E agora? O que eu falaria pro Ezequiel quando o visse? As coisas com certeza não seriam as mesmas. Era sexta-feira. O Liam havia saído pruma convenção de professores de história, ou coisa parecida. Eu não estava muito animada pra ir pro colégio, daí fiquei em casa. Eu estava usando uma Camisa amarela e um shortinho preto fino que eu amava. Era hiper confortável. Porém, o tempo estava frio. O suficiente pra deixar meus e mãos vermelhos. De umas 14h, o Liam ligou pra avisar que só voltaria de 19h30, 20h00. Que o almoço tava na geladeirabe que eu me cuidasse. Não me entusiasmei muito. Almocei e depois, de mais ou menos umas 14h40, liguei pras minhas novas colegas: Suzana e Mei.
Liguei primeiro para Mei, considerando o fato da Suzana ter sido assaltada semana passada, perdendo assim seu celular.
- Alô, Mei? É a Laura. Queria saber se você é a Suzana poderiam passar aqui em casa depois da aula. Poderíamos ver um filme!
- Laura? Por que você não veio pro colégio? Aconteceu algo? Sua gripe piorou? -Mei estava estética do outro lado da linha. Parecia até uma mãe...
- Não, não!
Eu to bem. Não se preocupe comigo. Então? Vão poder vir?
Houve uma pausa.
- Eu e a Suzana temos curso de espanhol das 15h30 às 16h30. Se der tempo, a gente passa aí. Ah, a propósito, vamos assistir 50 tons de cinza?
Eu dei uma risada quase partindo pra gargalhada.
- Ha Ha! Buguei com sua piada. Agora tchau. Parem de vagabundar!
Encaixei o telefone no gancho. Eu ainda estava com o sorrisinho bobo. Pensava em como é bom ter amigas.
De mais ou menos umas 15h50, a campainha tocou.
Corri até a porta na maior felicidade, no intuito de encontrar com a Suzana e a Mei.
Porém, ao abri a aporta, percebi algo estranho com elas. Na verdade, quem estava Na porta, eram o Ezequiel e o Elios. Fiquei boquiaberta por alguns segundos, depois, por reflexo, fechei a porta na cara deles.
Encostei-me na porta e fiquei com uma careta, olhando pro teto. Quando voltei pra mim, abri a porta novamente, mesmo que pela brechinha. Como pensei... eles ainda estavam lá.
- Oi...? -disse Ezequiel tentando me encontrar por entre a fechadura. Escutei o Elios rindo.
Abri a porta por completo, cruzei os braços e fiz um bico forçado.
- Não vou me casar com nenhum de vocês!! -declarei prontamente. Depois de uns minutos, percebi a besteira que havia dito. Me recolhi um pouco, claramente envergonhada com o momento. Eles começaram a rir. Bem...pelo menos, o Elios riu. Ezequiel me olhava meio vazio.
- Mas então, Laura. Não está com frio? Você não me parece bem agasalhada pra um tempo quase nevoso. Seus dedos dos pés estão quase roxos...
- Pare de olhar pros meus pés, sim?? -eu estava claramente avermelhada; desde a orelha direita até a esquerda. Até que o Ezequiel soltou uma risadinha. Me encolhi pra trás da porta de novo.- E então? O que vocês querem aqui em casa?
Eles se entre olharam. Certamente algo estava errado.
- Temos notícias pra te dar.
Saí de pouco em pouco de trás da porta, percebendo o assunto sério.
- O-O que vocês têm pra me contar? -gaguejei.
Ezequiel deu um passo a frente se aproximando da porta e de mim.
- Temos notícias do Demetrius, Laura. Ele está na cidade. Minha colega afirmou ter visto um homem com as características dele, andando pela rua Homeway 116. Queria que você falasse um pouco co ela, pra saber mais a respeito.
Eu não conseguia me mover. Estava paralisada. Nem sequer sabia o que sentir. Se medo ou raiva. Minhas lembranças da tragédia voltaram todas de uma vez, trazendo tontura e quase me fazendo desmaiar, mas por dentro eu estava fervendo.
"Acharam meu irmão!"
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Laura Saraiva
RandomLaura é uma adolescente normal de 15 anos que perde sua família, após um crime gravíssimo cometido pelo seu irmão mais velho. Agora ela mora com seu primo e vai ao colégio normalmente, porém, ela se esconde do assassino que anseia terminar seu traba...