Consequências de uma noite | Flintwood

II| Aquele que Flint conversa

Prazo curto. Wood sabia que seu prazo de treinos estava acabando e que não poderia perder mais um por conta de Flint. Deixando seus parceiros no treino, voa até a grama, onde o sonserino o espera. O grifano desce da vassoura, ficando de frente para o maior que tinha uma feição mais séria.

    – Veio sozinho? – Wood pergunta.

    – Eles estão no vestiário. – Responde no tom seco – Viemos treinar.

    – É, eu sei. Mas não posso liberar o campo agora.

    – Temos reserva, se manda. – Cruza seus braços o intimidando.

    – Você e seu time já treinaram ontem, hoje é a vez do meu time. – Coloca a canhota na cintura enquanto a destra segura a vassoura.

    Marcus o encara. Oliver sabia que ele fervia de raiva e que a qualquer momento poderia ser socado por ele. Mas o sonserino apenas continua com seu olhar assassino.

    – Vai me matar ou estamos brincando de quem pisca primeiro? – Wood diz baixo, percebendo alguns jogadores da Sonserina saindo do vestiário.

    – Nem um, nem outro. – Responde no mesmo tom, mas logo respira fundo – Um amistoso? O que acha?

    – Não me é mal. – Oliver olha para baixo suspirando de alivio.

    – Eu também quero participar!

    Os dois se viram para olhar, o pior pesadelo de Wood estava de volta e não poderia ignora–lo. Brennan Doyle chega com seu time. O sorriso estampado em sua cara deixava Flint enjoado, queria poder socar aquela carinha até arrancar cada dente.

    – Acho que todos precisam treinar juntos. – Brennan diz. Oliver sabia que aquele sorriso só podia dizer perigo. Ele conhecia Doyle bem o suficiente para teme–lo.

    – Acho que não é preciso, você treinou bastante, agora é nossa vez. – Marcus se vira para ele.

    – Um treino a mais não mata ninguém. – Sorri.

    – Poderia te matar. – Oliver ri fraco com as palavras de Flint, chamando a atenção de Brennan.

    – Oli, faz tempo que não conversamos. – Sorri outra vez.

    – Não me chame assim.

    – Ordem aceita. – Ri – Mas como vai?

    – Estava melhor antes. – O Wood franze as sobrancelhas.

    – Você mudou bastante, mais atlético eu diria–

    – Cara, se você está dando em cima dele, está bem vergonhoso de assistir. – Flint o interrompe – Temos coisas mais importantes para fazer. – Oliver, sem muita escolha, concorda com o sonserino para que parem de conversar e voltem ao jogo.

    – Sim, você está certo. – Doyle o olha – Depois eu treino então.

    Os dois comemoram internamente pela saída do corvino. Oliver respira aliviado, queria agradecer a Marcus pela falta de educação de sempre, ela finalmente serviu para algo.

    – Que sorriso mais falso. – Marcus quebra o silêncio – Ele é sempre assim?

    – Na verdade não. – O olha – Tem alguma coisa errada. – Diz a última parte quase em um sussurro, o que deixou o sonserino confuso.

    – Bem, pela primeira vez concordamos em algo. – Diz no mesmo tom baixo, deixando sua voz rouca. Oliver estava surpreso, nunca pensou que teria uma conversa civilizada com Flint, sem envolver sangue ou xingamentos. Então sorriu fraco, estava mais calmo, se Flint se lembra daquela noite, isso não é mais um problema.

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O problema pirou. O amistoso contra a Sonserina só causou problemas para Oliver, sua atenção ficava presa em Flint, o que quase causou mais de um gol. 

    Todos estavam cansados, os dois times vão para o vestiário para retirarem o uniforme e tomarem uma ducha.

    – Vocês três sempre tomam uma ducha, por que hoje não? – Oliver olha para Harry e os gêmeos.

    – Temos um compromisso. – George diz.

    – Temos? – Fred pergunta.

    – Sim, eles vão estudar para uma prova comigo. – Diz o Potter.

    – Eu não sou idiota. – Olha para os dois – Apenas saiam logo, não precisam inventar uma desculpa.

    – Estou boiando. – Fred diz enquanto é puxado para fora da tenda.

    O Wood suspira indo para seu armário. Tira seus equipamentos, relaxando seus músculos. Em todo o processo ele pensou no que aconteceu antes do jogo, estava nervoso com a volta repentina de Brennan, mas a pequena conversa de Flint com ele suavizou as coisas.

    – Sorrindo para o nada? – Flint o chama do nada, o assustando.

    – Não chegue dessa maneira! – Dramatiza com a mão no peito – Tenho um campeonato para ganhar.

    – Não seja dramático e não é você que ganhará.

    – Depois brigamos sobre. – Ri baixo voltando a arrumar seu material.

    – De onde você conhece o mauricinho?

    – Doyle? – Ri com o apelido – O conheço faz alguns anos.

    – Esse "conheço faz alguns anos" soou estranho. – Se senta ao seu lado. Wood estranha seu comportamento, era realmente difícil vê-lo calmo.

    – É difícil dizer, apenas isso.

    – Okay, não vou te forçar.

    – Quem é você e o que fez com Flint?

    – Não seja idiota, não quero ir para detenção outra vez.

    – Compreensível. – Wood se levanta, pronto para uma boa noite de sono – Está aqui sozinho?

    – Parece que todos nos largaram aqui. – Diz baixo, o que causa um silêncio vergonhoso. Wood pensa por breves segundos, o fato dos seus amigos o largarem é entendível, já que queriam o ver conversar com Flint, mas nunca viu Marcus sem seus companheiros, seria engraçado se ele estivesse passando pela mesma coisa.

    – Eu preciso ir. – Oliver sorri reto passando por ele.

    Marcus o deixa ir, mesmo que sua mente esteja uma bagunça para agarrar sua mão e perguntar sobre aquela noite. Perguntar a razão de Wood não ter falado sobre ainda, ele não seria tão corajoso assim? Flint não poderia negar, ele estava sem coragem para isso, mas estava satisfeito com o primeiro contato sem brigar. Achou melhor ir para seu dormitório, foi um dia longo.

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