IV | Aquele dos livros voadores

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A biblioteca estava quase vazia, poucas pessoas se arriscavam em voltar tarde para seus respectivos quartos

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A biblioteca estava quase vazia, poucas pessoas se arriscavam em voltar tarde para seus respectivos quartos. Porém, Flint esqueceu de um trabalho que Minerva passou e, convenhamos, ninguém quer levar uma bronca da professora de transfiguração. Então, ao se lembrar, correu para a biblioteca, abandonando seu resto da tarde livre. O que foi um saco.

    Batendo sua varinha na mesa repetidas vezes, tentava se concentrar no livro pesado de páginas finas, o que o irritava, pois não queria correr o risco de rasga-lo. O silêncio não ajudava, sempre em volta de meninos barulhentos, foi mal-acostumado digamos assim. Mas um barulho o assustou, quase deixando sua varinha cair no chão. Parecia um livro que foi de cara com o piso, não tinha o que temer, é uma escola bruxa, coisas flutuam por aqui.

    O barulho insistiu, mais livros caiam. Marcus não estava com a mínima vontade de ver o que estava acontecendo, mas onde diabos Madame Pince estava? Sempre tão preocupada com os livros, ela deveria estar tendo um infarto neste momento. Com seus pensamentos o distraindo, se assustou novamente com mais um livro, só que dessa vez, tinha caído quase ao seu lado. O que quer que esteja acontecendo, seu alvo aparentava ser Flint.

    – Quem está ai! – Sua "pergunta" saiu como uma ordem, propositalmente alta, para que qualquer pessoa escutasse e viesse ver o que ocorria.

    Aparentemente ignorado, seu sangue ferve por isso, mas era inútil brigar com "aquilo", talvez fossem os gêmeos e suas birras com os sonserinos. Já sem paciência, agarra suas coisas e acaba deixando sua pena cair, então se agacha para pega-la, mas seus reflexos acionam quando ouve mais um barulho, puxou sua mão rapidamente antes que o livro a acertasse. O livro é um dos maiores que Pince tinha, sua pena foi quebrada e o chão se manchava com sua tinta, se aquele livro tivesse acertado sua mão, provavelmente estaria com alguns dedos quebrados ou coisa pior. Aquilo tinha intenções de machuca-lo feio ou até mata-lo.

    Se recuperando do que tinha visto, agarra suas coisas e corre, não olhou para trás, mas ouvia os livros se espatifando do chão a cada passo que dava. Porém, quando chegou na parte mais aberta do lugar, viu que estava sozinho, nem alunos nem a bibliotecária. Sem pensar duas vezes, passa pela porta, indo para seu dormitório, é melhor terminar seu trabalho com dois idiotas do que algo que aparentemente quer te matar.

    – Voltou cedo. – Pucey olha o amigo entrar no quarto – O que houve? Parece que viu um fantasma. – Ri das próprias palavras, já que Barão Sangrento podia ser bem assustador.

    – Apenas... levei uma bronca da chata da Pince. – Responde, jogando seus materiais em sua cama. Adrian apenas aceita a resposta e volta a estudar para poções, mas sua língua coça para dizer o que havia ocorrido no vestiário ontem à noite.

    – Você conheceu o novo capitão da Corvinal? – Indaga Adrian.

    – Infelizmente. – Marcus odiou se lembrar do dia que conheceu o novo batedor e capitão da Corvinal – Não é uma das presenças mais agradáveis.

    – Sério? Achei ele simpático. – Esconde seu sorriso atrás do livro, talvez, brincar com o momento possa ser divertido e altamente calculado.

    – Um merdinha, não vi graça alguma nele. – Flint deita em sua cama, sentindo suas costas estralarem, ainda mais com a recente corrida, que achou melhor manter em segredo.

    – Ele e Cedric se deram bem.

    – E eu com isso? – Massageia seus cabelos pretos.

    – Apenas falando. – Pucey finge ler por alguns segundos – Ele e Wood também. – Diz, mas fica surpreso com o som dá risada de Marcus.

    – Acho que se enganou, os dois não se batem nem um pouco. – O olha – Eu vi, acredite, Wood não parece gostar dele.

    – Entendo. – Adrian tinha um sorriso maligno escondido atrás do livro.

    – Você sabe se aconteceu algo na biblioteca? – Flint pergunta, desmontado a pose de Pucey.

    – Não, por que?

    – Nada.

    O assunto termina, Adrian decide focar em seus estudos e deixar isso para depois, já Marcus decide terminar sua noite ali.

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Terence se xinga por esquecer suas coisas no armário do vestiário, ter que atravessar tudo até o campo era cansativo demais. Respirando fundo, cansado, entra indo direto para os armários, assustando um ser ali presente.

    – Higgs. – Oliver o olha de relance.

    – Wood. – O cumprimenta como sempre, mas se lembra do que aconteceu aquela noite – Wood! Que bom que te achei.

    – Por que? – O grifano estranha a animação do sonserino, já que não era tão próximo de Terence, mas não tinha nada contra o ex-apanhador.

    – Ah, queria te perguntar sobre o novo capitão da Corvinal, sabe como é, Marcus não gostou dele e Diggory se dá bem com diversas pessoas, eu queria saber o que você acha sobre.

    – Bom, eu... – Wood desvirtua do quadro negro, procurando as palavras certas – Eu não tenho uma opinião formada.

    – Entendo. – Higgs pensou que o grifano explodiria, então não sabia como continuaria a conversa – Bom, eu vou indo então.

    – Espera! – Chama sua atenção – Flint está bem? É que, meio que...como posso dizer? Doyle é uma pessoa complicada, sabe?

    – Complicada?

    – Ele tem uma fama ruim no quadribol, costuma fazer de tudo para ganhar. – Gesticula com as mãos – Trapaças! Em resumo.

    – Entendo, bom, Flint está bem. – Sorri fraco para o grifano, mas queria pular e puxa-lo até o capitão e junta-los para que finalmente fiquem juntos.

    Terence volta ao seu quarto, encontrando seus amigos, um estudando e outro dormindo em meio a uma bagunça de materiais. Ignorando Marcus, caminha até a cama de Pucey, sentando a sua frente.

    – Falou com ele? – Higgs pergunta, em um tom baixo.

    – Não, mas ele sabe que Wood não gosta de Doyle.

    – Sim, mas eu acabei de falar com Wood. Ele me perguntou se Flint estava bem e como Doyle podia fazer qualquer coisa para ganhar. – Termina.

    – Uma coisa é clara, ele não estava falando de quadribol. – Adrian sorri.

    – Como pode ter tanta certeza?

    – A pequena discussão entre Wood, Flint e Doyle, a recente briga no vestiário. É só ligar tudo, Doyle e Wood podiam ter um relacionamento, que acabou com os dois brigados, aí chega nosso capitão e os dois dormem juntos bêbados, Doyle volta como capitão, Wood falando que ele é problemático, xeque mate Terence. – Pucey sorri convencido.

    – Você precisa parar de ler livros de mistério. 

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Consequências de uma noite | FlintwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora