logo na linha das árvores, ouvindo a atividade na casa.
A televisão estava ligada, e Charlie estava sentado na sala assistindo enquanto Bella se movia pela cozinha. Após um momento, ela foi até seu pai; nós ouvimos um grunhido antes de Bella deixar a sala e subir para o seu quarto.
Isso foi tudo o que houve naquela noite. Bella pegou no sono não muito depois disso, e após algumas horas Charlie foi para a cama. Não houve mais conversa, não houve mais interação.
— Talvez eles ainda estejam bravos um com o outro — Alice murmurou.
— Sobre o que eles estavam discutindo? — perguntei.
— Sobre mim — Edward disse desconfortável. — Charlie não gostou que eu passei a tarde com ela.
Alice balançou a cabeça.
— Não foi só isso. Ele estava sendo irracional, Carlisle. É como se estivesse procurando motivos para ficar com raiva.
Franzi o cenho.
— Dia estressante, eu imagino?
— Você vai vigiá-la? — Edward perguntou para Alice.
Ela assentiu.
— Tenho feito isso desde que a levamos para fazer compras em Seattle. Charlie parece um doce na maior parte do tempo, mas Bella geralmente o deixa sozinho quando ele está de mau humor.
Me virei para encarar a casa. A luz do quarto de Bella ainda estava acesa, mesmo que ela estivesse respirando pesadamente.
— Vai ver como ela está? — Edward perguntou.
Assenti. Corri pelo gramado e pulei silenciosamente na parede de sua casa. Abri sua janela, surpreso que escorregou suave e silenciosamente pelos trilhos.
— Passei óleo pra você — Edward disse ironicamente.
Sorri para mim mesmo.
Foi muito gentil da sua parte.
Entrei no quarto e me movi até o lado de Bella, observando-a para ter certeza que estava tudo bem com ela. Não consegui ver nenhum sinal de ferimento. No entanto, me aqueceu o peito ver que estava abraçada com o livro que eu dei. Perguntei-me se ela sempre dormia com algum objeto, ou apenas em dias estressantes.
Me movi silenciosamente até o interruptor e desliguei a luz, então voltei até sua cama e tirei os sapatos de seus pés. Queria poder fazer mais para deixá-la confortável, mas sabia que já estava ultrapassando meus limites. Puxei cuidadosamente os cobertores e coloquei sobre ela, então retornei para a janela e deslizei para fora novamente.
— Ela parece bem — Edward disse enquanto eu corria até eles. — Talvez estejamos exagerando.
Alice parecia inquieta.
— Talvez.
— Você vai ficar, não vai? —Edward perguntou.
Assenti.
Ele saltou para uma árvore e relaxou preguiçosamente entre o tronco e um galho firme.
— Ok. — Ele cruzou as mãos e deixou seus olhos se fecharem.
— Edward, você não precisa.
— Eu sei.
Alice se lançou em um ramo próximo a ele e começou a balançar os pés de brincadeira.
— Nem eu.
Sorri para eles.
— Eu aprecio muito a companhia.
x.x
N.T: Feliz Natal, anjinhosss!!! Espero que vocês tenham um ótimo fim de ano com suas famílias/seus amigos. <3
Antes do final do ano eu ainda volto com att, ok? E lembrando que a partir de janeiro nós voltamos a ter as duas atts semanais. É isso, se cuidem e bebam água. <3
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Take This Heart || Bella e Carlisle
FanfictionA vida de Bella é uma escolha constante entre mal e pior até ela se mudar para Forks e conhecer o único homem que consegue aliviar suas dores. Mas confiança nem sempre vem fácil, especialmente quando a vida lhe ensinou que você está mais segura sozi...