• Capítulo 21| Sempre há algo com o que se surpreender

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Eleanor continuava como antes, não queria ver ninguém e não falava desde o que aconteceu na praia

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Eleanor continuava como antes, não queria ver ninguém e não falava desde o que aconteceu na praia.

Eu lutava para respeitar o espaço dela mas eu não gostaria de perder a oportunidade de não tê-la ajudado a tempo, assim como perdi a oportunidade de salvar Yasmin.

Eu queria fazer alguma coisa, qualquer coisa para que eu pelo menos não me sinta tão inútil em relação a ela como eu estava me sentindo agora. Eu tinha que fazer alguma coisa ou eu não me perdoaria por não ter feito a tempo.

Larguei o livro que eu estava lendo, já havia lido o mesmo parágrafo incontáveis vezes por não ter entendido e estar com a cabeça longe, portanto, marchei em direção a enfermaria. Eu sei que poderia estar fazendo errado em não esperar que viesse dela a vontade de ver ou falar com alguém mas eu prefiro me arrepender por ter invadido o espaço dela do que não ter tentado pelo menos uma vez.

Atravessei a escola quase nada movimentada por ser domingo e lá estava eu, de frente para a porta do quarto dela, ofegante por ter andado rápido demais e sendo o mais lenta possível agora sem coragem de entrar.

Estou me sentindo do mesmo jeito antes de entrar na sala de Freda e no final deu tudo certo, por que agora não poderia dar, afinal, eu conhecia mais Eleanor à Freda.

Abri a porta e ela estava sentada na cama, o lençol cobria as pernas, o cabelo estava solto e úmido, sinal que ela havia de tomar banho recentemente. A pele estava pálida por mais que ela sempre fosse branquinha, dessa vez estava mais pálida que o normal por ter se enfiado nesse quarto e não sair mais. A janela aberta tinha toda sua atenção até o momento que eu entrei no quarto.

- Olá.- Falei baixo me aproximando dos pés da cama. Ela me olhou rápido mas voltou a olhar para a janela sem ter respondido nada.- Trouxe isso para você, você sempre gostou dos livros da Kiera.- Ergui o livro ao lado do meu rosto e ela nem mesmo olhou. Respirei fundo, frustrada, e o deixei próximo dos pés dela sem querer encostando em um deles por baixo do lençol, levei um susto quando ela puxou as pernas rapidamente abraçando as mesmas.- Me desculpe, eu não quis...

- Quero ficar sozinha.- Ela finalmente fala. Sua voz estava embargada e pesada, era como se ela segurasse o choro por dias e uma única atitude a faria desabar.

- Eleanor, o que houve com você?- Ela faz uma careta negando com a cabeça, uma lágrima passa a derramar pelo rosto dela e eu sinto meu coração apertar. Dei a volta na cama até alcançar o lado dela e hesitei em segurar na sua mão.- Conversa comigo, por favor.

- O mar, ele...- E esse era o momento que ela desabou. Suas lágrimas encharcaram seu rosto numa velocidade muito rápida por muitas delas caírem de uma vez só. Elas estavam presas e queriam sair e Eleanor as libertou. Tive a ideia de tentar usar a minha magia de cura, pelo menos uma parte dela e toquei em seu pulso delicadamente fazendo uma energia relaxante sair de mim e emanar nela. Ela levantou a cabeça parando de chorar e me encarou.- O mar está bravo.

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